5 de dezembro de 2013

Sistemas Agroflorestais para o Brasil: detalhamento de manejo sustentável para as cinco regiões brasileiras



                        
  

       Sistemas Agroflorestais para o Brasil


Mauro Schorr


Instituto Ânima de Desenvolvimento Sustentável

" Árvores para sombra, para reter a umidade, para nossos bichos  e pássaros viver, para o vento refrescar-se, para a chuva deslizar suavemente, para frutos maduros descerem como luzes e vitaminas preciosas em nossas mãos, árvores para sonharmos com novos mistérios, árvores para equilibrarmos nossas terras da destruição,da erosão, evitando a pobreza de novos desertos, a insistente aridez dentro de nossas almas, a insuficiência do poder de nossa vontade sobre a miséria de nossa preguiça e egoísmo, árvores para encher nossas caixas, mercados, feiras, geladeiras, mesas, de imensas riquezas, para podermos ter uma economia que seja centenária e de longa ecológica permanência, árvores para podermos nos alimentar do melhor alimento, mais puro, cósmico e sátwico, para depois ainda sentarmos e meditar tornando-nos seus verdadeiros filhos, para poder sermos abraçados por seus anjos e seres elementais, e protegidos por seus poderes mágicos tão esquecidos

Que fiquemos atentos ao que está descrito na profecia de Madru, no livro o “ Tarot das Árvores ” , que quando os homens derrubarem a nossa floresta será como o fim implacável dos tempos, mas estes preguiçosos e tão intoxicados seres, como evitam ter mais desapego a tanto dinheiro, como traem sua evolução, como não valorizam, as pequenas coisas que criam e edificam como os seus  imensos prédios e construções também tão divinas e deslumbrantes, pois não é com imensas indústrias que vamos salvar este planeta, mas com as árvores, árvores em estradas, em postos de gasolina para serem doadas e cuidadas, árvores nas escolas, formando bancos de fibras naturais, molduras de computadores, lápis-lázulis  para escrever, móveis artísticos, telas de pinturas, esculturas sagradas, tinturas, pigmentos, condimentos, fármacos, coenzimas, transmutadores das rochas, impulsos e elixires mágicos, e suas folhas ao redor delas para servirem como adubos e campos de proteção de sua própria bioenergia

É  prefiro árvores, suas frutas, flores, o chá de suas cascas, a uma não sonhada carne para ser servida em meu almoço, quem sabe a humanidade pode retirar seu calórico e fermentado stress diário por uma dieta que contenha mais frutas, mel, flores, saladas e possa exigir que plantemos as árvores da felicidade e da salvação em nossos caminhos de iluminação, para deixarmos para a eternidade novas cores em nossas pinceladas por aí e por aqui de nossos desejos coloridos de um mundo melhor, mais saudável, como altares cheios de altíssimas vibrações para a Mãe Terra nos perdoar e iluminar como uma chuva de torrentes de luminosas bênçãos o nosso destino muitas vezes mais do que apenas comum, e outras vezes muito mais do que raro, valioso, essencial e muito especia"l          
                      
(Artigo oferecido aos povos da Reserva Chico Mendes em Xapuri - AC, as crianças ecologistas da comunidade Céu do Mapiá- AM, aos guerreiros da comunidade Vale Dourado em Pirenópolis - GO, da Comunidade Osho Lua em Alto Paraíso - GO, da comunidade Demeter em Botucatu – SP,  Comunidade de Trigueirinho – Carmo da Cachoeira – SP, a comunidade de Nova Eva em Londrina – PR, a luta da Funai, Embrapa e do Ibama no Brasil) 

        Índice


1. O Conceito de Sistemas Agroflorestais - SAFs
86
2. Tipos de  Sistemas Agroflorestais
06
3. Os Sistemas Silvi-pastoris
08
4. Os Sistemas Agrossilvopastoris
170
5.Tipos de SAFs
10
6. As Vantagens e Limitações dos SAFs
13
7. Algumas Experiências em SAFs e seus efeitos na Economia
15
8. Principais Espécies utilizadas em SAFs para a
Região Amazônica
17
8.1.  Consorciações e SAFs Amazônicos mais Encontrados
17
8.2. Uma Ocupação Sustentável da Amazônia
20
8.3. Uma Proposta inicial de Agroecologia, Biodinâmica
e Permacultura para a Amazônia Brasileira
23
9. A Agroecologia, Biodinâmica e a Permacultura
para a Região do Nordeste Brasileiro
25
9.1. SAFs de maior Ocorrência no Nordeste Brasileiro
25
9.2. Uma Proposta de um SAF Praiano para o Litoral Nordestino Brasileiro
28
9.3. A Agroecologia, Biodinâmica e a Permacultura
para o Nordeste Brasileiro
29
9.4. Algumas Tecnologias Agrícolas Sustentáveis para o Nordeste
29
10.  Espécies e SAFs para a Grande Região do Cerrado Brasileiro
32
10.1. SAFs e Consorciações mais Encontradas no Cerrado Brasileiro
34
10.2. Uma proposta para estudo e discussão:
a Gênese Biodinâmica do Cerrado Brasileiro
37



10.3. Um Manejo Ecológico, Biodinâmicoe Permacultural dos Solos
e da Paisagem do Cerrado Brasileiro
44
11. Espécies e SAFs para a Região Sul e Sudeste do Brasil
47
11.1. Um Manejo mais Sustentável para a Agricultura do Sul
e do Sudoeste do  Brasil
49
11.2. Outros Consórcios e SAFs importantes para a Região Sul
e Sudoeste do Brasil
53
SOS.Gaia 07.doc. Um pouco da realidade da
Reserva Extrativista Chico Mendes
55
Um compêndio de soluções para a Amazônia Brasileira
58
Uma direção adequada para o futuro da Agricultura mundial
60
Publicações do Instituto Anima
63
Bibliografia Complementar
67
Sobre o Autor
70
Espaço para Democracia
71
  

