27 de março de 2016

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: AGENDA DE NOVOS CURSOS DO INSTITUTO ANIMA AB e MAI...

AGENDA DE NOVOS CURSOS DO INSTITUTO ANIMA AB e MAI...: https://www.facebook.com/InstitutoAnimaSC/posts/768125113289496 AGENDA DE NOVOS CURSOS DO INSTITUTO ANIMA AB e MAI 2016 9-10 de Ab...

AGENDA DE NOVOS CURSOS DO INSTITUTO ANIMA AB e MAI 2016

https://www.facebook.com/InstitutoAnimaSC/posts/768125113289496

AGENDA DE NOVOS CURSOS DO INSTITUTO ANIMA AB e MAI 2016

9-10 de Abril: 11-19 hs - Exposição de nossos Ecoprodutos na Arca Criativa e Espaço Alecrim em Curitiba - PR. Rua Flavio Dallegrave 2661, Jardim Social e Rua Portugal 54, Ruínas de São Francisco

Síntese: Levamos algumas frutas orgânicas certificadas, ervas frescas, tomates cerejas, mudas, sementes crioulas, todas de nossa produção, chás e compostos medicinais secos, alimentos integrais, coloniais e orgânicos, biojóias artesanais, pães e bolos medicinais, entre outros, em uma feira mágica vegana muito bela e criativa

16-17 de Abril: 9-17:30 hs - Curso de Introdução a Biodiversidade da Agroecologia e da Permacultura - Espaço Pulsar, Sitio Vida Nova, sede do Instituto Anima, Enseada do Brito, Palhoça, SC

Temos inúmeras plantas sendo cultivadas aqui em nossa sede, algumas muito raras, todas em sistemas de produção diversificados, orgânicos, sem agrotóxicos, importantes estes sistemas permaculturais, para quem deseja ter uma maior auto-suficiência alimentar salutar. Curso prático e teórico

21 de Abril: Quinta: 20 hs - Palestra: O que representa uma "Jornada de Cura Interior". Espaço Pulsar, Sitio Vida Nova, sede do Instituto Anima, Enseada do Brito, Palhoça, SC

Palestra titulo de um livro que estamos terminando a edição, enfatiza os principais passos e métodos para que possamos despertar a nossa consciência, e alcançar níveis de realização que irradiem felicidade e muita força interior. Descreve como será a II Jornada proposta

23-24 de Abril: 8:30- 21:00 hs - II Jornada de Sustentabilidade & Saúde Integral Holística, Espaço Pulsar, Sitio Vida Nova, sede do Instituto Anima, Enseada do Brito, Palhoça, SC

Exercícios corporais, yoga, bioenergética, estudos básicos abertos sobre agroecologia e permacultura, alimentação saudável, massagem terapêutica, meditações energéticas, cura prânica, estudo de medicinais, diálogos e crescimento grupal, dança, cura, libertação, são alguns dos temas que esta jornada vai dispor, conjuntamente com um belo rio e mar puro, e trilhas para cachoeiras de rara qualidade

20-21 de Maio: 8:30-20:00 - Vivenciando Meditações Bioenergéticas: diversas metodologias de revitalização e ativação do despertar do campo energético humano. Espaço Pulsar, sede do Instituto Anima, Enseada do Brito, Palhoça, SC

Estudos de yoga, respiração, meditações dos mestres Osho, Lowen, Pierrakos, Barbara Brenan, massagens holísticas quânticas, chacraterapia, para quem busca se reenergizar, se fortalecer, ir alem da mente, do falso ego e do medo, e alcançar sua verdadeira essência interior, sem máscaras e ilusões

27-29 de Maio: I Encontro Paranaense de Terapeutas e Profissionais da Área Holística. Tema: Ativando a Potencialidade Humana. Dia 27, 

15:30 às 16:30 hs - Palestra: Saúde Integral, Ervas Medicinais e Permacultura: o que são Novos Ritmos Vitais para sua Paz Interior. Dia 29 – SALA 2 - 9:00 às 12:00 hs: Cursos: Terapia Holística e Quântica em massagem e reconexão interior . II - Autossuficiência Alimentar Orgânica com Agroecologia e Permacultura.
Av. Luiz Xavier, 103. Curitiba - PR - 41 9983 4337 – Sra: Josilua

Objetivo Maior : "Cada ser aprender a se tornar um mestre de sua própria vida, acreditando, ampliando e despertando seu potencial criativo sustentável e espiritual"

Obter as ferramentas técnicas e científicas contemporâneas para que desenvolva atividades vitais harmônicas com os padrões salutares do nosso planeta

Uma estrutura que precisa ser respeitada, e é algo muito simples:

"Solos vivos, Alimentos Vivos, Medicina Preventiva Viva", o que gera uma maior economia de energia, na saúde, e um bem estar muito maior, e muita energia positiva disponível

Assuntos que serão abordados:

- A nobre arte oportuna de se plantar com agroecologia, agricultura biodinâmica e a permacultura, não somente do ponto de vista produtivo, mas também terapêutico

