8 de dezembro de 2013

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: A Importância dos Policultivos Agrícolas baseados ...

*Cultura de Cristal *: vamos rumar juntos para uma nova era mais verdadeira e sustentável !!!: A Importância dos Policultivos Agrícolas baseados ...: Caso o anexo não abra: Consulte:  http://permaculturabr.ning.com/group/saf/forum/topics/a-importancia-dos-policultivos ...

A Importância dos Policultivos Agrícolas baseados na Agroecologia e a Permacultura na prevenção direta à Fome, como múltiplas alternativas na geração de renda e prevenção ao impacto do processo intenso de mudanças climáticas

 

Título:

A Importância dos Policultivos Agrícolas baseados na Agroecologia e a Permacultura na prevenção direta à Fome, como múltiplas alternativas na geração de renda e prevenção ao impacto do processo intenso de mudanças climáticas

Autores: Eng. Agrônomo. Mauro Kassow Schorr e Bióloga Maristela Ogliari

Instituição: Instituto Anima de Cultura e Desenvolvimento Sustentável

Termos: Agroflorestas ou Agroforestry systems, Agrossilvicultura ou Agrosilviculture, Permacultura ou permaculture

Responsável: Mauro Schorr – Presidente

Endereço: Rua Servidão Jaborandi 900 – Campeche - Florianópolis – SC - CEP 88.065-035. Fone: 048 – 3338 2267 – 8442 7424

CNPJ da Entidade Executora : 81.172.926/0001- 66 - Ano de Formação: 1989


E-mail: institutoanima@yahoo.br
   
1. Título: “A Importância dos Policultivos Agrícolas baseados na Agroecologia e a Permacultura na prevenção direta à Fome, como múltiplas alternativas na geração de renda e prevenção ao impacto do processo intenso de mudanças climáticas”

2. Resumo:

Buscamos investigar quais os mais importantes estudos relacionados ao tema “Policultivos Agrícolas”, e sua relação com sistemas agroflorestais, agrosilvopastoris e com a moderna ciência da permacultura, destacando-o com uma importante ferramenta para a agricultura familiar, na geração de novas alternativas de renda e de abundância alimentar, e sendo fundamental sua introdução no processo de agricultura moderna denominado de agronegócio. Parte de nossas conclusões e experimentações provem de nossas atividades práticas no Sitio Cristal Dourado, sede atual de nossa organização, o Instituto Anima de Cultura e Desenvolvimento Sustentável.
  
Summary:
  
We sought to investigate the most important studies related to the “Mixed Agricultural Culture” theme, and their relation to agroforestry systems, agrosilviculture and the modern science of permaculture, highlighting it as an important tool for family`s farms, generating new income alternatives and food abundance, and is fundamental in the introduction of modern agriculture called agribusiness. Part of our conclusions comes from trials and our business practices in farm Gold Crystal, current headquarters of our organization, the Anima Institute and Culture Development.
  
3. Tema de investigação: Sistemas de cultivo agrícolas indígenas, quilombolas, alternativos, agroflorestais, agroecológicos, e permaculturais, que possam manter diversas espécies diferentes sendo cultivadas, em diferentes estratos, trazendo maiores alternativas de nutrição e de geração de renda, maior equilíbrio no controle de pragas e da influência do vento, erosão, stress hídrico, evapotranspiração, reciclagem de nutrientes, entre outros fatores, relacionando estas tecnologias e ciências modernas mais sustentáveis com uma abordagem mais holística, sistêmica, sobretudo com a qualidade de vida, nutrição saudável e a medicina preventiva.  

4. Palavras chaves: Policultivos, Permacultura, Agroecologia, Sistemas Agroflorestais, Agrosilvicultura, Paradigma Sustentável.

5. Introdução:

Um bom exemplo de policultivos é da cultura indígena Marajoara, que existiu no estado do Pará, datada com pelo menos 2.000 anos de história, na Amazônia pré-colombiana. Avanços nas pesquisas arqueológicas e a releitura das crônicas dos primeiros viajantes indicam que havia grandes complexos populacionais ao longo dos rios principais. Essas sociedades tinham uma cultura material muito elaborada, e representavam um processo de desenvolvimento cultural de mais de 3.000 anos, alicerçado numa série de adaptações ao meio ambiente amazônico. Possuíam sistemas de produção agrícola baseados em um grande número de variedades de plantas cultivadas, nos quais o plantio de árvores frutíferas fazia parte, provavelmente contribuindo à diversidade e segurança alimentar. (Miller, Robert P. Sistemas Agroflorestais Indígenas na Amazônia: uma visão histórica. Agência de Cooperação Técnica a Programas Indigenistas e Ambientais. Brasília- DF).

Em um curso realizado na Fundação Anchieta em 1987, em Cuiabá, estado do Mato Grosso, Brasil, descreveu-se que grande parte da preservação milenar dos castanhais amazônicos provém da ação direta dos povos indígenas, e que os seus roçados, principalmente da etnia Kaiapó, possuem mais de 140 espécies diferentes sendo cultivadas em consórcio agroflorestal. (Posey, Darrell A. Manejo da Floresta Secundária, capoeiras e cerrados (Kaiapó). In: Ribeiro, Berta (Coord.). Suma Etnológica Brasileira. Petrópolis: Vozes/Finep, 1986, p. 173-185).

A sabedoria indígena é muito grande no manejo dos seus cultivares, pois algumas tribos colocam formigas incompatíveis ou “inimigas”, ou seja, de diferentes espécies, no formigueiro uma das outras, e assim elas trazem um menor nível de dano econômico, e costumam ainda, valorizar o cultivo da batata doce, por que ela cobre rapidamente o solo e afasta as principais ervas invasoras.  Ainda mantêm pequenas árvores frutíferas em crescimento, as replantando nos roçados, e seleciona e mantêm em áreas estratégicas, espécies que são atrativas para a caça noturna, sobretudo.


Artesanato Indígena Pataxó com sementes de Pau Brasil e Tento Carolina
Um dos mais bonitos do mundo

Entre essas práticas, este manejo agroflorestal indígena, é a matriz também da agricultura das comunidades tradicionais caboclas ou coloniais, que não só propiciam o aumento da biodiversidade, mas também pela sua itinerância nos espaços territoriais, prescinde do uso de fertilizantes e agrotóxicos, além de estar pouco dirigida ao mercado, o que pressiona menos o ecossistema. (Bertho, Ângela. Os Índios Guarani da Serra do Tabuleiro e a Conservação da Natureza. Tese de Doutorado. Dpto. De Antropologia. UFSC. 2005 p.13).

As culturas indígenas, sendo dotadas de uma racionalidade diferenciada em sua visão de mundo e cosmologia, em que cultura e natureza se interrelacionam, são importantes aliadas para a construção de um manejo em que, saberes tradicionais e científicos pode contribuir para a sustentabilidade ecológica e cultural. Propõe-se a integração dos direitos indígenas, a valorização e o resgate de seus saberes tradicionais, especialmente os concernentes à sustentabilidade ecológica (Diegues, 2000, p.1-46; Roué, 2000, p.67-79; Castro, 2000, p.165-182; Colchester, 2000, p.225-256).


Casal da etnia Pataxó que trabalhamos 5 anos juntos

Há uma série de experiências no mundo sobre sistemas agroflorestais sucessionais. Conhecem-se, na literatura, vários exemplos de sistemas agroflorestais que apresentam a característica que nos remetem a identificá-los como que análogos aos ecossistemas locais, às florestas tropicais, e que a sucessão ou os princípios da sucessão ecológica estão presentes. Podemos citar como exemplo os diversos quintais agroflorestais, de comunidades tradicionais de ribeirinhos, quilombolas, caiçaras, dentre tantos outros; os sistemas de produção de algumas etnias indígenas da Amazônia, como os “Borá”, por exemplo, no Peru, apresentados por  Devenam & Padosh, 1987; os “Kayapó”, da bacia do rio Xingu, por Posey, 1984 e 1987); e também as experiências com as chamadas florestas análogas (Analog Forest), desenvolvidas por NSRC (NeoSynthesis Research Centre), no Sri Lanka, pela rede coordenada pela Environment Liaison Centre International em Nairóbi, no Kenya, e formada por algumas ongs na Costa Rica, e pelo UNOCYPP – Equador. Esses sistemas agroflorestais buscam reproduzir a arquitetura e ecologia dos sistemas naturais, tendo como foco a identificação e incorporação de biodiversidade (Senayake & Mallet, 1997; Senayake & Jack, 1998; Senayake, 2001).

Os sistemas agroflorestais biodiversos, desenvolvidos com base nas experiências do técnico agroflorestal e cientista Ernst Götsch, que possui uma propriedade modelo no sul da Bahia – BR, são chamados por alguns pesquisadores de Sistemas Agroflorestais Regenerativos Análogos (Safra; Vaz, 2001).


Policultivos e início de SAF com Araçá e outras nativas
Aléia de Guandu à direita, no Sitio Cristal Dourado – Fpolis - SC

Os conhecimentos ou fundamentos de muitos desses sistemas agroflorestais sucessionais, que têm raízes em culturas milenares, não estão sistematizados, ou não se encontram explicitados. Frutos do empirismo, esses sistemas complexos funcionam, mas muitas vezes não se sabe como ou porque, e torna-se difícil reproduzi-los ou generalizá-los, ou ainda adaptá-los em condições distintas das de onde essas agroflorestas são originalmente encontradas. (Peneireiro, Fabiana. Fundamentos da Agrofloresta Sucessional).