Figuras e Tabelas

Tab.1.0. Consorciações possíveis e Conceituação dos Sistemas utilizados em Agrossilvicultura ( Adaptado de Combe; Budowski - CATIE)
07
Tab.2.0. Principais Caracteristicas Desejáveis para o uso de Espécies Vegetais de acordo com a Classificação dos Sistemas Consorciados
11
   Fig. 1.0.  O Inicio de uma Permacultura Equatorial
10
Tab.03. Composição de Dois Paradigmas de Cultivo: Monocultivos e Policultivos (Adaptado de Chavelas, 1979)
18
Tab.04. Espécies mais Utilizadas em Sistemas Agroflorestais - SAFs e Permaculturais Amazônicos
18
Fig.02. Consórcio Agroflorestal Com Castanheira, Freijó, Mogno e Côco para a Realidade da Produção Sustentável Amazônica
19
Fig. 03. Concepção Básica de um Sistema Silvo-pastoril
Sustentável na Amazônia
20
Tab.06. Espécies Vegetais e SAFs Recomendados para a Região
Nordeste Brasileira
26
Fig.04. SAF com Algaroba, Leucena, Palma, Agave, Guandu
Caupi para o Semi-árido Nordestino
27
Fig. 04. Uma Proposta de um SAF Praiano para o Litoral Tropical Brasileiro
27
Tab.07. Espécies Vegetais Importantes para a Formação de
SAFs e a Permacultura para o Cerrado Brasileiro
34
Fig.06. SAF com Castanheira, Mogno, Jacarandá, Angico, Jatobá, Copaíba, Arueira,Café, Milho, Mandioca, Batata-doce e Abóbora
para o Cerrado Brasileiro
38
Fig.07. Esquemas de Manejo Permacultural com o
Capim do Cerrado Brasileiro
38
Fig.08. SAF com Acerola, Estilosantes, Batata-doce, Abacaxi, Guandu, Milho e Feijão-de-porco para a  Região dos Cerrado Brasileiro
39
Fig.10. SAF com Pequi, Caju, Pupunha, Algodão, Milho, Feijão e
Feijão-de-porco para o Cerrado Brasileiro
39
Fig.11. Desenho Esquemático detalhando uma Rotação de Cultivo Biodinâmico e Permacultural para a Região do Cerrado Brasileiro
45
Fig.12. Um SAF medicinal com Ipê Roxo, Ipê Amarelo, Copaiba, Sucupira, Barbatimão e Ervas Medicinais para o Cerrado Brasileiro
45
Tab.08. Especies Vegetais Importantes para SAFs e Sistemas Permaculturais Para a Região Sul e Sudoeste do Brasil
47
Fig.13. Composição de um SAF com Citrus, Rotação de Cultivos Sustentável e a Produção Industrial de Cana-de-açúcar para o Sudoeste Brasileiro
52
Fig. 14. SAF com Café + Ingá + Cana + Milho + Feijão
53
Fig.15. Ingazeiro + Banana + Grevilha + Café para
as regiões do oeste do Paraná e São Paulo
54
Fig. 16. SAF com cafér + Ingá + Cana + Milho +
Feijão de Porco para o Sul do Brasil
54

  Os Sistemas Agroflorestais para as Regiões Brasileiras

                   "Existiu um pastor  solitário  chamado

                              Elzeard Bouffier, na  França, que  levava

                               um Balde de Bolotas de Carvalho  por  uma
                          regiåo  desmatada ,  plantando cada   se-
                               mente com um Cajado com  ponta  de ferro.
                               Acabou criando uma floresta  de  40  km2.
                        Os  pássaros    reocuparam   a    regiåo,
                            e trouxeram sementes de outras  espécies.
                         Os  rios  começaram  a  fluir e  o  humus
                          reteve a umidade, e as Aldeias, há  muito
                          desertadas, de novo  foram  ocupadas  por
      cerca de 10.000 pessoas."

            R.Lord
               The Care of the earth
              Mentor Book - New York
         1963
                                                                      
        O Conceito de Sistemas Agroflorestais - SAFs


                                                           Sistemas Agroflorestais são sistemas de uso da Terra que buscam aproveitar ao máximo as condições ambientais e ecológicas presentes em um ambiente produtivo agrícola e que para isso consorciam ou combinam espécies compatíveis e de interesse agronômico e ecológico em diferentes estratos e composições vegetais. Os  objetivos de produção e de utilização culturais, níveis de utilização radicelar dos solos ou da profundidade de penetração de suas raízes, proteção e regulação da etologia ou do comportamento das pragas e agentes biológicos, entre outros são demais  funções e cuidados que estes sistemas de produção agrícolas utilizam para serem com ampla eficiência implementados.( Mauro Schorr, Fundação Cidade da Paz, Brasilia, DF, 1992).

                                                           Outras definições: “ Sistemas Agroflorestais são aqueles sistemas que aumentam o rendimento e o melhor aproveitamento de uma  área agrícola, combinam a produção de culturas agrícolas, espécies florestais e animais simultaneamente ou em sequência, na mesma unidade de área, e ainda empregam práticas de manejo compatível com as práticas da população local.” (Aldrish Kopijni, um dos principais agrossilviculturistas da atualidade, Holandes, fez sua formação na India, é um consultor internacional nesta área,  e vive em Botucatu, na Comunidade Demétria - SP).

                                                           “Sistemas Agroflorestais - SAFs, são formas de uso e manejo da terra, nas quais árvores e arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa sequência temporal.” (Jean Dubois, Talvez o maior especialista brasileiro em Sistemas Agroflorestais para a Amazônia e preside uma ONG chamada de REBRAF- Instituto Rede Brasileira Agroflorestal, RJ)
             
                                                           Os Sistemas Agrossilvipastoris são aqueles sistemas onde existe a interrelaçåo entre os componentes da Produção Agrícola, Florestal e Animal (Amilton Baggio, Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, EMBRAPA, Colombo, PR. É um Engenheiro-florestal,  doutor em Sistemas Agroflorestais. é um profissional do 3o milênio).

                                                                   Sistemas Agroflorestais é um manejo sustentável da Terra que permite inclementar a produção total combinando agricultura, produção de árvores florestais e frutíferas e ou animais simultaneamente ou seqüencialmente, e que seja compatível com o padrão cultural da região  (Bene et al., 1977)


                                                           Na realidade, há três grandes denominações  principais que caracterizam os sistemas consorciados. e correspondem conforme a Tab. 2.0 

Tab.1.0. Consorciações possíveis e Conceituação dos Sistemas utilizados em Agrossilvicultura ( Adaptado de Combe; Budowski - CATIE)
___________________________________________________

Cultivos Agrícolas                         Florestas                                     Pecuária

 Anuais e Perenes



       Com Árvores                          Com Cultivos Agrícolas e                   Com Árvores
                                                              Criação Animal                             

Sistema Silvo-agrícola             Sistema Agrossilvopastoril         Sistema Silvo-pastoril


            Evolui                                                            Evolui                                    Evolui


Sistema Agroflorestal                 Sistema Permacultural      Permacultura com An.
                                              