- Saber se alimentar integralmente, se possível vegetarianamente através da alquimia nutracêutica. Vivenciar com mais profundidade a alimentação viva e integral, o veganismo, as ervas medicinais, Fitoterapia, receitas e dietas de desintoxicação e rejuvenescimento celular

- Mergulhar em uma sessão mágica de massagem holística revolucionária e terapias energéticas ancestrais, com o fim de se curar e se auto-conhecer de forma mais eficaz e inteligente

- Estudar e reaprender diversas formas de meditação, yoga, pranayamas, bioenergética, terapias neoreichianas, para poder se transformar em um instrumento de uma saúde magnífica para sua vida e muito benéfica para a sociedade em geral

Em um local abençoado, com cachoeiras, rios, florestas, hortas, com algumas vagas de pousada no local, camping amplo na beira do mar, e alimentação saudável incluída, 35 kms ao sul de Florianópolis, capital de SC

Programação Proposta II Jornada:

Sabado: 8:30 hs. Vivência em Yogaterapia e Bioenergética
Lanche

9: 30 : Palestra Vivencial: O que são Ritmos Vitais da Paz: novas formas de se viver em harmonia com o ser interior e a natureza

12: 30 hs: Almoço

14:00 hs: Oficina Vivencial : Conhecendo a Biodiversidade do Sitio Vida Nova

15:30 hs: Lanche

16:30: Minicurso de Massagem Holística: Uma verdadeira massagem holística une a medicina chinesa, shiatzu, a ayurveda, a bioenergética, a terapia reichiana, neoreichiana, renascimento, resgate da alma, jornada xamânica, estudos básicos de apometria quântica e musicoterapia Teremos dois momentos desta atividades em nossa jornada

18:30: Meditação Silenciosa e vivência em Biodança: Vamos nos libertar através da Dança e da Música

20:00 hs: Jantar

Domingo:

8:30 hs: Vivência em Chacraterapia: Meditações Ancestrais baseadas em Visualizações Criativas, Bija-Mantras e Mantras Milenares. Se possível na beira de cachoeiras

10:30: Lanche

11:00 hs: Alimentação Integral e Orgânica Coletiva: Vamos fazer um almoço junto, mostrando algumas de nossas receitas mais mágicas e nutritivas

12:30 : Almoço

14:30 hs: Palestra: O Desafio da Vida Comunitária e uma nova Economia Sustentável. Temos 8 anos de vida em ecovilas no GO e 10 anos de atividade profunda em comunidades indígenas

16:00: Lanche

16:30 hs: Retorno ao Minicurso de Massagem Holística

18:30 hs: Lanche

19:00 hs: Encerramento: Roda Circular da Paz. Avaliação da Jornada

Equipe Envolvida:

Mauro Schorr Orua: Águia Cósmica, Agrônomo, Naturopata, Terapeuta Holístico, Produtor Orgânico, coordenador do Instituto Anima de Cultura e Desenvolvimento Sustentável

Maristela Regina Ogliari: Bióloga, estudiosa de alimentação natural e integral, viveirista orgânica

Valores de Troca:

16-17 de Abril: 9-17:30 hs - Curso de Introdução a Biodiversidade da Agroecologia e da Permacultura

Curso a vista com alimentação: Promoção: R$ - 200.00 ou 2 x R$ - 125.00. Traga chapéu, luva, bota, toalha, roupa de banho e de trabalho com a terra

21 de Abril: Quinta: 20 hs - Palestra: O que representa uma "Jornada de Cura Interior". Espaço Pulsar, Sitio Vida Nova, sede do Instituto Anima, Enseada do Brito, Palhoça, SC

Contribuição Voluntária: Sugestão: R$ - 20.00

23-24 de Abril: 8:30- 21:00 hs - II Jornada de Sustentabilidade & Saúde Integral Holística

Curso a vista com alimentação: R$ - 400.00 ou 2 x R$ - 250.00. Traga dois lençóis, cobertor, roupa para yoga e massagem, banho de mar, toalhas, repelente, óleo ou creme corporal

20-21 de Maio: 8:30-20:00 - Vivenciando Meditações Bioenergéticas: diversas metodologias de revitalização e ativação do despertar do campo energético humano.

Curso a vista com alimentação: R$ - 300.00 ou 2 x R$ - 165.00. Traga dois lençóis, colchonete, cobertor, roupa para yoga e massagem, banho de mar, toalhas, repelente, óleo ou creme corporal

27-29 de Maio: I Encontro Paranaense de Terapeutas e Profissionais da Área Holística. Tema: Ativando a Potencialidade Humana


Aceitamos Cartões de Debito e Credito. Camping Gratuito. 