E muitas vezes são sistemas que se tornam pouco eficientes no sentido da geração de renda, e um novo olhar pode ser realizado, potencializando-se alguns cultivos, combinando espécies até exóticas, diminuindo seu impacto ao ambiente nativo, e introduzindo novos ecótipos ou variedades, até quase extintas, e podemos enriquecer o solo com os chamados adubos verdes. (Schorr, M. K. Sistemas Agroflorestais para o Brasil. Instituto Anima. Itajaí. 2001. P.60).

Portanto, o primeiro passo é buscar no ecossistema do lugar, os fundamentos para a construção dos agroecossistemas. No caso das regiões amazônicas ou de mata atlântica, devemos nos inspirar nos ecossistemas de floresta tropical. Esse tipo de ecossistema apresenta alta biodiversidade, com plantas ocupando diferentes estratos, e grande quantidade de biomassa. Portanto, nessas regiões, os sistemas produtivos, para serem sustentáveis, deverão ser agroflorestas, biodiversas e multiestratificadas.

Uma floresta não é estática. Ela segue a dinâmica da sucessão natural, onde os consórcios das plantas são substituídos pelos subseqüentes. Assim, a construção de uma agrofloresta deverá seguir esses mesmos preceitos, aonde os consórcios das plantas agrícolas, combinadas com outras plantas de interesse econômico, nativas ou não, vão se seguindo, de acordo com o tempo de vida das plantas, ocupando da melhor maneira possível o espaço vertical, ou seja, de forma que haja diferentes estratos.


Aldeia Indígena Walmiri Atrori – Amazonas - Brasil

Numa floresta encontram-se plantas bem próximas uma das outras, desenvolvendo-se muito bem, donde concluímos que as plantas não competem entre si desde que a combinação delas seja adequada. Dessa forma, as agroflorestas, que também podem ser chamadas de florestas de alimentos ou florestas de produção, buscam produzir alimentos e outras matérias-primas a partir de um tipo de sistema de produção que se assemelha a uma floresta biodiversa em estrutura e função.

Aqui é o detalhe mais importante: qual tipo de combinação teremos para os primeiros anos, e para uma idade clímax natural, de mais de 20 anos após o início do manejo? É preciso muita observação da realidade etnobotânica local, da preferência dos mercados, dos hábitos da fauna e da cultura nativa.

Podemos lutar contra o aparecimento natural das florestas, mas esta é a tendência natural do planeta, é sua forma natural de repovoar-se e abastecer-se novamente de todo o seu potencial vital. Na permacultura, temos as zonas I a V, e as florestas normalmente são bem vindas na zona V. Na biodinâmica se reserva áreas onde a entrada de seres humanos não se faz possível. A idéia é manter zonas totalmente selvagens, para que a vida do planeta seja mantida livre da influência de nossa civilização. Isto é importante para o equilíbrio do ecossistema e das bacias hidrográficas, e a real preservação da vida para as novas gerações.

Nossa intenção é trazer mais o componente florestal para perto das estradas, quintais, lavouras, hortas, cercas, rios, nascentes, para que possamos neutralizar principalmente os níveis muito assustadores do efeito estufa em nossa atmosfera e realidade ambiental atual em todo o planeta. E que isto seja à base da formação de uma nova mentalidade em todo o planeta. Na verdade, este nosso mundo é um “belo jardim do éden”, com a riqueza natural que possui, simplesmente poderíamos nos tornar crudívoros e frugívoros, como é a moda do slow food atual, e com o tempo, poéticamente  "um dia aposentadoríamos as enxadas, deixando os pássaros plantarem as sementes que eles se alimentam". Isto ocorre em alguns locais, como modernas ecovilas, mas pode representar algo que não queremos enfrentar, compreender e viver. Mas de certo modo, seja o ápice de nossa evolução cultural e espiritual em nossa rápida passagem pela terra.

Para isso, compreender o funcionamento da floresta e sua dinâmica é fundamental, e a sucessão natural é o princípio que deve orientar a elaboração e as intervenções no sistema. Podemos começar a compreender os princípios sucessionais quando observarmos que uma área degradada, depauperada pelo ser humano, e considerada improdutiva em termos agrícolas, quando fica em pousio, a própria vegetação, fauna e microrganismos ou seres muitas vezes considerados, pelo ser humano como pragas, plantas daninhas, recuperam o solo e então o(a) agricultor(a) pode voltar a produzir alimentos naquele local, ou seja, os seres vivos atuam no sentido de aumentar os recursos vitais e nutricionais para a vida no lugar.


Sitio dos Sonhos, uma ecovila em São Bonifácio - SC

Uma das características universais de todo o ecossistema é a mudança contínua a que está submetido (Gomez & Wiechers, 1976). O processo clássico de sucessão secundária envolveria a substituição de grupos de espécies ao longo do tempo, à medida que estes predecessores fornecessem condições mais favoráveis ao desenvolvimento das espécies já presentes na área, com crescimento lento e estabelecimento de espécies mais tardias (Egler, 1954).

Mas estabelecer um sistema agroflorestal, não significa abandonar a área e a visitar a cada seis meses, é um processo de manejo contínuo, potencializando todas as áreas por metro quadrado. Então, se mudas morrem, ou estão fracas, se substitue e se aduba,  corretamente.

Diversas tendências estruturais são esperadas ao longo do processo sucessional, como o aumento da diversidade, da eqüabilidade, do número de estratos, etc., à medida que a comunidade atinge um nível estrutural mais complexo (Odum, 1969). Além do aumento da biodiversidade, são notáveis as transformações ambientais no decorrer da sucessão, como a transferência de nutrientes livres do solo para a comunidade biótica ao longo do processo, reduzindo sua perda; a melhoria da estrutura edáfica pela produção de matéria orgânica, além de modificações do microclima (Gomez & Vasquez ,1985).

Segundo Götsch (1995), sucessão natural é um processo que pressupõe mudança da fisionomia e das populações no espaço e no tempo, no sentido de aumento de qualidade e quantidade de vida. Nos estudos sobre sucessão ecológica observamos que são consideradas apenas as espécies arbóreas e praticamente são desprezados os outros portes vegetais. Da mesma forma, poucos são os autores que correlacionam a vegetação com a fauna, e mais  especificamente, com a fauna do solo.

Sabe-se, por exemplo, que à sucessão das espécies vegetais acompanha a sucessão animal e também da fauna do solo. Lal, 1992, estudando a sucessão da fauna do solo em área degradada, em processo de recuperação, identificou diferentes estágios, sendo que, em áreas degradas, com micro-clima quente, seco, com pouca cobertura vegetal, há predomínio de colêmbolas; havendo o aumento de serrapilheira há presença, em alta densidade de larvas de dípteros, colêmbolas, carabídeos predadores e aranhas, podendo haver uma população mínima de minhocas; quando vai se avançando na sucessão, com crescente produção de matéria orgânica, há predomínio de minhocas epigeicas, seguido das anécicas, culminando com um notável aumento da atividade da fauna saprófaga.


Cobertura de Mucuna sp, adubo verde, Sitio Cristal Dourado

Em estudo comparativo entre sistema agroflorestal sucessional implantado por Ernst Götsch e uma capoeira de mesma idade, observaram-se que as intervenções acabam por acelerar o processo sucessional. Com relação à fauna de solo observou-se essa tendência, predominando espécies predadoras na mesofauna do solo da área de capoeira enquanto que na área de agrofloresta as espécies saprófitas eram as mais abundantes, tendo sido encontrado inclusive minhocuçu (Rinodrillus sp.) (Peneireiro, 1999)

Se fizéssemos uma experiência simples: se identificássemos capoeiras de diferentes idades, próximas umas das outras, sobre mesmo tipo de solo, posição do relevo e histórico de uso, e delimitarmos pequenas parcelas de 25 m2 , onde quantificaríamos, em cada uma delas, o número de espécies e o número de indivíduos por espécie, observaríamos que, conforme aumenta a idade da vegetação da parcela, o número de espécies se eleva e a densidade de indivíduos por espécie diminui.

 Utilizando desse importante ensinamento da própria natureza, conclui-se que é importante, na implantação das agroflorestas, que as espécies sejam introduzidas em alta densidade e alta biodiversidade. A introdução de árvores em alta densidade, em conjunto com as espécies de ciclo de vida curto e médio, reduz inclusive a mão-de-obra e viabiliza o bom desenvolvimento das plantas, caso contrário, poderá haver um combate insano contra as “ervas daninhas”, que indubitavelmente surgirão para ocupar o espaço desocupado.

                           
                                 Açaí na Floresta amazônica - Pará - Brasil

Modernos Conceitos de Policultivos e de Sistemas Agroflorestais - SAFs

“Sistemas Agroflorestais” ou SAFs são sistemas de uso da terra que buscam aproveitar ao máximo as condições ambientais e ecológicas presentes em um ambiente produtivo agrícola e que para isso consorciam ou combinam espécies compatíveis e de interesse agronômico e ecológico em diferentes estratos e composições vegetais. Os objetivos de produção e de utilização culturais, níveis de utilização radicelar dos solos ou da profundidade de penetração de suas raízes, proteção e regulação da etologia ou do comportamento das pragas e agentes biológicos, entre outros são demais funções e cuidados que estes sistemas de produção agrícolas utilizam para serem com ampla eficiência implementados. (Schorr, M. Fundação Cidade da Paz, Brasília, DF, 1992).