 Método Taungya                                    Reprodução de climax                    Pastoreio e prod. de
Cultivo em Aldeia                                  natural, diferentes SAFs                  forragem em planta-
Aléias                                                   juntos associados a                            ções florestais.
Cultivos Múltiplos                                 cultivos e gado                                Pastoreio e prod. de
Pousios                                                                                                      pastos
Cercas Vivas                                                Árvores Frutíferas
                                                                  múltiplos fins
Árvores melhoradoras
da fertilidade dos solo                       Florestas Sustentáveis
e Bosques                                                                                                            Árvores melhorad.da 
Suporte para Trepadeiras                                                                                fertilidade do solo
Cerca Viva                                                                                                           Árvores frutíferas nos
Quebra-ventos, Quebra-fogos                                                                pastos
                                                                                                                  Bancos de Proteína
_____________________________________________________________

                                                                              Como pode-se observar esta classificação demonstra quais são os principais tipos gerais de combinação entre os elementos que participam da agricultura, as culturas, florestas e animais. Todos bem combinados podem dar origem a uma agricultura mais permanente, mais ecossistêmica, orgânica, biodinâmica, permacultural,  sustentável e multicomercial.


         Os Tipos de Sistemas Agroflorestais



São aqueles sistemas que são associados a culturas agrícolas anuais ou perenes, com espécies florestais. São classificados por:

Método Taungya (Cultura Intercalar): consiste no estabelecimento de cultivos florestais com culturas agrícolas. Emprega o cultivo de espécies anuais nos primeiros anos do cultivo de uma floresta ou de um SAFs. Exs: Bracatinga com feijão, arroz, milho; Cacau com Banana, Milho, Feijão, Café; Castanheira com Café, Banana, Pupunha, Milho, mandioca, entre outros.

Cultivo em Aléias (Alley Cropping): são cultivadas espécies úteis para a recuperação da fertilidade natural dos solos nas ruas entre as fileiras ou renques plantados com espécies arbóreas, geralmente leguminosas, onde sofrem podas periódicas durante o ano. Estas barreiras de proteção para as culturas agrícolas são mantidas com portes baixos. São cultivadas inclusive em curvas de nível e em terraços como quebra-ventos, cercas vivas, etc. Sua grande vantagem é que o gado se alimenta de seus cortes e o solo é alimentado diretamente com o corte de suas restevas que são dispostas normalmente entre as linhas dos cultivos. Podem revitalizar um ambiente rapidamente e trazer muita economia no manejo do gado. Também podem ser muito importantes como corredores de combate e prevenção aos incêndios florestais, onde são montadas em áreas próximas às florestas, com o plantio de faixas concentradas de até 05ms de largura. Faixas maiores são camadas de quebra-fogos ou Stop-firesExs. Acácias, leucena, Algaroba, Caliandra, Erytrina. entre outras.

Alley Farming: introdução dos SAFs com animais em pastagens diversificadas. Pesquisa-se a forma de mastgação dos anmaas e a altura do pasto que consomem, assim podemos coloca-los conjuntamente ou em rotações mais inteligentes. O consórcio de aves com coelhos é muito conhecido e utilizado no México e América Central, o esterco dos coelhos possui vermes e insetos para as aves alimentarem-se.

Arborização de Culturas:   utiliza-se espécies arbóreas de porte médio e alto para a produção de madeira, frutos ou usos múltiplos, plantadas a espaçamentos regulares e amplos permitindo inclusive a mecanização. São os chamados Sistemas Agroflorestais Tradicionais. São muito importantes para as zonas de transição entre as matas e os campos, para a região do Cerrado Brasileiro, para os sistemas de produção monoculturais de Cana-de-açucar e Soja no Brasil, para as comunidades autóctones da Amazônia, entre outras.

Árvores para Sombreamento: espécies arbóreas de porte médio e alto, madeireiras, frutíferas ou para usos múltiplos, usadas para a proteção de culturas agrícolas anuais ou perenes de sombra (Cacau, Chá, Café, Pupunha, Cardamomo, Gengibre, Medicinais, etc). São formados de forma mais densa e compacta.

Suporte para Trepadeiras: árvores e arbustos para uso como esteio de culturas como Maracujá, Uva, Chuchu, Cará, Pimenta-do-reino, Guaraná, etc. banbu, Acácia, Grevilha, Eucalipto, Arueira, Mogno, Cedro, entre outras.

Integraçåo Piscicultura-Bosques (Aquassilvicultura): árvores cujos frutos sejam aproveitados para alimentaçåo de tanques de piscicultura. Ex.: Araçá, Guavirova, Pitanga, Goiaba, Pessegueiro, Videira, Citrus, Murici, etc.

Árvores em Matas Ciliares: palmito e reflorestamento de árvores para conter enxurrada e erosão de rios, normalmente para fins comerciais, como Abacateiro, Citrus, Pereiras, Mangueiras, Banana, Graviolas, Cupuaçu. Os rios podem ser povoados com Aguapés e Vitória Régia.

Árvores de Valor Comercial: espécies florestais que são cultivadas em áreas específicas, normalmente em terrenos inclinados, na forma de bosques úmidos ou não, que objetivam a venda futura de madeira para movelaria principalmente. Também são cultivadas para cercas vivas inclusive de divisas territoriais e para sombreamento de estradas.

Árvores para Melhoramento da Fertilidade dos Solos: espécies florestais que possuem  a capacidade de nitrogenar  o solo enriquecendo-o com  niveis de Nitrogênio e Fósforo muito mais elevados e são  cultivadas normalmente em  práticas mais longas de pousio, no repovoamento de florestas. Também são utilizadas em Sistemas Agroflorestais - SAFs, sobretudo nos sistemas de cultivo em aléias ou alley clopping.

Agricultura Indígena Tradicional Amazônica: esta agricultura aborígene amazônica chega a introduzir um consórcio com 100 espécies diferentes de aproveitamento alimentar, medicinal, para combater pragas e atrair caça. Possui o uso da Batata-doce como planta básica de controle da regeneração natural da floresta. Seu sistema sustentável possui grande e farta fonte de vitaminas, energia e proteínas.

Agricultura em PatamaresSlopping Agricultural Land Tecnology, agricultura praticada nos Andes e nas Filipinas em plantações de arroz em terrenos declivosos, utiliza SAFs para contenção da erosão e proteção do solo.