Hospedagem a combinar

Modulo de Minicurso de Massagem Individual: R$ - 200.00 a vivência dupla independente da Jornada completa

Módulos Individuais: R$ - 50.00 por cada atividade

Venham celebrar esta grande festa e momento único conosco

Estes cursos mudam a perspectiva de sua vida e de nossa sustentabilidade em nosso planeta

Deposito em Contas:

Banco Bradesco:
Ag. 2937- 8
Conta: 5005 - 9
Agencia Barreiros

Banco do Brasil:
Ag 5201-9
Conta: 1.653.809-9
Agencia Central

Mauro Kassow Schorr:
CPF: 592.909.869-72

Informações e Inscrições:

Fones:

(55) - (48) - 3242 4019 - Oi : 8442 7424 - Tim: 9970 1724 - Vivo: (49) 9103 0897

Emails: cristalanima.gmail.com. Skipe: mauro.schorr.orua.

Sites:

Rede, Cooperativa e venda on line de nossos Ecoprodutos:http://institutoanima.org/lojaianima/
Entre em Nossa Rede Social: "Instituto Anima Teia da Vida": Copie e cole no navegador...http://br.groups.yahoo.com/group/institutoanimateiadavida/
Vídeos: Parte I e outros do Sitio do Anima:http://www.youtube.com/v/iTrUPs6dEfw&hl=pt_PT&fs=1&
Tenha o DVD Completo do Instituto Anima:https://www.facebook.com/media/set/…
Estamos nas Ecofeiras da UFSC nas Quartas entre 07-19 hs, bairro Trindade e na Lagoa da Conceição aos Sábados, na praça Bento Silvério, importante manifestação cultural da ilha da magia, bem vindos (as)

“Semear a felicidade,é começar a acreditar e sentir que tudo é realmente feito de amor, então que jardim podemos desta forma um dia colher e deixar para o nosso futuro comum”...

“Invista muito, fortaleça e acredite, em quem busca salvar o futuro de nossa sociedade e planeta, cuidado com as forças involutivas que mantêm o domínio sobre a cultura mercantilista com valores materialistas e egoístas, toda a sua ilusão tenta desmantelar as organizações que semeiam a paz e um mundo mais justo, humano e verdadeiro”

Namastê



11 de janeiro de 2016

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: Entrevista do Instituto Anima ao Por que Não sobre...

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: Entrevista do Instituto Anima ao Por que Não sobre...: Viveiro do Anima na sede da Enseada do Brito Entrevista do Instituto Anima ao Por que Não sobre sustentabilidade brasileira e seus...

Entrevista do Instituto Anima ao Por que Não sobre sustentabilidade brasileira e seus desafios


Viveiro do Anima na sede da Enseada do Brito


Entrevista do Instituto Anima ao Por que Não sobre sustentabilidade brasileira e seus desafios, Parte I, II e III completa


Primeira etapa da entrevista para o Por que Não

Segunda etapa da entrevista para o Por que Não

Terceira etapa da entrevista para o Por que Não


Entrevista do eng. agrônomo, terapeuta, produtor orgânico, empresário, Mauro Kassow Schorr Orua, ao Por que Não, ativistas sociais de SP, na sede do Instituto Anima na Enseada do Brito, Palhoça - SC

Aborda com profundidade a relação da Agroecologia, Permacultura, com a Nutrição Vital, Medicina Natural, Educação Ambiental e uma filosofia de vida realmente mais sustentável

O texto e o vídeo está completo, nu e cru, e pode ampliar seus horizontes e mudar profundamente sua vida para melhor

É um alerta ao Brasil, para que tenha mais consciência e abra os seus olhos para uma nova era de prosperidade sustentável e muito salutar encantamento e farta e criativa espiritualidade

Hare Onças

Mauro Kassow Schorr (Orua)

06 de Janeiro de 2016

Instituto Anima de Desenvolvimento e Cultura Sustentável
Rua Erica Olsen da Veiga 29 - Sitio Vida Nova e Espaço Terapêutico Pulsar - Enseada do Brito - Palhoça - SC - Brasil - CEP 88138 - 823
Prêmio Fritz Müller 2009 - Fatma - Governo do Estado de SC
Fones NOVO FONE FIXO: (55) - (48) - 3242 4019- Oi : 8442 7424 - Tim: 9970 1724 - Vivo: (49) 9103 0897
Skipe: mauro.schorr.orua
Sites: www.institutoanima.org e www.permaculturabr.ning.com
Facebook:https://www.facebook.com/Mauro.Schorr.Orua
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Emails: institutoanima@yahoo.com.br e cristalanima@gmail.com
CNPJ: 19148819/0001-29 &
Inscrição Estadual: 25731682-5
Blogger de Reflexão: http://culturadecristal.blogspot.com/
Ecoloja,
Rede, Cooperativa e venda on line de nossos Ecoprodutos:http://institutoanima.org/lojaianima/ & com fotos :http://permaculturabr.ning.com/…/cooperativa-do-instituto-a…
Entre em Nossa Rede Social: "Instituto Anima Teia da Vida": Copie e cole no navegador... http://br.groups.yahoo.com/group/institutoanimateiadavida/
Vídeos: Parte I e outros do Sitio do Anima:http://www.youtube.com/v/iTrUPs6dEfw&hl=pt_PT&fs=1&
Tenha o DVD Completo do Instituto Anima:https://www.facebook.com/media/set/…
Estamos nas Ecofeiras da UFSC nas Quartas entre 07-19 hs, bairro Trindade e na Lagoa da Conceição aos Sábados, na praça Bento Silvério, importante manifestação cultural da ilha da magia, bem vindos (as)


1 de janeiro de 2016

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: A Lógica e o Amor

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: A Lógica e o Amor: A Lógica e o Amor Eu era frio e lógico. Sutil, calculista, perspicaz, arguto e astuto - era tudo isso. Tinha um cérebro po...