“Sistemas Agroflorestais” são aqueles sistemas que aumentam o rendimento e o melhor aproveitamento de uma área agrícola, combinam a produção de culturas agrícolas, espécies florestais e animais simultaneamente ou em seqüência, na mesma unidade de área, e ainda empregam práticas de manejo compatível com as práticas da população local. (Kopijni, A.). Um dos principais agrossilviculturistas da atualidade, é holandês, fez sua formação na Índia, é um consultor internacional nesta área e vive em Botucatu, na Comunidade Demétria - SP).

“Sistemas Agroflorestais” são formas de uso e manejo da terra, nas quais árvores e arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa seqüência temporal. (Dubois, Jean, Talvez o maior especialista brasileiro em sistemas agroflorestais para a Amazônia e preside uma ong chamada de REBRAF- Instituto Rede Brasileira Agroflorestal - RJ).
             
Os “Sistemas Agrossilvipastoris” são aqueles sistemas onde existe a interrelaçåo entre os componentes da produção agrícola, florestal e animal (Baggio, A., Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, EMBRAPA, Colombo - PR. É um engenheiro-florestal, doutor em Sistemas agroflorestais na Espanha).

Sistemas Agroflorestais é um manejo sustentável da terra que permite incrementar a produção total combinando agricultura, produção de árvores florestais e frutíferas e ou animais simultaneamente ou seqüencialmente, e que seja compatível com o padrão cultural da região (Bene et al., 1977).


Tab.1.0. Consorciações possíveis e Conceituação
dos Sistemas utilizados em Agrosilvicultura
(Adaptado de Combe; Budowski - CATIE)

Cultivos Agrícolas
Florestas
Pecuária


Cultivos Agrícolas, Pomares, Árvores

Árvores Perenes, recomposição da Flora, escolha de espécies econômicas

Criação Animal, Pastos, Fenação

Sistema Silvo-agrícola


Sistema Agrossilvopastoril


Sistema Silvo-pastoril

Evolui para Sistema Agroflorestal

Torna-se um Sistema Permacultural

Evolui para uma Permacultura com Animais



Cultivo em Aldeias,
Agricultura Familiar e
Empresarial
Cultivos Múltiplos
Policultivos
Aléias
Árvores Frutíferas em Lavouras, Tanques, etc


Árvores que fertilizam
os solos                      Florestas Sustentáveis
tradicionais e modificadas
Florestas Medicinais
Reprodução de Climax
Novas espécies
Apicultura, Animais Silvestres


Pastoreio e produção de forragem em plantações florestais. Pastoreio e produção de Pastos complexos, com Cercas Vivas e Arborização. Aléias            para a produção de Forragem



Hortos Agrícolas
Extrativismo Sustentável
Permacultura Abundante


Quebra-ventos, Quebra-fogos
Madeira para Construção, Lenha
Plantas Ornamentais
Cogumelos, Mel



Bancos de Proteína
Múltiplos Pastos
Adubos Orgânicos



Como se pode observar esta classificação demonstra quais são os principais tipos gerais de combinação entre os elementos que participam da agricultura, as culturas, florestas e animais. Todos bem combinados podem dar origem a uma agricultura mais permanente, ecossistêmica, orgânica, biodinâmica, permacultural, sustentável e multicomercial.

Tipos de Sistemas Agroflorestais

São aqueles sistemas que são associados a culturas agrícolas anuais ou perenes, com espécies florestais. São classificados por:

Método Taungya ou Cultura Intercalar: Consiste no estabelecimento de cultivos florestais com culturas agrícolas. Emprega o cultivo de espécies anuais nos primeiros anos do cultivo de uma floresta ou de um SAFs. Exs: Bracatinga com feijão, arroz, milho; Cacau com banana, milho, feijão, café; Castanheira com café, banana, pupunha, milho, mandioca, entre outros.
Consorciações para SAFs Amazônicos mais Encontradas:

- Guarubá + Mogno + Banana + Cupuaçu + Ingá-cipó + Milho + Mandioca + Feijão: produção de alimentos, madeira de lei, é um dos mais tradicionais.

- Andiroba + Freijó + Mandioca + Milho + Feijão: produção de óleo, madeira, alimentos.

- Tatajuba + Paricá + Eucalipto + Panicum maximum + Centrosema pubescens + Braquiaria humidicola + Estilosantes: para minimizar o impacto de monocultivos de pastagem e queima da floresta. 

- Freijó + Café + Milho ou Feijão ou Mandioca: ótimo para café sombreado.

- Seringueira + Ipê-roxo + Mogno + Cacau + Banana + Café + Cana: borracha, madeira, lenha, remédio, frutas e alimentos. Ótimo para o café.

- Freijó + Café + Arroz: tradicional para a agricultura familiar

- Castanha + Cupuaçu + Ingá + Andiroba + Copaíba + Banana + Milho + Mandioca + Batata-doce: Castanha, madeira, frutas de exportação e para consumo interno e agroindustrialização, cereais e óleos de alta qualidade,

- Cumaru + Freijó + Banana + Cupuaçu + Ingá + Milho + Feijão Caupi: produtos medicinais para a indústria de cosméticos, temperos, condimentos, madeira, frutas, forragem animal, grãos.

- Castanha + Freijó-louro + Pupunha + Banana + Pimenta-do-reino + (Milho, Feijão, Mandioca, Arroz, etc.): muito bom para a mata mais fechada e úmida.

- Freijó-louro + Seringueira + Café: madeira e produção em maior escala de Café.

- Cacau + Banana + Pimenteira + Pupunheira + Mandioca: para pequenas propriedades, pode ser plantado em nível e é muito tradicional.

- Pimenta + Pupunheira + Bandarra + Freijó Louro: madeira, lenha, alimentos, palmito de alta qualidade.
  

SAFs de maior ocorrência no Nordeste
  

- Algaroba + Palma + Agave + Guandu + Leucena: para o semi-árido, um sistema agroflorestal - SAF mais tradicional para pastagem. Possui ainda baixo aproveitamento energético e permacultural. Deveria ser combinado com o uso intenso de matéria-orgânica na forma de mulching, uso de cercas vivas e formação de bosquetes mais úmidos com cedro, mogno, castanheira, açaí, oiticica, dendê, maniçoba, leguminosas como algaroba, eritrina, grevilha, leucena, ingá, entre outros.

- Leucena + Guandu + Palma + Milho + Cana + Calopogônio: para colheita de Milho, como forrageira e para pastagens durante a seca. O gado vai ter pasto com leguminosa e vai ganhar peso e sombra.

- Castanha + Seringueira + Côco + Banana + Cacau + Cana + Melancia + Milho: um SAF que poderá fornecer muitos resultados econômicos e enriquecer a dieta dos agricultores na região. Áreas mais próximas as matas amazônicas.

- Palma + Algaroba: pastagens sombreadas com o uso da leguminosa.

- Babaçu + Arroz: colhe-se óleo, castanha e o cereal.

- Árvore de Niem + Arroz: sugestão para SAF no semi-árido.

- Algaroba + Capim-buffel: para pastos no semi-árido, pode-se introduzir a glicirídea, a leucena, o guandu e o calopogônio.

- Caprinos + Avelós: semi-árido. Recomenda-se o uso de bosquetes e a integração com os sistemas silvopastoris que utilizam leguminosas em aléias consorciadas com as pastagens.

- Côco + Cacau + Maniçoba + Abacaxi: na zona da mata, é bem econômico. A Maniçoba produz borracha.

- Maniçoba + Guandu + Palma: zona do semi-árido com pastoreios rotativos.
                 
 - Leucena + Sorgo + Mucuna ou Feijão-bravo-do-Ceará: semi-árido e zona-da-mata, plantio em aléias e para pastoreio e adubação verde.


SAFs de maior ocorrência no Cerrado:
  
        
- Castanheira + Mogno + Jacaranda + Angico + Jatobá + Copaiba

- Acerola + Estilosantes + Abacaxi + Batata-doce + Milho + Feijão-de-porco + Guandu
- Pequi + Caju + Pupunha + Algodão

- Caju + Pequi + Mangaba + Umbu + Manga + Abacaxi + Soja: rotacionada com milho e bancos de proteínas

- Mogno + Jacarandá + Sobrasil + Angico + Arueira + Jatobá + Jequitibá + Ipê, em SAFs com Castanheiras + Copaibeiras + Café + Mandioca + Milho: Precisa ir plantando durante os primeiros 4 a 6 anos com muita poda.

- SAF Medicinal: Ipê-roxo + Ipê-amarelo + Copaíba + Sucupira + Barbatimão + Ervas Medicinais: em áreas de monocultivos de agronegócio, como uma importante alternativa de renda.
  

SAFs importantes para a Região Sul e Sudoeste do Brasil:
  

- Araucária + Imbuia + Peroba + Louro-pardo + Culturas Anuais: ótimo consórcio para o Norte do Paraná, região de Londrina. A idéia é reflorestar as áreas verdes que estão mal manejadas para proteger as suas nascentes e produzir madeira de lei e grãos.

- Araucária + Aroeira + Erva-mate: consórcio muito utilizado no PR, SC e até RS. É excelente para ser utilizado com pastagens.

- Bracatinga + Erva-mate + culturas anuais: muito utilizado perto da região de Curitiba. A Bracatinga é uma espécie leguminosa das mais importantes para os SAFs do Sul do Brasil.

- Cultivo em Faxinal + Pastagens: ocorre no PR, SC e RS, onde um conjunto de até 80 espécies vegetais é consorciado com o pastoreio de animais, em áreas de maior declividade e em solos mais ácidos, e de forma comunitária.