Os Sistemas Silvi-pastoris



                                                           É aquele sistema onde o componente arbóreo é associado à criação animal.  Seus  principais tipos característicos são:

Arborização com pastagens: árvores madeireiras, frutíferas ou com usos múltiplos, plantadas a espaçamentos largos, com ou sem a presença de gado, para fins de utilização e/ou comercialização dos seus produtos. Ótimo para o Cerrado e Campos do Sul do Brasil.

Bosques de proteção: bosquetes densos de árvores com área limitada, plantados com mudas normais com ou sem a  presença de gado, para produção de energia, pólen, manutenção da biodiversidade e rotação. Podem ser manejados com desbastes, replantio de espécies importantes, e normalmente possuem espinhos. Ótimo para o Nordeste e Cerrado.

Bancos de Proteína: plantio de arbóreas ou arbustivas forrageiras a espaçamentos regulares, para pastoreio com periodicidade limitada e que podem ser combinadas ainda com adubos verdes de plantas leguminosas com gramíneas.

Consorciação com florestas: introdução de animais nos estágios iniciais das florestas, respeitando os limites aceitáveis para o bom desenvolvimento das plantas .



       
        Sistemas Agrossilvipastoris
                                                       
                                                           São os sistemas onde existe a interação entre os componentes de produção agrícola, florestal e animal, sabiamente manejados, onde são mantidas áreas sendo cultivadas com árvores que possuem disponibilidade de alimentos para os animais, como barreiras vivas ou uso de plantas para fins múltiplos (lenha, forragem, adubos verde, etc). São muito importantes para a formação de centros de reprodução da vida silvestre. Ex. Cultivo em Faxinal no Pr, Cultivos Agroflorestais na Amazônia.

Permacultura: a Permacultura utiliza Sistemas AgroflorestaisSilvo-pastoris e Agrossilviculturais. Promove o surgimento de florestas com suas etapas naturais climax onde são combinadas os elementos estruturais vegetais com a escolha das espécies de interesse maior para a produção econômica, energética, medicinal, entre outras. A montagem de seus sistemas pode ser acompanhada por um planejamento maior da propriedade agrícola, com a formação de pequenas vilas associativas ecológicas. é muito indicada para áreas que possuam RPPNs, matas, florestas, uma vocação florestal natural, como a Amazônia. 

 Fig. 1.0.  O Inicio de uma Permacultura Equatorial


Tipos de SAFs


Cercas vivas: o moirão é substituído por espécies arbóreas, madeireiras, frutíferas ou para uso múltiplos, as quais tem as funções principais  de escoradouro, proteção contra ventos, excesso de insolação, enxurradas,  e produção de frutas, lenha, melhoria da fertilidade dos solos, etc. Exs. Cipreste, Pinheiro de Araucária, Pinheiro Bravo, Arueira, Buriti, Acácia, Leucena, Sabugueiro, Banana, Maracujá, Uva.

Quebra-ventos: árvores e arbustos para proteção contra ventos dominantes, em áreas de pastagens ou de agricultura. Exs. Casuarina, Grevilha, Bracatinga, Abacateiro, Manga, Jaca, Hibisco, Dracena, Banana, Guandu, Mamona, etc.

Hortos-caseiros em SAFs: sistemas multi-estratificados com misturas de espécies arbóreas, arbustivas, herbáceas e rasteiras, para fins diversos com ou sem animais. Encontram-se geralmente próximas à residências do produtor.

Pastos Apícolas: plantio de bosquetes de arbóreas ou arbustivas para fins apícolas. Exs. Eucalipto, Acácias, Citrus, Trigo Mouriso, Melilotus, etc.

Plantios Aquassilvícolas: árvores e arbustos ao redor de tanques de produção (peixes, camarões, rãs, etc.), para fins forrageiros e de proteção, principalmente compostos por frutíferas. Ex. Mangueira, Goiabeira, Pessegueiro,etc.

Mata Natural Enriquecida: a mata natural, já explorada seletivamente ou ainda sem sofrer intervenção, pode ser transformada em um SAF de maior interesse produtivo, através de um manejo adequado. Para o caso de culturas de sombra (Palmito, Cardomomo, Café, Gengibre, Medicinais, etc.), é feita uma limpeza de sub-bosque, para plantio. No caso de outros sistemas, um desbaste seletivo pode permitir a introdução de culturas agrícolas e de animais, como ocorre nos planaltos do Paraná onde alguns agricultores preservam a Erva-mate e a Araucária, principalmente, em seus sistemas de produção original.

Sistemas Combinados ou Cultivos Mútiplos: onde dois ou mais níveis verticais são ocupados sem intervençåo significativa de um sistema com o outro. Como exemplo citamos o caso de plantios de culturas de espécies arbóreas como a Acerola em consórcio com Café, Abacaxi,  Caju, Cajá,  arborização de culturas onde também são alocadas barreiras vivas para o controle de erosão superficial ou produção de adubo verde, ou forragem como é o caso de bancos de proteína ou de plantios de Cana e Banana.

Culturas de Sombra: introdução em florestas já formadas. Como exemplo citamos a produção de cogumelos comestíveis, Palmitos, Guaraná,  etc.

Barreiras contra incêndios: uso de linhas de arbustos (Ex. Leucaena, Coprosna, Caliandra) ou árvores (ex.: Salix viminalisAcacia melanoxylon), que são resistentes ao fogo, na borda de florestas e de campos. São chamadas de Stop-fire.


Tab.2.0.  Principais características desejáveis para o  uso  de espécies           vegetais de acordo com a classificaçåo dos Sistemas                                 Consorciados. (Adaptado de Baggio, A. CNPF, Colombo, PR)
____________________________________________________
               
                   Sistemas de Consórcio                        Características Exigidas
                _________________________________________________________
                A) Sistemas Agroflorestais
              Cultivo Intercalar (Taungya)                                Cultura de rápido crescimento,
                                                                                                              fácil manejo e  cuidado
                                                                                                              com espaçamentos curtos, com
                                                                                                              boa população por hectare,de
                                                                                                              bom retorno econômico, de
                                                                                                              baixa a média exigência   em
                                                                                                             nutrientes e fertilidade dos solos
                                                              
              Cultivo em Aléias                                                        Usos múltiplos, fixação  de
              (Alley Cropping)                                                 nitrogênio, fácil rebrota,
                                                                                                             suportam cortes  sucessivos,
                                                                                                             raízes profundas, compatibi-
                                                                                                             lidade alelopática, silvicultura 
                                                                                                                          conhecida afim de evitar doenças
                                                                                                                         e parasitos e  baixo índice
                                                                                                                        de reinfestação