A Lógica e o Amor

A Lógica e o Amor









A Lógica e o Amor

Eu era frio e lógico. Sutil, calculista, perspicaz, arguto e astuto - era tudo isso. Tinha um cérebro poderoso como um dínamo, preciso como uma balança de farmácia, penetrante como um bisturi. E tinha - imaginem só - dezoito anos.

Não é comum ver alguém tão jovem com um intelecto tão gigantesco. Tomem, por exemplo, o caso do meu companheiro de quarto na universidade, Pettey Bellows. Mesma idade, mesma formação, mas burro como uma porta. Um bom sujeito, compreendam, mas sem nada lá em cima. Do tipo emocional. Instável, impressionável. Pior do que tudo, dado a manias. Eu afirmo que a mania é a própria negação da razão. Deixar-se levar por qualquer nova moda que apareça, entregar a alguma idiotice só porque os outros a segue, isto, para mim, é o cúmulo da insensatez. Petey, no entanto, não pensava assim.

Certa tarde, encontrei-o deitado na cama com tal expressão de sofrimento no rosto que o meu diagnóstico foi imediato: apendicite.

- Não se mexa. Não tome laxante. Vou chamar o médico.

- Couro preto - balbuciou ele.

- Couro preto? - disse eu, interrompendo a minha corrida.

- Quero uma jaqueta de couro preto - disse.

Percebi que o seu problema não era físico, mas mental.

- Por que você quer uma jaqueta de couro preto?

- Eu devia ter adivinhado - gritou ele, socando a cabeça - Devia ter adivinhado que eles voltariam com o Charleston. Como um idiota, gastei todo o meu dinheiro em livros para as aulas e agora não posso comprar uma jaqueta de couro preto.

- Quer dizer - perguntei incrédulo - que estão mesmo usando jaquetas de couro preto outra vez?





- Todas as pessoas importantes da universidade estão. Onde você tem andado?

- Na biblioteca - respondi, citando um lugar não freqüentado pela pessoas importantes da Universidade.

Ele saltou da cama e pôs-se a andar de um lado para o outro do quarto.

- Preciso conseguir uma jaqueta de couro preto - disse, exaltado - Preciso mesmo.

- Por que, Pety? Veja a coisa racionalmente. Jaquetas de couro preto são desconfortáveis. Impedem o movimento dos braços. São pesadas, são feias, são ...

- Você não compreende - interrompeu ele com impaciência - é o que todos estão usando. Você não quer andar na moda?

- Não - respondi, sinceramente.

- Pois eu sim - declarou ele - daria tudo para ter uma jaqueta de couro preto. Tudo.

Aquele instrumento de precisão, meu cérebro, começou a funcionar a todo vapor.

- Tudo? - perguntei, examinando seu rosto com olhos semicerrados.

- Tudo - confirmou ele, em tom dramático.

Alisei o queixo, pensativo. Eu, por acaso, sabia onde encontrar uma jaqueta de couro preto. Meu pai usara um nos seus tempos de estudante; estava agora dentro de um malão, no sótão da casa. E, também por acaso, Petey tinha algo que eu queria. Não era dele, exatamente, mas pelo menos ele tinha alguns direitos sobre ela. Refiro-me à sua namorada, Polly Spy.

Eu há muito desejava Polly Spy. Apresso-me a esclarecer que o meu desejo não era de natureza emotiva. A moça, não há dúvida, despertava emoções, mas eu não era daqueles que se deixam dominar pelo coração. Desejava Polly para fins engenhosamente calculados e inteiramente cerebrais.

Cursava eu o primeiro ano de direito. Dali a algum tempo, estaria me iniciando na profissão. Sabia muito bem a importância que tinha a esposa na vida e na carreira de um advogado. Os advogados de sucesso, segundo as minhas observações, eram quase sempre casados com mulheres bonitas, graciosas e inteligentes. Com uma única exceção, Polly preenchia perfeitamente estes requisitos.

Era bonita. Suas proporções ainda não eram clássicas, mas eu tinha certeza de que o tempo se encarregaria de fornecer o que faltava. A estrutura básica estava lá.







Graciosa também era. Por graciosa quero dizer cheia de graças sociais. Tinha porte ereto, a naturalidade no andar e a elegância que deixavam transparecer a melhor das linhagens. Á mesa, suas maneiras eram finíssimas. Eu já vira Polly no barzinho da escola comendo a especialidade da casa - um sanduíche que continha pedaços de carne assada, molho, castanhas e repolho - sem nem sequer umedecer os dedos.