- Araucária + Erva-mate + Pastagens: muito comum onde se colhe a erva-mate, vende-se pinhão e ainda podem-se conduzir excelentes rebanhos. Pode fornecer uma renda muito elevada com a venda da madeira e da erva-mate.

- Seringueira + Côco + Citrus + Cana com Guandu em Aléias: em climas mais tropicais pode-se introduzir árvores maiores como a seringueira, o côco, afim de aumentar a receita da comercialização de seus produtos.

- Bracatinga + Erva-mate + Araucária + Trigo, Soja e Milho em rotação: este consorcio é muito interessante por que a Bracatinga é uma espécie que pode recuperar a fertilidade dos solos, descompactar horizontes mais profundos e fornecer uma excelente lucratividade.

- Fícus + Marica + Bergamota + Pastagens: para a região leste ou litorânea. Produz sombra para o gado.

- Acácia + Pastagens: são leguminosas que possuem a capacidade de fixar nitrogênio e produzir uma elevada quantidade de madeira/ha. Pode ser consorciadas ainda com Acacia mangium, A. auriculiformis, A. crassicarpa, A. holosericea, Erythrina poeppigiana, Zeyhera tuberculosa, Tabebuia rosea, Joanesia princeps,   Terminalia catapa, T. ivorensis, Albizia caribea, A. falcata, Mimosa caresalpinifolia, Cordia alliodora e Pterygota brasiliensis.

- Café + Ingazeiro ou Leucena ou Banana ou Grevilha: muito utilizado na região de SP e PR, e ajuda muito na produtividade da produção de café.

- Maracujá + Guandu + Milho + Amendoim + Quiabo + Girassol + Aboboras + Melancias - Feijões Vagem Guaranis (Adubo verde e alimento): indicado para a região de Florianópolis – SC.

Cultivo em Aléias (Alley Cropping): São cultivadas espécies úteis para a recuperação da fertilidade natural dos solos nas ruas entre as fileiras ou renques plantados com espécies arbóreas, geralmente leguminosas, onde sofrem podas periódicas durante o ano. Estas barreiras de proteção para as culturas agrícolas são mantidas com portes baixos. São cultivadas inclusive em curvas de nível e em terraços como quebra-ventos, cercas vivas, etc. Sua grande vantagem é que os animais se alimentam e o solo é fertilizado diretamente com o corte de suas restevas que são dispostas normalmente entre as linhas dos cultivos. Podem revitalizar um ambiente rapidamente e trazer muita economia no manejo do gado. Também são muito importantes como corredores de combate e prevenção aos incêndios florestais, onde são montadas em áreas próximas às florestas, com o plantio de faixas concentradas de até 5 ms de largura. Faixas maiores são camadas de “Quebra-fogos” ou Stop-fires. Exemplos: acácias, leucena, algaroba, caliandra, erytrina. entre outras.


Aléia de Guandu (Cajanus sp), com invasão da Mucuna preta, ao lado produção de
Maracujá. Tudo será cortado e incorporado ao solo. Sitio Cristal Dourado.

Alley Farming: Introdução dos SAFs com animais em pastagens diversificadas. Pesquisa-se a forma de mastigação dos animais e a altura do pasto que consomem, assim podem colocá-los conjuntamente ou em rotações mais inteligentes. O consórcio de aves com coelhos é muito conhecido e utilizado no México e América Central, o esterco dos coelhos possui vermes e insetos para as aves alimentarem-se.

Arborização de Culturas: Utilizam-se espécies arbóreas de porte médio e alto para a produção de madeira, frutos ou usos múltiplos, plantadas a espaçamentos regulares e amplos permitindo inclusive a mecanização. São os chamados “Sistemas Agroflorestais  Tradicionais”. São muito importantes para as zonas de transição entre as matas e os campos, para a região do Cerrado Brasileiro, para os sistemas de produção monoculturais de cana-de-açúcar e soja no Brasil, para as comunidades autóctones da Amazônia, entre outras.

Árvores para Sombreamento: Espécies arbóreas de porte médio e alto, madeireiras, frutíferas ou para usos múltiplos, usadas para a proteção de culturas agrícolas anuais ou perenes de sombra (Cacau, café, pupunha, cardamomo, gengibre, medicinais, etc). São formados de forma mais densa e compacta.

Suporte para Trepadeiras: Árvores e arbustos para uso como esteio de culturas como maracujá, uva, chuchu, cará, pimenta-do-reino, guaraná, etc. É usado o bambu, acácia, grevilha, eucalipto, arueira, mogno, cedro, entre outras.

Integração Piscicultura-Bosque ou Aquassilvicultura: árvores cujos frutos sejam aproveitados para alimentação de tanques de piscicultura. Ex: Araçá, guavirova, pitanga, goiaba, pessegueiro, videira, citrus, murici, banana, etc.

Árvores em Matas Ciliares : Palmito e reflorestamento de árvores para conter enxurrada e erosão de rios, normalmente para fins comerciais, como abacateiro, citrus, pereiras, mangueiras, banana, graviolas, cupuaçu. Os rios podem ser repovoados com aguapés e vitória régia, mediante estudos de capacidade.


Pupunha, Mercado Vale-Quanto-Pesa, Belém - BR

Árvores de Valor Comercial: Espécies florestais que são cultivadas em áreas específicas, normalmente em terrenos inclinados, na forma de bosques úmidos ou não, que objetivam a venda futura de madeira para movelaria principalmente. Também são cultivadas para cercas vivas inclusive de divisas territoriais e para sombreamento de estradas. Mais comum é o eucalipto, cedro,  mogno e araucária.

Árvores para Melhoramento da Fertilidade dos Solos: Espécies florestais que possuem a capacidade de nitrogenar o solo enriquecendo-o com níveis de nitrogênio e fósforo muito mais elevados e são cultivadas normalmente em práticas mais longas de pousio, no repovoamento de florestas. Também são utilizadas em sistemas agroflorestais, sobretudo nos sistemas de cultivo em aléias ou alley cropping. Ex: Angico, leucena, grevilha, etc.

Agricultura Indígena Tradicional Amazônica: Esta agricultura aborígene amazônica chega a introduzir um consórcio com 140 espécies diferentes de aproveitamento alimentar, medicinal, para combater pragas e atrair caça. Possui o uso da batata-doce como planta básica de controle da regeneração natural da floresta. Seu sistema mais sustentável possui uma razoável fonte de vitaminas, energia e proteínas.

Agricultura em Patamares ou “Slopping Agricultural Land Tecnology”:  Agricultura praticada por exemplo nos Andes e nas Filipinas em plantações de arroz em terrenos declivosos, utiliza SAFs para contenção da erosão e proteção do solo.


Açaí, peixe e farinha com pimenta, almoço típico na Amazônia


As Vantagens e as Limitações dos Sistemas Agroflorestais

A formação dos SAFs engloba como norma básica uma estrutura agrícola diversificada, menos dependente de recursos externos, mais regenerativa e que melhora a qualidade de vida e do meio-ambiente. Ainda é descentralizada nos conteúdos e formas de organização social e política. Seus objetivos consistem basicamente de:   

- Aumentar a utilização e rendimento fotossintético dos vegetais. Isto também segue prioridades. Uma delas, é a busca de novas descobertas de ordem genética (pesquisa etnobiológica, engenharia, citogenética e biotecnologia), outra, é a estratificação vertical e melhor combinação horizontal adequada das plantas (Permacultura, engenharia florestal e SAFs diversos).

- Incrementar a melhoria de fertilidade dos solos e reciclagem de nutrientes, diminuindo o impacto dos fatores interperizantes, usufruindo das técnicas de conservação e manejo adequadas.

- Ocupar da melhor forma diferentes horizontes de solo e extratos aéreos verticais trazendo proteção maior contra ventos e tempestades.

- Evitar o efeito dependência e queda de mercado, com uma maior diversidade alimentar e oferta de produtos.

 - Conquistar novas fontes de exploração agrícolas mais sustentáveis, entre os sistemas de consórcio agrícola, arbóreo e animal.

- Verticalizar a economia. Proteger o meio-ambiente, e se tornar um importante fator de prevenção ao impacto das mudanças climáticas.

- Melhorar as condições vitais, ambientais, ecológicas e climáticas do ecossistema.

- Pode ser habitado e consorciado com a criação de animais silvestres.


              Tab. 2.0. Comparação de Dois Paradigmas de Cultivo:

                             Monocultivos e Policultivos

                   (Adaptação de CHAVELAS, CATIE, 1979)

Características

Monocultivos


Policultivos


Estrutura:


Lavouras

SAFs

Estratos:

Dimensional


Multidimensional

Arquitetura:


Homogênea

Heterogênea



Fitossanidade:


Pragas Uniespecíficas

Rápida multiplicação


Poucas pragas

Barreiras naturais com maior número de 
inimigos naturais


Ocupação do Agricultor:

                      

              Estacional


Contínua



Atividades:

Casual

Intensiva

Sustentável

Múltipla








Aproveitamento da Capacidade Sócio-cultural:




Limitada

Se transplantam
Tecnologias Tradicionais e
Convencionais impactantes

Importação Massiva
de Nutrientes, Sementes

Perda Crescente de
Valores Tradicionais


Sem previsão de limites

Tecnologias.            associadas a descobertas mais recentes, adaptáveis ao local da atividade

Pouca importação
de tecnologia e de nutrientes

Evolução da Cultura Tradicional





Impacto ecológico:




Degradação e exploração
do meio ambiente

Destruição, Venda e Exportação do Ecossistema
                             

Procura-se melhorar o
ambiente

Busca-se a reciclagem de nutrientes e a recuperação da fertilidade

Ecossistema é reciclado e mais preservado



Retorno Econômico

Atualmente paga os               custos de produção, mas os custos ambientais e sociais não são orçados


Consegue pagar seus custos de implantação, obter lucratividade e sem ônus ao ambiente.