          Arborização de Culturas                                     Copa rala que permita a pas-
                                                                                                         sagem de luz, raízes profun-
                                                                                                         das para evitar   competição
                                                                                                         superficial, fixação de
                                                                                                         nitrogênio,    compatibilidade  
                                                                                                         com a cultura, flexíveis  ao
                                                                                                         vento e de silvicultura  conhecida


    Árvores para Sombreamento                              Sejam perenifólias, rebrotem
                                                                                                ao serem cortadas, fixação de
                                                                                                nitrogênio, raízes profundas
                                                                                                flexibilidade ao vento, com-
                                                                                                patibilidade e  silvicultura
                                                                                                conhecida
    

    Suporte para trepadeira                                       Raízes profundas, fixação de
                                                                                              nitrogênio, boa rebrota    e
                                                                                              aceitam podas    sucessivas,
                                                                                               compatibilidade,  propagação
                                                                                               vegetativa
   
   



B) Sistema Silvi-Pastoris


    Arborização de Pastagens                                                            Copa larga,     perenifólia,
                                                                                                                          raízes profundas,  alimentos
                                                                                                                          para os animais, fixação  de
                                                                                                                          nitrogênio,     rusticidade,
                                                                                                                          permite plantio por    mudas
                                                                                                                          gigantes,    compatibilidade
                                                                                                                          com pastos e animais, e
                                                                                                                          flexibilidade ao vento


    Bosques de Proteção                                                                        Perenifólias, raiz profunda,
                                                                                                                          flexibilidade ao vento, copa
                                                                                                                          densa, fixação de nitrogênio
                                                                                                                          compatível com o pasto  e
                                                                                                                          animais, rusticidade


    C) Outros Sistemas               



     Cercas Vivas                                                                                        Reprodução por estacas  
                                                                                                                          lenhosas grandes 
                                                                                                                          (moirões vivos),
                                                                                                                          mudas gigantes
                                                                                                                          ou pseudoesta
                                                                                                                          cas e ou mudas florestais,aceita   cortes sucessivos e  que                                                                                                                           rebrotem, rejeitem o arame, usos                múltiplos
   
    Quebra-ventos                                                                                     Flexíveis, perenifólios, não
                                                                                                                          desramam naturalmente,  copa
                                                                                                                          densa (30% de  permeabiliza-
                                                                                                                          çåo), usos múltiplos

    Hortos apícolas                                                                                  Floração larga e que  produ-
                                                                                                                          zem néctar e pólen de quali-
                                                                                                                          dade, fixação de  nitrogênio
                                                                                                                          perenifólias, usos múltiplos

    Aquasilvícolas                                                                                     Alimentos específicos,  haja
                                                                                                                          compatibilidade,  perenifólias,
                                                                                                                          flexíveis, fixação de nitro-
                                                                                                                          gênio, raízes profundas, não
                                                                                                                          tóxicas (frutos, flores, folhas, etc.)
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       As Vantagens e as Limitações dos Sistemas Agroflorestais - SAFs


                                                                              A formação des SAFs  engloba como norma básica a formação de uma estrutura agrícola diversificada, menos dependente de recursos externos, regeneradora e melhoradora da qualidade de vida e do meio-ambiente, , e descentralizada nos conteúdos e formas de organização social e política. Seus objetivos consistem basicamente de:   

- aumentar a utilização e rendimento fotossintético dos vegetais. Isto também segue prioridades. Uma delas, é a busca de novas descobertas de  ordem genética (pesquisa etnobiológica, engenharia, citogenética e biotecnologia), outra, é a estratificação vertical e melhor combinação horizontal adequada das plantas (Permacultura e Sistemas Agroflorestais diversos).

- incrementar a melhoria de fertilidade dos solos e reciclagem de nutrientes, diminuindo o impacto dos fatores interperizantes, usufruindo das técnicas de conservação e manejo adequadas.

- ocupar da melhor forma diferentes horizontes de solo e extratos aéreos verticais trazendo proteção maior contra ventos  e tempestades.

-  evitar o efeito dependência e queda de mercado, com uma maior diversidade
alimentar e de oferta de produtos.

                  - conquistar novas fontes de exploração agrícola mais sustentáveis, entre os sistemas de consórcio agrícola, arbóreo e animal.

verticalizar a economia.  Proteger o Meio-ambiente

- Melhorar as condições vitais, ambientais, ecológicas e climáticas do ecossistema.

- Pode ser habitado e consorciado com a criação de animais silvestres.


                           Tab. 4.0 . Comparação de Dois Paradigmas de Cultivo:
Monocultivos e Policultivos (Adaptação de Chavelas, CATIE, 1979)

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     Características               Monocultivos                Policultivos
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  Estrutura                                      Lavouras                                                   SAFs 
                                              
                                                                  Dimensional                      Multidimensional

                                                                                                           Cultivo para diversos fins

Arquitetura                             Homogênea                                 Heterogênea

Fitossanidade                          Pragas Uniespe-                            Poucas pragas
                                                         cíficas. Rápida                             Barreiras naturais
                                                          multiplicação                                  Inimigos Naturais

Ocupação do agricultor           Estacional                               Contínua
                                                                   

Atividades                                       Casual                                         Sustentável
                                                                Intensiva                                     Múltipla


Aproveitamento da
Capacidade  socio-cultural         Limitada                    Sem previsão de
                                                                                                                        limites

                                                             Se transplantam                 Tecnologias tradi-
                                                         tecnologias. Impor-            cionais associadas
                                                                 tação massiva.                  a descobertas mais
                                                                                                                recentes, mas adap-
                                                                                                                 táveis ao local da
                                                                                                                 atividade.