Inteligente ela não era. Na verdade, tendia para o oposto. Mas eu confiava em que, sob a minha tutela, haveria de tornar-se brilhante. Pelo menos valia a pena tentar. Afinal de contas, é mais fácil fazer uma moça bonita e burra ficar inteligente do que uma moça feia e inteligente ficar bonita.

- Petey - perguntei - você ama Polly Spy?

- Eu acho que ela é interessante - respondeu - mas não sei se chamaria isso de amor. Por quê?

- Você - continuei - tem alguma espécie de arranjo formal com ela? Quero dizer, vocês saem exclusivamente um com o outro?

- Não. Nos vemos seguidamente. Mas saímos os dois com outros também. Por quê?

- Existe alguém - perguntei - algum outro homem que ela goste de maneira especial?

- Que eu saiba não. Por quê?

Fiz que sim com a cabeça, satisfeito.

- Em outras palavras, a não ser por você, o campo está livre, é isso?

- Acho que sim. Aonde você quer chegar?

- Nada, anda - respondi com inocência, tirando minha mala de dentro do armário.

- Onde é que você vai? - quis saber Petey.

- Passar o fim de semana em casa.

Atirei algumas roupas dentro da mala.

- Escute - disse Petey, apegando-se com força ao meu braço - em casa, será que você não poderia pedir dinheiro ao seu pai, e me emprestar para comprar uma jaqueta de couro preto?

- Posso até fazer mais do que isso - respondi, piscando o olho misteriosamente. Fechei a mala e saí.

- Olhe - disse a Petey, ao voltar na segunda feira de manhã. Abri a mala e mostrei o enorme objeto cabeludo e fedorento que meu pai usara ao volante de seu Stutz Beacat em 1955.

- Santo Pai - exclamou Petey com reverência. Passou as mãos na jaqueta e depois no rosto.

- Santo Pai - repetiu, umas quinze ou vinte vezes.

- Você gostaria de ficar com ele? - perguntei.

- Sim - gritou ele, apertando a jaqueta contra o peito. Em seguida, seus olhos assumiram um ar precavido. - O que quer em troca?

- A sua namorada - disse eu, não desperdiçando palavras.

- Polly? - sussurrou Petey, horrorizado. - Você quer a Polly?

- Isso mesmo.

Ele jogou a jaqueta pra longe.

- Nunca - declarou resoluto.

Dei de ombros.

- Tudo bem. Se você não quer andar na moda, o problema é seu.

Sentei-me numa cadeira e fingi que lia um livro, mas continuei espiando Petey, com o rabo dos olhos. Era um homem partido em dois. Primeiro olhava para a jaqueta com a expressão de uma criança desamparada diante da vitrine de uma confeitaria. Depois dava-lhe as costas e cerrava os dentes, altivo. Depois voltava a olhar para a jaqueta. Com uma expressão ainda maior de desejo no rosto. Depois virava-se outra vez, mas agora sem tanta resolução. Sua cabeça ia e vinha, o desejo ascendendo, a resolução descendendo. Finalmente, não se virou mais: ficou olhando para a jaqueta com pura lascívia.

- Não é como se eu estivesse apaixonado por Polly - balbuciou. - Ou mesmo namorando sério, ou coisa parecida.

- Isso mesmo - murmurei.

- Afinal, Polly significa o que para mim, ou eu pra ela?

- Nada - respondi.

- Foi uma coisa banal. Nos divertimos um pouco. Só isso.

- Experimente a jaqueta - disse eu.

Ele obedeceu. A jaqueta ficou bem larga, passando da cintura. Ele parecia um motoqueiro mal vestido da década de cinqüenta.

- Serve perfeitamente - disse, contente.

Levantei-me da cadeira e perguntei, estendendo a mão.

- Negócio feito?

Ele engoliu a seco.

- Feito - disse, e apertou a minha mão.

Saí com Polly pela primeira vez na noite seguinte.

O Primeiro programa teria o caráter de pesquisa preparatória. Eu desejava saber o trabalho que me esperava para elevar a sua mente ao nível desejado. Levei-a para jantar.

- Puxa, que jantar interessante! - disse ela, quando saímos do restaurante. Fomos ao cinema.

- Puxa, que filme interessante! - disse ela, quando saímos do cinema.

Levei-a para casa.

- Puxa, que noite interessante - disse ela, ao nos despedirmos.







Voltei para o quarto com o coração pesado. Eu subestimara gravemente as proporções da minha tarefa. A ignorância daquela moça era aterradora. E não seria o bastante apenas instruí-la. Era preciso, antes de tudo, ensiná-la a pensar. O empreendimento se me afigurava gigantesco, e a princípio me vi inclinado a devolvê-la a Petey. Mas aí comecei a pensar nos seus dotes físicos generosos e na maneira como entrava numa sala ou segurava uma faca, um garfo, e decidi tentar novamente.