Algumas Experiências em SAFs e seus efeitos na Economia

Experimento em Una (Bahia, Brasil), ano de 1984, envolvendo o cultivo de seringueiras (Hevea brasilium) consorciadas com banana-da-terra (Musa paradisiaca) e açaí (Enterpe oleraceae), demonstra que se pode deslocar para o segundo ano de exploração agrícola o retorno dos gastos para a implantação do sistema através da venda da produção de banana-da-terra e açaí. Em monocultivos, de seringueira teríamos o retorno a partir do nono ano (Alvim et al, 1989).  O mesmo autor demonstra que o ponto de nivelamento econômico em um consórcio de cacau (Theobroma cacau) com pimenta (Piper nigrum), pupunheira (Bactris gasiparae), banana-prata (Musa sapientum) e mistura de variedades locais de mandioca, pode ser deslocado para o 2o. ano, ao invés de ser gerada no 12o. ano como é encontrado nos monocultivos de cacau e seringueira.
                                                          
Para o dendê (Elaeis guineensis), o abacaxi possibilita retornos a partir do segundo ano quando em consórcio. Seria 8 anos para retorno positivo em monocultura (Alvim et al, 1989). Rayatree exemplifica como cultivo de grande retorno financeiro o exemplo do consórcio Acacia albida e sorgo no Saara.  A produção chega a ser duas vezes maior. As folhas das espécies florestais caem na estação chuvosa quando está sendo cultivada a cultura anual e permanecem na seca protegendo o solo e combatendo os ventos, quando não são realizados os plantios. Copijni exemplifica o emprego do consórcio entre uma espécie de Kiwi (Paulownia alongata) e o cultivo de culturas anuais na China. A produção chega a ser o dobro, pois as culturas anuais atraem insetos polinizadores e dinamizam melhor os nutrientes, e o retorno é bastante compensador. Outro pesquisador, Lagemann enfatiza que os cultivos mistos chegam a ser 10 vezes mais rentáveis que os convencionais.

Stoler demonstra que os hortos caseiros trouxeram mais de 60% da necessidade de calorias da família e mais de 20% dos ingressos econômicos em outros países como Java. Na Nigéria, 67% do país é cultivado com um consórcio entre azeite de palma, cacau, café e noz-de-cola (Getahun, Wilson e Kang, 1982). Todas estas culturas são organizadas na maioria em associações e são exportadas para os países europeus. Grande parte da Ásia sul, porção oriental, cultiva-se côco consorciado com caucho, cacau, café e azeite-de-palma. No Quênia, 50% da lenha e 40% da forragem são provenientes do cultivo de árvores na beira dos cursos d'água, caminhos, estradas, borda de lavouras, etc.

No Brasil, 73% do semi-árido nordestino não podem depender de chuvas para a adequada exploração agrícola (Hargreaves). Assim é necessário o uso de espécies vegetais arbóreas de elevada resistência às intempéries da seca. Nesta mesma região, o consórcio cacau e bananeira são muito utilizados, já côco (Cocos nucifera), babaçu (Orbignya martiana), carnaúba (Copernicia prunifera) e dendê (Elaeis guinensis) são utilizados com espécies de elevado retorno econômicos.


Cupuaçu, Belém - PR

Dubois et al (1983),coloca que o valor bruto da produção ha/ano pode ser aumentado em 46,21% e a receita líquida da atividade agrícola ha/ano também pode aumentar em 41,76% com policultivos com cacau, café, cupuaçu, mandioca, feijão, milho, arroz, freijó (Cordia goeldina), mogno (Swietenia macrophyla), na regiåo de Tapajós-Amazônia Brasileira. Isto representa acréscimos de 5 ha/ano em relação a área de monocultivos agrícola. No sul do Brasil experimento que envolve o plantio da bracatinga (Mimosae scabrela) afirma que se pode ter um rendimento médio econômico de 45 % a mais com o seu cultivo consorciado com as lavouras, com a venda da lenha, produção de mel e acúmulo de nitrogênio no solo.

Kang, em 1987 estimou a contribuição de nutrientes de aléias de glicirídia e leucaena para uma cultura de milho em 40 Kg por ha. Guevara, 1978 reporta rendimentos de 500 a 600 kg de N por hectare em plantações de forragem no Havaí.


6. Metodologia:

Alem de viajar-se por várias regiões do Brasil, e termos participado de congressos nacionais de agroecologia e de permacultura, onde se destacaram o IV Encontro Brasileiro de Agricultura Alternativa em Petrópolis – RJ,  no ano de 1984, e a aprovação de uma consultoria para o Centro Nacional das Populações Tradicionais – CNPT, do IBAMA, em Brasília, para o PPG7/ONU, na região de fronteira do Brasil com o Peru, na reserva extrativista Chico Mendes, no ano de 1998, desenvolvemos uma síntese de nossas buscas e pesquisas em nosso sitio, aplicando várias eco-tecnologias, na sede de nossa organização, o Instituto Anima, de forma intensa e objetiva.

O Sitio Cristal Dourado foi encontrado abandonado, coberto de mata de cipó espinhoso e com uma população muito elevada de pinus eliotti. Em 2 meses limpamos o local, retiramos o pinus, e iniciamos um processo de zoneamento e de setorização do sitio,potencializando cada local com novos cultivos e combinações de plantas, em diferentes níveis e estratos agroflorestais. Em 120 dias, plantamos completamente a área, tornando-a muito produtiva:

Iniciamos com hortas, em sistemas de policultivos: com plantio de ervas medicinais (Menta, mirra, hortelã, malva, cana-de-macaco, arruda, guiné, centella asiática, babosa, saião, orégano, alecrim, tomilho, mercúrio cromo, mil folhas, artemísia, ginseng, cânfora, quebra-pedras, arnica, abre caminho, gervão, ambrosia, entre outras) no extremo dos canteiros, e do lado oposto, espécies mais perenes como couve, berinjela, pimentão, pimenta, tomate, abobrinha, etc. Sementes de hortaliças, como cenoura, rabanete, nabo, rúcula, alface, chicória, agrião, acelga, coentro, salsa, cebolinha, alho porró, foram semeadas em linhas, e no meio das ervas medicinais de maior porte, sendo colocadas à lanço.

Posteriormente, devido à forte presença do aquecimento solar, tivemos que optar por construir uma estrutura superior de madeira de eucalipto e as toras, aproveitando em parte as toras de pinus do sitio, e sendo coberta por tela de sombrite 50 %.  Entre os postes colocamos fios de arame galvanizado, e para subir neles introduzimos o plantio de guaco, a ora-pro-nobis, o maracujá, o feijão-vagem guarani, a vagem, ervilha, a bucha e a cabaça.  Temos hoje quatro hortas totalmente cobertas, totalizando aproximadamente 900 m2 de área coberta, e sendo irrigadas com mangueiras de microaspersão Santeno tipo II, que são dispostas sobre ripas finas de madeira, penduradas por arames nas estufas de sombrite. O ambiente interno fica protegido, mais úmido e bem vital. Até no verão em nossos solos pobres arenosos, onde o sol é intenso e atinge mais de 14 UV, pois estamos a 1.5 km do mar, temos uma boa produção de alimentos e até de verdes como alface. Isto não ocorre em quase lugar nenhum da “ilha da magia” ou Florianópolis ou Floripa como é chamada nossa capital de SC.

- A adubação dos solos: foi realizada durante várias vezes ao ano, com porções pequenas e constantes de calcáreo, pó de rocha, esterco de aves, de boi e nossa compostagem, esta em uma escala maior. Houve o uso de palha de pinus e de serragem fina em alguns locais. Adubação em excesso atrai pragas, e sempre é interessante em doses menores quando as plantas ficam mais enfraquecidas. O uso de biofertilizante foi sempre aspergido em dias de sol muito forte e seco, nos finais de tarde, algumas vezes por ano, e este biofertilizante possui algas, água do mar, pó-de-rocha, bórax, zinco, enxofre, leite, bagaço-de-cana, restos vegetais verdes escuros e animais, como esterco de aves e de cachorro, gado e um pouco de sulfomagro e de biogel comprado externamente. Ele aumenta a absorção de nitrogênio em plantas que estão carentes deste elemento e ativa profundamente a biologia.


- Montamos duas mandalas de ervas medicinais: de mais de 10 ms de diâmetro cada uma, e que possuem uma produção de mirra, gervão, ginseng, artemísia, ambrosia, carqueja, babosa, saião, alecrim, arruda, mil folhas, hortelã, malva, capim limão, melissa, agave, folha da fortuna, abre caminho e abacateiro.


Sistemas de Agroflorestas do Sitio Cristal Dourado:

- Modelo de Agrofloresta I: Policultivos com Maracujá: Temos uma grande produção de maracujá, em sistema de espaldeira, consorciado com guandu, mandioca, amendoim, milho crioulo e indígena (Mais de 20 variedades), quiabo, girassol, abóboras, melancias, melões, batata-doce, e feijões vagens guaranis (2 espécies antigas em extinção), crotalária (3 espécies) que servem como alimento secos, verdes e para adubação verde. Os feijões guaranis secos parecem como o feijão azuki, mas são bem mais rústicos e se espalham muito mais. Podem ser comidos como vagem, verdes e nitrificam os solos. Secos fornecem brotos muito poderosos.