Impacto ecológico            Degradação e                                   Procura-se melho-
                                                      exploração do                               rar o meio ambiente
                                                      ambiente                                         Busca-se a reciclagem
                                                                                                                  de nutrientes e
                                                                                                                  a recuperação
                                                                                                                   da fertilidade

Retorno Econômico          Atualmente Paga os               Consegue pagar seus
                                                       Custos de Produção, mas     custos de implantação,
                                                       os  custos ambientais e so-  obter lucratividade e
                                                       ciais não são orçados.            sem ônus ao ambiente.
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    Algumas Experiências em SAFs e seus efeitos na Economia

                                                           Experimento em Una (Bahia, Brasil), ano de 1984, envolvendo o cultivo de Seringueiras consorciadas com Banana-da-terra (Musa paradisiaca) e Açaí (Enterpe oleraceae), demonstra que pode-se deslocar para o segundo ano de exploração agrícola o retorno dos gastos para a implantação do sistema através da venda da produção de Banana-da-terra e Açaí. Em monocultivos, de Seringueira teríamos o retorno a partir do nono ano (Alvim et al, 1989).  O mesmo autor demonstra que o ponto de nivelamento econômico em um consórcio de Cacau com PimentaPupunheira (Bactris gasiparae), Banana-prata (Musa sapientum) e mistura de variedades locais de Mandioca, pode ser deslocado para o 2o. ano, ao invés de ser gerada no 12o. ano como é encontrado nos monocultivos de Cacau e Seringueira.
                                                          
                                                           Para o Dendê, o Abacaxi possibilita retornos a partir do segundo ano quando em consórcio. Seria 08 anos para retorno positivo em monocultura (Alvim et al, 1989). Rayatree exemplifica como cultivo de grande retorno financeiro o exemplo do consórcio Acacia albida e Sorgo no Saara.  A produção chega a ser duas vezes maior. As folhas das espécies florestais caem na estação chuvosa quando está sendo cultivada a cultura anual e permanecem na seca protegendo o solo e combatendo os ventos, quando não são realizados  os plantios. Copijn, exemplifica o emprego do consórcio entre uma espécie de Kiwi (Paulownia alongata) e o cultivo de culturas anuais na China. A produção chega a ser o dobro, pois as culturas anuais atraem insetos polinizadores e dinamizam melhor os nutrientes, e o retorno é bastante compensador. Outro pesquisador, Lagemann enfatiza que os cultivos mistos chegam a ser 10 vezes mais rentáveis que os convencionais.

                                                           Stoler  demonstra que os hortos caseiras trouxeram mais de 60% da necessidade de calorias da família e mais de 20% dos ingressos econômicos em outros países como Java. Na Nigéria, 67% do país é cultivado com um consórcio entre Azeite de palma, CacauCafé e Noz-de-cola (Getahun, Wilson e Kang, 1982). Todas estas culturas são organizadas na maioria em associações e são exportadas para os países europeus. Grande parte da Asia sul-oriental, cultiva-se Côco consorciado com CauchoCacauCafé e Azeite-de-palma. No Quênia, 50% da lenha e 40% da forragem são provenientes do cultivo de árvores. na  beira dos cursos d'água, caminhos, estradas, borda de lavouras, etc.

                                                           No Brasil, 73% dos semi-árido nordestino não pode depender de chuvas para a adequada exploração agrícola (Hargreaves, 1974). Assim, é necessário o uso de espécies vegetais arbóreas de elevada resistência às intempéries da seca. Nesta mesma região, o consórcio Cacau Bananeira é muito utilizado, já Côco (Cocos nucifera), Babaçu (Orbignya martiana), Carnaúba (Copernicia prunifera) e Dendê (Elaeis guinensis) são utilizados com espécies de elevado retorno econômico. Dubois et al (1983),coloca que o valor bruto da produção ha/ano pode ser aumentado em 46,21% e a receita líquida da atividade agrícola ha/ano também pode aumentar em 41,76% com policultivos com CacauCaféCupuaçuMandioca, FeijãoMilhoArrozFreijó (Cordia Goeldina), Mogno (Swietenia macrophyla), na regiåo de Tapajós-Amazônia Brasileira. Isto representa acréscimos de 5 ha/ano em relação a área de monocultivo agrícola. No sul do Brasil experimento que envolve o plantio da Bracatinga (Mimosae scabrela) afirmam que pode-se ter um rendimento médio de 45 % a mais com o seu cultivo consorciado com as lavouras, com a venda da lenha, produção de mel e acúmulo de Nitrogênio no Solo.


                                                               Kang, 1987 estimou  a contribuição de nutrientes de aléias  de Glicirídia e Leucaena para uma cultura de milho em 40 Kg por ha. Guevara, 1978  reporta rendimentos de 500 a 600 kg de N por hectare em plantações de forragem no Hawaí.


                    Diálogo do Gibi Ecológico

- Qué dizê que se nóis planta mais árvre, que ocupe mais o céu que as Terra, nóis pode produzi mais em menor área, e isso pode ser facinho de coiê. É dá mais chance de se cunsigui dinhêro e lenha e comida dessa forma, uái !

- Sabe seu Zé, tô agrora ficando mais convincido dessas tuas conversa e viagem boa que o sr. fáis com as nossa roça. Prareci que suas coisa dão certu mehmo !

- Pois é seu  João. Muita gente diz que essa agricultura não industrial mas familiar e cooperativa,  de alta sustentabilidade e cidadania politica não vale nada... eu só quero vê até os anos 2.000, 2.001, 2002, 2003, se até lá a gente e o povo que luta lá nos governos e ongs não vão ouvir a gente aqui e vão nos apoiar. Se isto não ocorrer o que vái sê de nossa terra e de nossa ecologia, ai, ai, ai, mas se ocorrer, e eu sinto que vai ocorrer prá valer um dia desses aí, pronto, o Brasil vai virar exportador mundial de saúde e sabedoria pro mundo inteiro.

- É bem capaz disto acontecer mesmo seu Zé, pois o povo nosso é muito danado de bom uái !

           



  Espécies utiizadas em SAFs para a
           Região Equatorial Amazônica

                                                                                    Amazônia,
                                                               uma Floresta encantada
                                                               o retrato vivo
                                                               do que é e o que foi
                                                               este planeta                                                                                                       tão gracioso


Consorciações para SAFs Amazônicos mais Encontradas

- Guarubá + Mogno + Banana + Cupuaçu + Ingá-cipó + Milho + Mandioca + Feijão:  produção de alimentos, madeira de lei, é um dos mais tradicionais.

Andiroba + Freijó + Mandioca + Milho + Feijão: produção de óleo, madeira, alimentos.

- Tatajuba + Paricá + Eucalipto + Panicum maximum + Centrosema pubescens + Braquiaria humidicola + Estilosantes: para minimizar o impacto de monocultivos de pastagem e queima da floresta. 

- Freijó + Café + Milho ou Feijão ou Mandioca: ótimo para Café sombreado.

- Seringueira + Ipê-roxo + Mogno + Cacau + Banana + Café + Cana: borracha, madeira, lenha, remédio,  frutas e alimentos. Ótimo para o Café.
Freijó + Café + Arroz

- Castanha + Cupuaçu + Ingá + Andiroba + Copaiba + Banana + Milho + Mandioca + Batata-doce: Castanha, madeira, fruta de exportação, óleos de alta qualidade, frutas para consumo interno e agroindustrialização, cereais.