Procedi, como sempre, sistematicamente. Dei-lhe um curso de Lógica. Acontece que, como estudante de direito, eu freqüentava na ocasião aulas de Lógica, e portanto tinha tudo na ponta da língua.

- Polly - disse eu, quando fui buscá-la para o nosso segundo encontro. - Esta noite vamos até o parque conversar.

- Ah, que interessante! - respondeu ela.

Uma coisa deve ser dita em favor da moça: seria difícil encontrar alguém tão bem disposta para tudo.

Fomos até o parque, o local de encontros da universidade, nos sentamos debaixo de uma árvore, e ela me olhou cheia de expectativa.

- Sobre o que vamos conversar? - perguntou.

- Sobre Lógica.

Ela pensou durante alguns segundos e depois sentenciou:

- Interessante!

- A Lógica - comecei, limpando a garganta - é a ciência do pensamento. Se quisermos pensar corretamente, é preciso antes saber identificar as falácias mais comuns da Lógica. É o que vamos abordar hoje.

- Interessante! - exclamou ela, batendo palmas de alegria.

Fiz uma careta, mas segui em frente, com coragem.

- Vamos primeiro examinar uma falácia chamada Dicto Simpliciter.

- Vamos - animou-se ela, piscando os olhos com animação.

- Dicto Simpliciter quer dizer um argumento baseado numa generalização não qualificada. Por exemplo: o exercício é bom, portanto todos devem se exercitar.

- Eu estou de acordo - disse Polly, fervorosamente. - Quer dizer, o exercício é maravilhoso. Isto é, desenvolve o corpo e tudo.

- Polly - disse eu, com ternura - o argumento é uma falácia. Dizer que o exercício é bom é uma generalização não qualificada. Por exemplo: para quem sofre do coração, o exercício é ruim. Muitas pessoas têm ordem de seus médicos para não exercitarem. É preciso qualificar a generalização. Deve-se dizer: o exercício é geralmente bom, ou é bom para a maioria das pessoas. Do contrário está-se cometendo um Dicto Simpliciter. Você compreende?

- Não - confessou ela. - Mas isso é interessante. Quero mais. Quero mais!

- Será melhor se você parar de puxar a manga da minha camisa - disse eu e, quando ela parou, continuei:

- Em seguida, abordaremos uma falácia chamada generalização apressada. Ouça com atenção: você não sabe falar francês, eu não sei falar francês, Petey Bellows não sabe falar francês. Devo portanto concluir que ninguém na universidade sabe falar francês.

- É mesmo? - espantou-se Polly. - Ninguém?

Contive a minha impaciência.

- É uma falácia, Polly. A generalização é feita apressadamente. Não há exemplos suficientes para justificar a conclusão.

- Você conhece outras falácias? - perguntou ela, animada. - Isto é até melhor do que dançar.

- Esforcei-me por conter a onda de desespero que ameaçava me invadir. Não estava conseguindo nada com aquela moça, absolutamente nada. Mas não sou outra coisa senão persistente. Continuei.

- A seguir, vem o Post Hoc. Ouça: Não levemos Bill conosco ao piquenique. Toda vez que ele vai junto, começa a chover.

- Eu conheço uma pessoa exatamente assim - exclamou Polly. - Uma moça da minha cidade, Eula Becker. Nunca falha. Toda vez que ela vai junto a um piquenique...

- Polly - interrompi, com energia - é uma falácia. Não é Eula Becker que causa a chuva. Ela não tem nada a ver com a chuva. Você estará incorrendo em Post Hoc, se puser a culpa na Eula Becker.

- Nunca mais farei isso - prometeu ela, constrangida. - Você está bravo comigo?

- Não Polly - suspirei. - Não estou bravo.

- Então conte outra falácia.

- Muito bem. Vamos experimentar as premissas contraditórias.

- Vamos - exclamou ela alegremente.

Franzi a testa, mas continuei.

- Aí vai um exemplo de premissas contraditórias. Se Deus pode fazer tudo, pode fazer uma pedra tão pesada que ele mesmo não conseguirá levantar?

- É claro - respondeu ela imediatamente.

- Mas se ele pode fazer tudo, pode levantar a pedra.

- É mesmo - disse ela, pensativa. - Bem, então eu acho que ele não pode fazer a pedra.

- Mas ele pode fazer tudo - lembrei-lhe.

Ela coçou a cabeça linda e vazia.

- Estou confusa - admitiu.

- É claro que está. Quando as premissas de um argumento se contradizem, não pode haver argumento. Se existe uma força irresistível, não pode existir um objeto irremovível. Compreendeu?

- Conte outra dessas histórias interessantes - disse Polly, entusiasmada.

Consultei o relógio.

- Acho melhor parar por aqui. Levarei você em casa, e lá pensará no que aprendeu hoje. Teremos outra sessão amanhã.