O guandu é cultivado ao lado do maracujá, e é podado três vezes ao ano, as sementes são cozinhadas com arroz, e são muito fortes, a mandioca é plantada em linhas com os demais cultivos, distante 1  m , somente que bem espalhada, e a batata-doce é implantada no outro extremo, distante 5 a 10 ms. Mandioca é colhida a cada 12 meses, algumas deixamos 36 meses, e ficam com 1.5 ms cada raiz ! Cada batata-doce neste sistema, se adubada corretamente com composto chega atingir 1.0 kg cada uma!

Ocorre uma maior proteção do solo, com o crescimento da abóbora, melancia, amendoim, batata-doce e feijão guarani. As copas da mandioca também são podadas. Nas porções finais do terreno é introduzida a banana, pinha, ora-pro-nobis, physalis sp, e nos arames que ficam vazios, plantam-se buchas, cabaças, chuchu nos locais mais úmidos, e guaco.

Espécies agroflorestais menores podem ser colocadas no centro do sistema, como o mamão, figo, limão, araçá, guavirova, cabeludinha, côco-anão, açaí, laranjinha, pitanga, acerola e bicuda (Nativa da Ilha de Fpolis).

Depois da colheita que começa com o quiabo, o milho, o girassol, o feijão, o maracujá (Durante 6 meses), ainda a crotalária, a batata-doce, a mandioca, inserimos ainda a mucuna preta e cinza (mucuna sp), para forrar o sistema de massa verde e de nitrogênio, sendo podada antes do inverno e deixada como mulching. Em Florianópolis, pode-se plantar milho até no inverno, mas ele é geralmente atacado por gralhas azuis e papagaios da região. Para isso colocamos bastante girassol para que estes animais tenham uma nova fonte de energia e nutrição, colaborando com a estética e a natureza, e descompactando os solos. Mas girassol é sinônimo de pura beleza e comida farta para todo mundo, usado como picles salgados, brotos e leite.


Esq. guandu, centro gergelim, crotalaria juncea, feijão-de-porco
Fundo banana, e maracujá a direita

- Modelo de Agrofloresta II: Algodão + Laranjeira + Cabeludinha + Araçá + Mandioca + Lab-Lab + Abóboras + Morangas + Melancias: O algodão produz mais quando recebe aporte de nutrientes da poda das copas das mandiocas e da parte do cipozal do lab-lab, e as micorrizas das abóboras ativam o solo. A terra fica toda coberta de lab-lab, intensamente verde e cheia de mulching. Colhe-se muito algodão, morangas, aboboras e melancias facilmente. Frutas amadurecem cada uma na sua época. Comida não falta. Algodão serve para tecelagem e para artesanato com sementes, cachimbos e cabaças.

- Modelo de Agrofloresta III: Mamão + Figo + Laranja + Limão + Banana + Leucena + Milho Roxo ou Vermelho + Feijão de Porco + Guandu + Batata-doce + Mandioca: Nos cantos laterais face sul, temos a banana consorciada com guandu, mamona e crotalária, todas estas sendo usadas para poda e adubação verde, e podem ser colhidas suas sementes para nutrição e venda. A batata-doce não vai bem com a banana, não são compatíveis. O plantio de tagetes ainda é aceito pelo bananal se houver luz. O Milho, com feijão-de-porco, quiabo, é plantado em linhas de 1 x 1 ms, e as árvores são cultivadas em sistema de triângulo a cada 8-10 ms. O mamão é uma planta rara na agroecologia, por que sofre muito ataque da doença antracnose, e no sistema agroflorestal e com o uso de pó-de-rocha, calcáreo e cinza podem ter uma incidência menor. Seu valor final atinge até R$ - 3.00/kg, sendo uma importante fonte de renda para feiras e mercados e venda local. A mandioca pode ser plantada bem espalhada, senão se torna dominante e inoportuna para manejo e plantio posterior em outras safras futuras. No inverno é interessante o plantio de ervilhaca neste setor com o tremoço.


- Modelo de Agrofloresta IV: Gergelim + Feijão Cariocão + Feijão Azuki + Aboboras + Morangas + Melancias + Feijão de Porco: Gergelim gosta de ser cultivado até janeiro, em linhas de 1 x 1 ms, e aprecia a compania do feijão, que sempre preservamos em mais de 10 variedades em nosso sitio. Colhe-se a cada kilo de gergelim ou sésamo plantado, 10 kgs de retorno, e é apreciado pelas mamangavas, que são insetos importantes e polinizadores para o maracujá. Neste sistema a novidade interessante é que após a capina amontoamos o material cortado no centro da lavoura, em uma pilha de 2 ms de altura, e deixamos ali tudo decompor durante 60 dias. Após isto, retiramos o inço que nasce na sua porção superior, capinamos e limpamos os cultivos, deixando ainda a beldroega, picão preto, caruru, serragem, tansagem, que são plantas espontâneas que inclusive vendemos para os vegans e naturistas nas ecofeiras, e esta matéria orgânica ou húmus acumulada, volta ao solo e aos cultivos, novamente, fechando um ciclo perfeito. O material verde é juntado e empilhado novamente. Então, aqui nada é queimado, o que é prática comum no Brasil, mas vira matéria orgânica, adubo, economia, saúde, dinheiro e qualidade de vida. Nestas áreas ainda temos araçás, pitangas, limão, banana, arnica, ginseng, em maiores escalas. A venda destes produtos é garantida nas ecofeiras e restaurantes, e há uma demanda imensa que não está sendo suprida.

Guandu (Cajanus cajan), um “rei” no combate a fome
Nem conhecido e adorado no Brasil

- Modelo de Agrofloresta V: Maracujá + Feijão Cariocão + Quiabo + Mandioca + Guandu + Crotalária: O maracujá está plantado em postes de concreto com fios diversos, e a distância entre glebas ou linhas distantes é 5 ms, e nestas áreas temos cultivos de mandioca em linha, com o guandu semeado a lanço junto com a crotalária. O feijão entra na outra linha a direita, mais limpa, sem adubos verdes. Uma espécie de porte ereto é sempre consorciada, como milho, quiabo, pimenta, tomate, berinjela ou o funcho. O guandu cresce muito e é manejado, sendo podado. O feijão-guarani pode ser colocado e manejado cuidadosamente, por que invade os arames do maracujá.

- Modelo de Agrofloresta VI: Arroz Catetinho de Seco + Feijão Guarani + Mandioca + Aboboras + Morangas + Melancias + Crotalária em Aléias + Laranjeira + Pitanga + Acerola + Ginseng: Arroz cateto de seco é semeado em linhas 0.30 x 0.30, junto com feijão, mandioca, aboboras, melancias, as mudas de mandioca são colocadas de forma bem distante, e as árvores frutíferas são espalhadas nos cantos da área. No centro é inserido uma aléia de crotalária bem intensiva, e o ginseng é cultivado em touceiras, distantes 1 x 1 ms, e apenas no setor direito do local. Ele é muito produtivo e bastante agressivo. Bambu é inserido na cerca, junto com abacate, goiaba, pinha, maracujá, banana, pitanga e cabaça.


Arroz catetinho de seco com feijão-de-porco


- Temos na parte fronteiriça do sitio o plantio de paineira, jacarandá, ipê amarelo, ipê roxo, pau brasil, guarapuvu, canela, abacate, araucária, leucena, e muita banana, maracujá, ora pro-nobis, girassol nativo, entre outras espécies.


Gergelim com aboboras e feijões

7. Resultados:

Em uma área de quase 5.000 ms, avaliada em seu valor de mercado em 1 milhão de reais, podemos alimentar em condições de solos pobres, cerca de 50 pessoas mensalmente, e se as condições de fertilidade e de irrigação forem melhores, este número alcança mais de 200 pessoas/mês.

A ampla diversidade de produtos, sementes, mudas, reciclagem de nutrientes, alternativas de renda e o impulso a criatividade, podem ser decisivos para quem busca novas soluções relacionadas ao uso mais sustentável, dinâmico e que traga mais retornos a sua terra. Esta é a missão de nosso instituto, propor estas soluções aos movimentos sociais rurais e urbanos, favelas e classes mais desfavorecidas.

Nossa idéia inicial que foi sendo clareada aos poucos era de que a renda de nosso sitio não seria suficiente apenas com a venda de verduras e de algumas frutas. Mas a combinação de chás simples e compostos, fabricação de remédios fitoterápicos, paes e cucas medicinais, pizzas, pesto, bolos, biscoitos, granola, sucos verdes, ervas frescas, banana-passa, licores de maracujá, geléias de banana, artesanato, venda de sementes crioulas, frutas, legumes e verduras, poderiam ocasionar uma maior satisfação aos clientes e a geração de renda diversas e constante, inclusive através de nossos sites.

Obvio que tudo isso exige muito trabalho, diário, mas com a harmonia, como uma meditação ativa, nós do Instituto Anima, levamos as nossas atividades, buscando não cansar, forçar a barra e estressar demais, ao mesmo tempo, não damos mole e deixamos as coisas muito para depois, mas justamente, sempre planejamos realizar “o futuro desde já ou até para ontem”. Pois o nosso amanhã desta forma se torna mais abundante, leve e prazeroso.