- Cumaru + Freijó + Banana + Cupuaçu + Ingá + Milho + Feijão Caupi: produtos medicinais para a industria de cosméticos, tempêros, condimentos, madeira, frutas, forragem animal, grãos.

-  Castanha + Freijó-louro + Pupunha + Banana + Pimenta-do-reino + (Milho, Feijão, Mandioca, Arroz, etc.): muito bom para a mata mais fechada e úmida.

Freijó-louro + Seringueira + Café: madeira e produção em maior escala de Café.

Cacau + Banana + Pimenteira + Pupunheira + Mandioca: para pequenas propriedades, pode ser plantado em nível e é muito tradicional.

- Pimenta + Pupunheira + Bandarra + Freijó Louro: madeira, lenha, alimentos, palmito de alta qualidade.


     Tab.4.0.  Espécies mais utilizadas normalmente em Sistemas                  Agroflorestais e Permaculturais Amazônicos.
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                      Nome Científico                          Nome Comum
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            Musa sp                                                                         (Banana)
            Cordia Goeldiana                                                        (Freijó)
            Swietenia macrophylla                                               (Mogno)
            Cordia alliodora                                                            (Uruá ou Freijó-louro)
            Carapa guianensis                                                       (Andiroba)
            Dintermis odorata                                                      (Cumaru)
            Vochysia maxima                                                        (Guaruba)
            Bertholletia excelsa                                                    (Castanha-do-Brasil)
            Theobroma grandiflorum                                         (Cupuaçu)
            Inga sp                                                                            (Ingá)
            Bagissa guianensis                                                       (Tatajuba)
            Schyzolobium amazonium                                           (Paricá)
            Cocos nucifera                                                             (Côco)
            Guilielma gasipaea                                                         (Pupunha)
            Piper nigrum                                                                   (Pimenta-do-reino)
           Coffea spp.                                                                         (Café)
           Schizolobium spp.                                                        (Bandarra)
           (Parkia pendula)                                                          Faveira                                                
           Colubrina rufa                                                                             (Sobrasil)
          Clitoria racemosa                                                          (Erytrina)
          Hevea Brasilium                                                                (Seringueira)
          Elaeis guineensis                                                               (Dendê)
          Annonna montana                                                       (Araticum)
          Platonia insigns                                                               (Bacuri)
          Vanilla spp.                                                                      (Baunilha)
          Theobroma cacau                                                         (Cacau)
         Anarcadium occidentale                                                              (Cajueiro)
         Cedrela odorata                                                                             (Cedro Vermelho)
         Copaiba sp.                                                                      (Copaiba)
         Côcos nucifera                                                                (Coqueiro)
         Artocarpus altilis                                                             (Fruta-pão)
         Genipa americana                                                         (Genipapo)
         Annona muricata                                                            (Graviola)
         Aniba rosoedora                                                             (Pau Rosa)
         Copernicia cerifera                                                        (Carnaúba)
         Mauritia vinifera                                                             (Buriti)
         Astrocarymum vulgare                                                    (Tucumã)
         Gliciridia sp.                                                                                       (Glicirídia)
         Cucurbita sp.                                                                    (Gerimum)
         Euterpe oleraceae                                                                (Açaí)
         Theobroma cacau                                                                 (Cacau)
         Caryca papaya                                                                        (Mamão)
          Passiflora sp                                                                          (Maracujá)
          Nectandra myriantha                                                          (Canela)
          Paullinia cupana                                                                   (Guaraná)
          Eucalyptus sp                                                                        (Eucalipto)
          Orbygnia martiana                                                               (Babaçu)



                                                     A descrição destes consórcios é para despertar o interesse dos produtores, agentes sociais e ambientais, para que conheçam a realidade e o potencial produtivo dos Sistemas Agroflorestais Amazônicos. É  bom visitar as sedes nacionais da Embrapa, programas e propriedades que já possuam SAFs produzindo e dando resultados satisfatórios.


      Diálogo do Gibi Ecológico

-Sabe seu Zé, meu avô é dessa Amazônia e me disse que o pôvo das antiga pegava só as terra boa prá planta, e depois de 2 a 4 anos de uso, botava as Castanha, as seringa, as árvre de madeira boa e esquecia por muito tempo essas rôça. As terra ruim e arenosa fráca não mexia...deixava prá mata crescer...

- É seu João, a turma dos que vieram do sul, nem analisam atualmente a qualidade e estrutura dos solos, derrubam tudo, querem só o gado, parece que não acreditam na força e potencial econômico da floresta. É bom fazer as pastagens mais  nas áreas de solos mais orgânicos e bem agregados, assim mesmo com muita proteção, muita árvore se possível leguminoseira, com cultivos silvo-pastoris e  com a presença de faixas de florestas onde o gado pode entrar e com a formação de sistemas produtivos agroflorestais.

-          É isso seu moço, acho que a Amazônia pódi se recuperá e sê mais zelada, com isso que tá sendo mostrando... !

Fig.2.0. SAF com Castanheira para a realidade da produção dos Seringais Amazônicos: Castanha + Freijó + Mogno + Seringueira + Côco + Pupunha + Banana + Café + Guaraná + Pimenta + Mandioca + Batata-doce + Milho

Fig.3.0. Concepção Básica de um Sistema Silvi-pastoril na Amazônia
  


A Ocupação Sustentável da Amazônia Brasileira


Talvez os sistemas agroflorestais sejam  tão importantes que podem ser a solução para a                                        agricultura e a ecologia mundial “


                                        Na Amazônia, a maior bacia sedimentar hidrográfica do mundo, a opção pela utilização destes grandes consórcios e sistemas Agroflorestais e Permaculturais é vital para a atividade humana e econômica tradicional na região. Com a retirada da floresta nativa, todos os componentes dos solos começam a ser carreados pelas fortes chuvas. Assim,  como os recursos de capital para a adubação são escassos, pois até o calcáreo é algo valioso em todos os estados amazônicos, o agricultor convencional que chega do sul e do sudoeste  planeja sua propriedade com a derrubada das melhores árvores, venda barata da madeira, queima da resteva, aplicação de herbicida, uso de trator de alta potência com arado de disco, e aí procede a semeadura de pastagens artificiais. Algumas CastanheirasFreijós, Ingás-cipó, Mognos, de maior porte são deixados na pastagem de maneira isolada. *

* Em menos de 10 anos normalmente todas estas árvores perecem, pois perdem as suas relações comensais ou de associação ecológica com as demais espécies, dizem que as espécies florestais amazônicas são plantas comensais e que necessitam de consórcios e combinações para assegurar o transporte e reciclagem de substâncias e sua manutenção e diversidade genética.  A Seringueira e a Castanheira e o Cacau são exemplos desta realidade: monocultivos de Seringueira no Brasil, pelo que foi observado, sempre acabaram sendo desestimulados devido ao forte ataque de doenças e pragas.