Deixei-a no dormitório das moças, onde ela me assegurou que a noitada fora realmente interessante, e voltei desanimadamente para o meu quarto. Petey roncava sobre sua cama, com a jaqueta de couro encolhida a seus pés. Por alguns segundos, pensei em acordá-lo e dizer que ele podia ter Polly de volta. Era evidente que o meu projeto estava condenado ao fracasso. Ela tinha, simplesmente, uma cabeça à prova de Lógica.

Mas logo reconsiderei. Perdera uma noite, por que não perder outra? Quem sabe se em alguma parte daquela cratera de vulcão adormecido que era a mente de Polly, algumas brasas ainda estivessem vivas. Talvez, de alguma maneira, eu ainda conseguisse abaná-las até que flamejasse. As perspectivas não eram das mais animadoras, mas decidi tentar outra vez.

Sentado sob uma árvore, na noite seguinte, disse:

- Nossa primeira falácia desta noite se chama ad misericordiam.

Ela estremeceu de emoção.

- Ouça com atenção - comecei - Um homem vai pedir emprego. Quando o patrão pergunta quais as suas qualificações, o homem responde que tem uma mulher e dois filhos em casa, que a mulher e aleijada, as crianças não tem o que comer, não tem o que vestir nem o que calçar, a casa não tem camas, não há carvão no porão e o inverno se aproxima.

Uma lágrima desceu por cada uma das faces rosadas de Polly.

- Isso é horrível, horrível! - soluçou.

- É horrível - concordei - mas não é um argumento. O homem não respondeu à pergunta do patrão sobre as suas qualificações. Ao invés disso, tentou despertar a sua compaixão. Cometeu a falácia de ad misericordiam. Compreendeu?

Dei-lhe um lenço e fiz o possível para não gritar enquanto ela enxugava os olhos.

- A seguir - disse, controlando o tom da voz - discutiremos a falsa analogia. Eis um exemplo: deviam permitir aos estudantes consultar seus livros durante os exames. Afinal, os cirurgiões levam as radiografias para se guiarem durante uma operação, os advogados consultam seus papéis durante um julgamento, os construtores têm plantas que os orientam na construção de uma casa. Por quê, então, não deixar que os alunos recorram a seus livros durante uma prova?

- Pois olhe - disse ela entusiasmada - está e a idéia mais interessante que eu já ouvi há muito tempo.

- Polly - disse eu com impaciência - o argumento é falacioso. Os cirurgiões, os advogados e os construtores não estão fazendo teste para ver o que aprenderam, e os estudantes sim. As situações são completamente diferentes e não se pode fazer analogia entre elas.

- Continuo achando a idéia interessante - disse Polly.

- Santo Cristo! - murmurei, com impaciência.

- A seguir, tentaremos a hipótese contrária ao fato.

- Essa parece ser boa - foi a reação de Polly.

- Preste atenção: se Madame Curie não deixasse, por acaso, uma chapa fotográfica numa gaveta junto com uma pitada de pechblenda, nós hoje não saberíamos da existência do rádio.

- É mesmo, é mesmo - concordou Polly, sacudindo a cabeça. - Você viu o filme? Eu fiquei louca pelo filme. Aquele Walter Pidgeon é tão bacana! Ele me faz vibrar.

- Se conseguir esquecer o Sr. Pidgeon por alguns minutos - disse eu, friamente - gostaria de lembrar que o que eu disse é uma falácia. Madame Curie teria descoberto o rádio de alguma outra maneira. Talvez outra pessoa o descobrisse. Muita coisa podia acontecer. Não se pode partir de uma hipótese que não é verdadeira e tirar dela qualquer conclusão defensável.

- Eles deviam colocar o Walter Pidgeon em mais filmes - disse Polly - Eu quase não vejo ele no cinema.

Mais uma tentativa, decidi. Mas só mais uma. Há um limite para o que podemos suportar.

- A próxima falácia é chamada de envenenar o poço.

- Que engraçadinho! - deliciou-se Polly.

- Dois homens vão começar um debate. O primeiro se levante e diz: ‘o meu oponente é um mentiroso conhecido. Não é possível acreditar numa só apalavra do que ele disser’. Agora, Polly, pense bem, o que está errado?

Vi-a enrugar a sua testa cremosa, concentrando-se. De repente, um brilho de inteligência - o primeiro que vira - surgiu nos seus olhos.

- Não é justo! - disse ela com indignação - Não é justo. O primeiro envenenou o poço antes que os outros pudesse beber dele. Atou as mãos do adversário antes da luta começar... Polly, estou orgulhoso de você.

- Ora - murmurou ela, ruborizando de prazer.

- Como vê, minha querida, não é tão difícil. Só requer concentração. É só pensar, examinar, avaliar. Venha, vamos repassar tudo o que aprendemos até agora.

- Vamos lá - disse ela, com um abano distraído da mão.

Animado pela descoberta de que Polly não era uma cretina total, comecei uma longa e paciente revisão de tudo o que dissera até ali. Sem parar citei exemplos, apontei falhas, martelei sem dar trégua. Era como cavar um túnel. A princípio, trabalho duro e escuridão. Não tinha idéia de quando veria a luz ou mesmo se a veria. Mas insisti. Dei duro, até que fui recompensado. Descobri uma fresta de luz. E a fresta foi se alargando até que o sol jorrou para dentro do túnel, clareando tudo.