As pessoas em geral não costumam realizar as tarefas simples com atenção e dedicação. Estão geralmente presas a desejos grandes materiais, pois para nós estas coisas maiores acontecem por que são atraídas pelo nosso trabalho e esforço. Apreciamos muito o slogan: “o negócio é ser pequeno”. E juntem muitas coisas pequenas bem feitas, para ver a força e a beleza que ficam: um exemplo de uma totalidade e felicidade, uma coerência maior muito grande que é demonstrada.

O trabalho correto com a terra, dentro de uma visão holística, mais espiritualizada, aberta, faz a mente descansar, relaxar, e o organismo absorver muita energia, e assim ter mais saúde. Este é outro resultado qualitativo, que é esquecido normalmente: “a agricultura pode servir como um processo terapêutico, básico para a formação de uma medicina integral preventiva e uma vida e sociedade mais saudável.” 

Mas há fatores importantes que impactuam com propostas desta natureza, como a falta de recursos, o que é paradoxal, afinal só se fala em meio ambiente e sustentabilidade em todo o planeta, mas quando se busca as verbas dos projetos, elas normalmente ficam no papel e não são acessadas facilmente. Mas as causas deste absurdo é o desvio dos recursos por questões políticas, onde empresas de fachada são normalmente as que são beneficiadas, e que tecnicamente e historicamente não estão engajadas. Por isso que se recomenda que as iniciativas sejam muito focadas na produção e venda direta de produtos, e não dependam tanto de verbas oficiais.

Para descrever os resultados de nosso projeto, nós montamos uma tabela explicativa, com receitas e custos. Ela é aproximada a nossa realidade.

Tab. 03. Receita Aproximada do Projeto Sitio Cristal Dourado,  
Sede do Instituto Anima, Florianópolis – SC, Ano 2009

Receitas e Produtos
Quantidade Mensal
Valor Ano Aprox. (R$)

Verduras Diversas:

Alface, Maços de Cenoura, Rúcula, Nabo, Rabanete, Coentro, Acelga, Couve, Salsa, Cebolinha, Espinafre, etcs






200-300 uns





2.400.00

Frutas Diversas:

Banana, Mamão, Maracujá, Limão




200-300 kgs



3.000.00

Chás Simples:

Menta, Malva, Ginseng, Gervão, Erva Baleeira, Cinamomo, Guandu, Capim Limão, Alecrim, Melissa, Centela, Babosa, Carqueja, Boldo, Cana de Macaco, etcs






100 - 120 uns 50 Gr





8.000.00




Chás Compostos:

Fortalecedor, Calmante, Emagrecedor, Antigripal, Renal, Fumo Medicinal






80-100 uns 50 g




6.000.00

Paes Integrais:  com Salsa, Manjericão, Castanha do Pará, Linhaça Dourada, Kümmel, etc




80-100 meses



4.800 – 5.000.00

Cucas Integrais: Com Passas, Castanhas, Canela, Melado, Linhaça Marrom, Dourada, etcs




60-80 meses



3.800-4.000.00


Pestos: Manjericão, Salsa, Avelãs, Radiches, Menta, Pimenta, Curry, Shoyu e        Azeite-de-Oliva




7-10 uns 250 Gr/mês



1.200 – 2.500.00



Mudas do Viveiro:


Diversas

1.000 – 1.500.00

Sementes Crioulas:


Diversas

600 – 1.000.00

Cursos:


Diversos

4 – 15.000.00

Paisagismo Externo


Variáveis

2 – 3.000.00

Suco Verde:


6 l mês

800.00

Total Receita
Média Aproximada:



37.600 – 50.000



Total Receita Mensal:






3.133.00 – 4.166.00

Ainda temos a venda de artesanato, mel e derivados, produtos orgânicos, CDs, DVD completo do Anima, roupas artesanais, incensos, que temos em nosso stand nas ecofeiras, que elevam bem mais ainda as nossas receitas e tentam sempre viabilizar nosso instituto, e ainda enfrentam as marés complicadas nos mercados, e o clima muitas vezes adverso.

Vejam os Links:


Tab. 04. Custos do Projeto Sitio Cristal Dourado,
Sede do Instituto Anima, Florianópolis – SC, Ano 2009

Investimentos Ano de 2009

Quantidade

Valor Total
1.1- Aluguéis Anual
1
6.000.00
1.2. Conta Fone Média
1
2.160.00
1.3. Conta Luz
1
1.200.00
1.4. Internet
1
948.00
1.5.  Adubos Orgânicos e Minerais
Div
1.500.00
1.6. Sementes e Mudas
Div
300.00
1.7. Telas, Madeiras, Arames, Pregos, Irrigação
Div
250.00
1.8. Limpeza de Fosso
1
120.00
1.9. Farinha, temperos, sal, e embalagens


3.000.00

Total Geral



15.478.00

Total Custo Mensal Aprox.



1.289.00

8. Discussão: Podemos observar que este projeto é viável, possui uma receita bem maior que seus custos, ainda que não esteja computando os investimentos de mão-de-obra, por que são próprias, e não terceirizadas. O mais interessante é a riqueza da diversidade de produtos, sua qualidade artesanal, a forma como são produzidas e a satisfação da clientela e seu respeito, que sempre cresce cada vez mais.

O fato é que estes sistemas podem ser adotados em outras realidades, onde alguns exemplos populares já existem em localidades pobres da Amazônia e do Nordeste brasileiro, sobretudo os produtores de açaí, de borracha natural e de leite de cabra.  Estas informações foram mostradas pelo Globo Rural na televisão, em alguns domingos pela manhã.

Um dos aspectos também sensíveis é relacionado à autogestão e auto-suficiência alimentar e genética deste projeto, onde a qualidade da nutrição, dos produtos, sempre fresquinhos, plantados e colhidos por quem plantou, chega à mesa e podem ser degustados satisfatoriamente. Bem diferente de quem compra em um mercado e em um sacolão, aqueles alimentos pobres de nutrientes, muito envenenados, carentes de vitaminas e sais minerais. Este fator nutricional é muito importante, e resulta em uma receita qualitativa que não podemos mensurar.

Relacionado às sementes, em um momento de séria crise ambiental, as sementes são bens valiosos, que precisam receber mais atenção e cuidados especiais. Seu plantio, seleção, armazenamento, é outra face da riqueza cultural e espiritual de um bom agricultor, que está zelando na verdade pelo futuro de nossa espécie em nosso planeta. Isto vamos discutir mais adiante. Mas isto exige muita sabedoria, de quem realmente dá muito valor e prevê ou planeja um bom futuro.

O lado da estética da paisagem, sua força vital, a presença de animais silvestres, a reciclagem dos resíduos, nos locais certos, a felicidade encontrada nos animais domésticos, como cães, gatos, galinhas, pássaros, a nutrição e zelo com os minhocários, o aroma e perfume das ervas, flores, presença de insetos, a pureza da água de poço, fazem de nosso projeto uma plena satisfação que traz paz, tranqüilidade, amor ao próximo, muito serviço devocional e alegria a quem chega, um grande acolhimento à todos que nos visitam. 

Por isso que dizemos que o ápice da humanidade é perceber que ela pode encontrar um equilíbrio novamente com a natureza, e ativar ainda mais os seus ritmos naturais e vitais, alcançando o zênite na agrofloresta e na permacultura. Na verdade, concluímos que podemos fazer deste planeta novamente um incrível e poderoso jardim do éden, como ele foi, e possivelmente voltará a ser, com ou sem a nossa presença.

  

9. Conclusões: O impacto da globalização, planejada dentro do ponto de vista das grandes corporações e elites financeiras mundiais, impulsionou ao planeta todo, uma intensa urbanização, trazendo um aparente maior conforto as pessoas, que saíram do campo ou do meio rural em busca de condições melhores de vida. Mas a maioria, sem qualificação, encheu as favelas e zonas de baixo poder aquisitivo nas cidades. Os que ficaram na terra, foram perdendo os seus jovens, sua cultura tradicional e colonial mais sustentável, e sua autogestão e auto-suficiência foi invadida, pela propaganda maciça das empresas, pela pressão do crédito agrícola que exigia a aplicação de um pacote tecnológico moderno importado através da multinacional revolução verde, muito dependente sumamente de produtos agroquímicos, que como conseqüência fez que grande parte dos agricultores perde-se suas propriedades, se endividasse, envenena-se seus solos, rios, sua saúde, e  até constituíram uma cultura mais capitalista, distante das leis e a sabedoria que era mais aliada da natureza e hoje, volta-se até contra ela. O resultado é que em muitos municípios de SC, 80 % das propriedades estão abandonadas, outras atividades da agricultura familiar se tornaram dependentes dos grandes complexos agroindustriais como os grandes agregados avícolas e de suínos. O agricultor de proprietário se tornou refém dos preços, do lucro já calculado em média 8 %/ano, onde seu tempo é aprisionado, com isso sua cultura, diversidade, e respeito a outras ações diferenciadas são forçosamente esquecidas. Os solos e rios ainda recebem uma imensa carga de dejetos, que não se tem onde mais colocar.

Os agricultores de SC exigem que o programa Microbacias II, financie e subsidie ações de proteção às suas nascentes, matas e florestas. Caso não sejam pagas estas atividades, estes agricultores se recusam a colaborar com os órgãos de extensão rural e de meio ambiente. Tal conclusão provém de nossa consultoria a Fetaesc, maior federação de sindicatos rurais do estado de SC. Mas isto é um verdadeiro absurdo.