Levara cinco noites de trabalho forçado, mas valera a pena. Eu transformara Polly em uma lógica, e a ensinara a pensar. Minha tarefa chegara a bom termo. Fizera dela uma mulher digna de mim. Está apta a ser minha esposa, uma anfitriã perfeita para as minhas muitas mansões. Uma mãe adequada para os meus filhos privilegiados.

Não se deve deduzir que eu não sentia amor por ela. Muito pelo contrário. Assim como Pigmaleão amara a mulher perfeita que moldara para si, eu amava a minha. Decidi comunicar-lhe os meus sentimentos no nosso encontro seguinte. Chegara a hora de mudar as nossas relações, de acadêmicas para românticas.

- Polly, disse eu, na próxima vez que nos sentamos sob a árvore - hoje não falaremos de falácias.

- Puxa! - disse ela, desapontada.

- Minha querida - prossegui, favorecendo-a com um sorriso - hoje é a sexta noite que estamos juntos. Nos demos esplendidamente bem. Não há dúvidas de que formamos um bom par.

- Generalização apressada - exclamou ela, alegremente.

- Perdão - disse eu.

- Generalização apressada - repetiu ela. - Como é que você pode dizer que formamos um bom par baseado em apenas cinco encontros?

Dei uma risada, contente. Aquela criança adorável aprendera bem as suas lições.

- Minha querida - disse eu, dando um tapinha tolerante na sua mão - cinco encontros são o bastante. Afinal, não é preciso comer um bolo inteiro para saber se ele é bom ou não.

- Falsa Analogia - disse Polly prontamente - eu não sou um bolo, sou uma pessoa.

Dei outra risada, já não tão contente. A criança adorável talvez tivesse aprendido a sua lição bem demais. Resolvi mudar de tática. Obviamente, o indicado era uma declaração de amor simples, direta e convincente. Fiz uma pausa, enquanto o meu potente cérebro selecionava as palavras adequadas. Depois reiniciei.

- Polly, eu te amo. Você é tudo no mundo pra mim, é a lua e a estrelas e as constelações no firmamento. For favor, minha querida, diga que será minha namorada, senão a minha vida não terá mais sentido. Enfraquecerei, recusarei comida, vagarei pelo mundo aos tropeções, um fantasma de olhos vazios.

Pronto, pensei; está liquidado o assunto.

- Ad misericordiam - disse Polly.

Cerrei os dentes. Eu não era Pigmaleão; era Frankenstein, e o meu monstro me tinha pela garganta. Lutei desesperadamente contra o pânico que ameaçava invadir-me. Era preciso manter a calma a qualquer preço.

- Bem, Polly - disse, forçando um sorriso - não há dúvida que você aprendeu bem as falácias.

- Aprendi mesmo - respondeu ela, inclinando a cabeça com vigor.

- E quem foi que ensinou a você, Polly?

- Foi você.

- Isso mesmo. E portanto você me deve alguma coisa, não é mesmo, minha querida? Se não fosse por mim, você nunca saberia o que é uma falácia.

- Hipótese Contrária ao Fato - disse ela sem pestanejar.

Enxuguei o suor do rosto.

- Polly - insisti, com voz rouca - você não deve levar tudo ao pé da letra. Estas coisas só têm valor acadêmico. Você sabe muito bem que o que aprendemos na escola nada tem a ver com a vida.

- Dicto Simpliciter - brincou ela, sacudindo o dedo na minha direção.

Foi o bastante. Levantei-me num salto, berrando como um touro.

- Você vai ou não vai me namorar?

- Não vou - respondeu ela.

- Por que não? - exigi.

- Porque hoje à tarde eu prometi a Petey Bellows que eu seria a namorada dele.

Quase caí para trás, fulminado por aquela infâmia. Depois de prometer, depois de fecharmos negócio, depois de apertar a minha mão!

- Aquele rato! - gritei, chutando a grama. - Você não pode sair com ele, Polly. É um mentiroso. Um traidor. Um rato.

- Envenenar o poço - disse Polly - E pare de gritar. Acho que gritar também deve ser uma falácia.

Com uma admirável demonstração de força de vontade, modulei a minha voz.






- Muito bem - disse - você é uma lógica. Vamos olhar as coisas logicamente. Como pode preferir Petey Bellows? Olhe para mim: um aluno brilhante, um intelectual formidável, um homem com futuro assegurado. E veja Petey: um maluco, um boa vida, um sujeito que nunca saberá se vai comer ou não no dia seguinte. Você pode me dar uma única razão lógica para namorar Petey Bellows?

- Posso sim - declarou Polly - Ele tem uma jaqueta de couro preto.


Fonte: Sulman, M. (1973): As calcinhas cor-de-rosas do Capitão, Porto Alegre: Ed. Globo)