Os agricultores que ainda atuam no meio rural, querem mais renda, e lucratividade, para isso planejam aumentar às suas áreas de cultivo, o que está sendo limitado pelas leis ambientais federais. Em SC, foi proposta uma nova lei ambiental, que está em fase de embargo.  Outro assunto polêmico, é que 60 % deste estado estão cobertos com pinus, e outra parte com eucalipto, por isso há muito  desequilíbrio climático nesta região do Brasil, e perdas de solos, onde morros desabam, surgem muitas enchentes, há considerável perda de fauna, flora, e muita erosão social rural.


Aqui surge a importância dos policultivos. Um exemplo é o trabalho árduo da empresa Don Natural, de propriedade da família do Sr. Glaico Sell, situado na cidade de Paulo Lopes – SC, distante 70 km de Floripa, capital de nosso estado. Hoje Glaico planta em apenas 1.2 há, uma horta modelo e muito bem cuidada, desde o adubo orgânico comprado, que vem ensacado e certificado, até sua colheita, embalamento, e consegue um faturamento bruto mensal de R$ - 20.000.00 em média, com 1.2 ha de horta orgânica! E é uma das pessoas mais respeitadas, já foi até secretário de agricultura de sua cidade, é ambientalista e muito motivado ou apaixonado no que faz. Sua esposa recebeu o maior prêmio internacional da ONU: de mulher trabalhadora rural modelo, no Peru.

Então, é preciso muito mais investimento neste setor, para que haja uma maior integração real e sensata entre ministérios e políticas públicas de combate a fome, êxodo rural e concentração populacional urbana. A importância desta iniciativa ainda se dá em vários âmbitos:

- Valoriza a vida e a qualidade da vida humana e ambiental, nas cidades, chamada de permacultura urbana e no meio rural, considerada agroecologia, agricultura orgânica e agrofloresta. Consideramos em tese, o uso da expressão permacultura, como um estágio posterior às outras, que envolve a bioconstrução e a reciclagem de resíduos e de geração de energia. Se houver ainda o uso de princípios da agricultura biodinâmica, teremos a revolucionária e exigente “permacultura-biodinâmica”,possivelmente a salvação da humanidade em nosso planeta.

- Estas práticas agroecológicas são a base de uma verdadeira educação ambiental, e podem ser relacionadas com a nutrição vital e integral, alimentação viva, fitoterapia, homeopatia, medicina natural, preventiva e terapias holísticas.  Isto pode trazer inúmeros benefícios, a escolaridade, hospitais, consumidores, ocasionando diretamente economia, saúde e bem estar.


Fitoterapia, Florais, Mel, Sprays, Biojóias, do Instituto Anima
No fundo alguns alimentos orgânicos

- Certamente, faltam muito estímulos, como o pagamento menor de impostos a quem está envolvido com agroecologia, se ter empréstimos mais facilitados, sobretudo para a compra da terra como sítios, fazendas, para o uso orgânico, e ainda existir uma assistência técnica atualizada e motivada a este segmento.

Hoje tudo acontece por conta de quem tem o capital, que se junta a mais pessoas para a compra de terras, onde formam condomínios e ecovilas, no entanto sem nenhuma presença e participação governamental, e sem maiores estímulos ou auxílios financeiros externos. Num momento de graves riscos ambientais, esta ausência de planejamento e investimento é um atestado de uma política pública ausente e irresponsável, que precisa ser construída, por uma nova mentalidade, mais realinhada com a simplicidade, a sustentabilidade e a qualidade integral de vida, e muito mais distante da voracidade das grandes corporações, empresas, e da industrialização em alta escala e com seus altos custos socioambientais e pesados lucros.

Mudanças Climáticas: Sinônimo de um maior aquecimento global, efeito estufa, chuvas ácidas, derretimento do gelo do planeta, maiores quantidades de calor, UV, extremos de seca e de chuva, ventos, ciclones, tornados, maremotos, terremotos, erosão genética, queimadas, extinção de espécies, agrotóxicos, queima de combustíveis fósseis, tudo isto sendo observado na porta de nossa casa, onde cidades inteiras estão sendo inundadas, algumas  ficando sem água potável, alimentos, com pessoas subindo nos telhados, que estão sendo arrastados pelas águas ou pelos morros que estão derretendo feitos gelatinas.

Policultivos, sistemas agroflorestais, poucos perceberam sua importância para a atenuação destes impactos ambientais, e onde estão as políticas públicas para seu desenvolvimento emergencial, e os recursos, a tecnologias, os convites para reuniões, como o ODM fez, mas com uma visão ainda de muito marketing político?


Uma de nossas propostas era de se montar viveiros de árvores com agricultores selecionados, e este serviço seria financiado por um projeto aprovado pela Petrobras, por exemplo, mas pode ser através da FAO, ONU, UNESCO, IFOAM, UNNIC, WWF, entre outras fontes, e a cada 20 litros de combustível sendo colocado nos automóveis, a pessoa recebe por opção, uma árvore para ela plantar e cuidar.

Agora imagine as nossas estradas sendo replantadas, e nossos morros destruídos sendo recuperados por SAFs, com a participação da educação ambiental das escolas ou de empresas. E SAFS podem entrar nas paisagens desertas dos pampas gaúchos, nos morros de SC, de SP e de MG, na beira de rios, lagoas, no agronegócio da cana, soja, milho, arroz, os chamados desertos verdes, que se esqueceram da fauna e da flora nativa, das formigas, abelhas, mamíferos, que não possuem nem uma árvore para se esconder de tanto sol, ventos, chuvas...

Esta é uma civilização imediatista, e sua ganância poderá levar sua sociedade à total degradação e degeneração, econômica, política, social e espiritual. Só o que gastam em armas, uns 10 % anuais, já financiariam milhares de projetos semelhantes aos que estamos propondo.  Mas os recursos ambientais na verdade existem, mas quase 90 % estão sendo desviados para fins até obscuros e duvidosos.


Por isso que policultivos, SAFs, a permacultura, são importantes e fundamentais neste momento em todo o planeta, mas parece que as lideranças políticas, até do PV, não possuem mais os pés-na-terra, e sim na mente, nos sonhos e nos seus delírios, de venda de  automóveis, IPIs reduzidos para a compra de bens como eletrodomésticos, para isso há políticas, facilidades, mas para quem quer desenvolver um projeto sustentável, os instrumentos são onerosos, complicados e muito difíceis.

Não podemos esquecer que uma árvore adulta acumula mais de 200.000 litros de água, e é água que não desce rio abaixo, e quando há seca, elas soltam os preciosos líquidos da vida, aos poucos, para o solo, regulando a umidade através da capilaridade. SAFs na beira de rios é a satisfação e salvação para muitas comunidades.

Por isso, pelo nosso olhar, desenvolvemos vários conceitos interessantes e bem contemporâneos, como:

- Economia Sustentável e Essencial: Produção de bens e itens de baixo custo e impacto socioambientais, muito importantes para o dia-a-dia das pessoas, e que sempre possuem venda garantida.  Ex: Alimentos como paes, ervas e sucos.

- Ritmos Vitais da Paz: Hábitos novos que envolvem meditação, banhos alternados e hidroterapia, bioenergética, yoga, alimentação viva, vegan, xamãnica ou alquimia alimentar, fortalecimento energético, qualidade de vida, relações evolutivas, a busca de uma nova percepção e consciência, tudo isto ensinamos em palestras, cursos e workshops.

- Permacultura-Biodinãmica: Somos praticantes e iniciadores, onde podemos ter os policultivos, com os multiestratos permanentes, e o uso de preparados biodinâmicos a astronomia agrícola e os ensinamentos de Rudolf Steiner.

- Transversalidade na Educação Popular e Ambiental: Como enfatizamos, é possível algumas disciplinas serem unidas em aulas, práticas e vivências, como desenho, música, vídeo, matemática, economia, ecologia, agricultura, nutrição, fotografia, jornalismo, literatura, esportes, terapias, entre outras, sobretudo para crianças.

- Terapia Holística e Medicina Integral: Podemos ter uma formação médica convencional ou naturóloga, ampliada pelos conteúdos da medicina chinesa, ayurvédica, bioenergética, terapia reichiana, neo-reichiana, técnicas de renascimento e de holotrópica, resgate da alma, cura quântica, estudo apométrico, cristaloterapia, cromoterapia, fitoterapia, homeopatia, yoga, relaxamento, meditação, são ações que desenvolvemos em nosso Instituto Anima de Cultura e Desenvolvimento Sustentável, de forma regular, e que integra a nossa realidade e busca de uma totalidade. Para isso estamos estudando, lendo, fazendo cursos, desde o ano de 1983.

É nossa mensagem neste projeto, e documento oferecido a sua importante revista.



10. Agradecimento:

Agradecemos a todos os amigos que conhecemos e nos ajudaram a despertar, aos permacultores do Brasil e de todo mundo, aos agricultores que ainda amam suas terras, plantas e animais, que possuem esperança que ocorra uma retomada mundial de sabedoria e de consciência, é o que dedico este importante artigo. Em tom especial, aos meus dois filhos: Mickaell Urânia e Emmanuel Ângelo, e minhas grandes companheiras da vida: Silvana, Ana Paula e Maristela. Aos nossos parceiros e novos membros de nossa futura comunidade, ofereço com muito carinho. Florianópolis - SC, 03 de Março de 2010.

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