* Muitos solos da Amazônia, possuem uma camada compactante de depósitos de cascalho e sedimentos chamada de plintita, que aumenta a capacidade de erosividade superficial e é uma da principais causas da degradação acentuada dos solos amazônicos. De acordo com estudos da RADAM em 1970 chegou-se a conclusão que 10 % dos solos amazônicos possuem condições de serem utilizados somente para a produção agrícola mais homogênea e que os 80 % restantes devem ser utilizados de forma consorciada com a floresta ou com Sistemas Agroflorestais.

                                        Os Sistema Agroflorestais  se aplicados nesta região trazem uma maior possibilidade de que seja realizado um manejo mais sustentável da floresta. É bem possível que muitos fazendeiros, produtores, comunidades e assentamentos tenham necessidade de produzir grãos como FeijãoGuanduCaupiAmendoim, e Milho, ou o  Arroz e o Gergelim e não disponham de terreno aberto para fazerem suas operações de plantio, por isso que é interessante a consorciação com a realidade da presença da floresta e de seus números recursos florestais. Pode-se retirar muito alimento, lenha, produtos medicinais que alcançam um bom preço quando extraidos da região.

                                        Pois é recomendado através da Agroecologia, Biodinâmica e da Permacultura, que sejam separadas partes isoladas, de relevo plano, mais próximas a estradas e que possuam solos mais férteis e menos ácidos para que sejam implantados os sistemas Silvo-pastoris e Agroflorestais mais sustentáveis. São locais onde apenas são retiradas as madeiras de médio porte e  vegetação normalmente considerada tóxica ao gado. Busca-se  também preservar-se as Toras Milenares. Estas são mantidas por que podem continuar oxigenando o tecido vital, orgânico e biológico do solo em níveis regulares semelhantes à floresta nativa, e são as unidades de vegetação consideradas as produtoras de sementes e por isso podem ser úteis na manutenção da floresta. Determinadas espécies são cortadas, transportadas e retiradas sob autorização do IBAMA para que entre estas árvores maiores possam ser semeadas determinadas pastagens produtivas como o Colonião, Capim Angola, Quicuio-da-amazônia, Andropógon, Capim Jaraguá, se possível em consórcio com leguminosas como os EstilosanthesDesmodium, Centrosema, Calopônio, entre outras espécies, ou que possam ser efetuados os cultivos agrícolas.*

* Nesta etapa o agricultor pode separar a madeira que não vai vender em pilhas ordenadas que formarão compostos orgânicos e fontes produtoras de húmus e de muita atividade biológica - isto é interessante e muito melhor para a manutenção da energia vital e da organicidade do ambiente do que apenas serem feitas as operações de queima dos cipoais, restos de galhos, raízes, e árvores e madeira de menor porte.

                                        São normalmente manejadas faixas entre 30 a 150 metros que formam corredores de pasto consorciado com a floresta. Nestas áreas há o cuidado de manter-se  os animais não desenvolvendo o sobrepastejo ou o arranquio e o pisoteio excessivo das forragens cultivadas, por isso também a importância de que estas áreas sejam cercadas e rotacionadas.* Preferencialmente estas cercas podem ser implementadas com a ajuda da própria floresta, deixândo-se faixas de no mínimo 10 metros, onde é importante também o aproveitamento da beirada de rios e com a introdução de espécies que limitam bem os terrenos e formam faixas mais densas de pequenas zonas vegetadas como os Buritizais (plantio adensado de 2 x 2 ms),  Freijós com CoqueirosPalmeiras, Mangueiras, JaqueirasPupunha consorciada com Taperebá,  Eucalipto,  em consórcios com combinações e espaçamentos variados porém que possuam uma disposição na área mais retinílea e vigorosa.

* Como não há energia elétrica os sistemas Voisin podem ser adaptados para a rotação de pastagens separadas por faixas da floresta mais inacessíceis ao gado ou protegidas por cerca de arame.

                                        Cercas vivas também podem ser feitas com uma semeadura bem adubada de Leucena, 10 linhas semeadas continuamente, numa densidade de 20 sementes por metro linear e espaçadas 50 cm, e que acabam formando faixas de 5 ms de largura, elevadas 3 metros do solo em média e que são protegidas inicialmente por cercas de arame farpado. Pode ser cortada nos dois primeiros anos e servida diretamente no solo, nas horas mais quentes do dia, para o gado comer, ruminar e receber uma dose maior de nitrogênio e de nutrientes. Sementes e mudas  também de espécies arbóreas leguminosas como o Ingá-cipó, Erytrina ou Mulungu, Caliandra, e frutíferas nativas como o Tucumâ, a palmeira Inajá, podem ser semeadas ou plantadas de maneira casual no terreno e serão também consumidas pelo gado. Bancos de proteínas são indicados em piquetes mais abertos e são ótimas opções para o gado que está em período de gestação e lactação, onde o Guandu é a espécie de maior destaque, seguida de diversas espécies de Crotalárias.  E são cultivadas ainda em áreas médias de 5.000 metros as Capineiras de Capim-elefante ou o Capim-napier e os muito produtivos Canaviais. Estas capineiras podem inclusive ser bem manejadas virando um pasto de muito vigor e ótima fonte de nutrientes o ano inteiro - basta que sejam sempre podadas as touceiras de  capim-elefante pelo próprio gado em uma altura básica de 20 cm para rebrotar. A Introdução do gado é realizada quando o capim alcança uma altura de 60 cm em média, e ele deve estar bem firme no solo e bem brotado.

                                        As lavouras possuem também árvores porém são mais abertas e em terrenos mais planos. Podem ser adubadas com calcáreo, cinza, composto, fosfato se o terreno é deficiente em fertilidade natural pode ser utilizada a adubação mineral baseada no NPK.  Cultiva-se o Milho consorciado com o Feijão-de-porco, Mucuna, Guandu, Feijão, Mandioca, Cana, Café, Seringueira, Pupunha, Cupuaçu, e sequencialmente vão sendo cultivadas outras espécies mais arbustivas e de menor porte como o Maracujá, Abacaxi, Vetiver, Pimenteira, Açaí, trepadeiras como o  Guaraná, entre outras.

                                        Porém normalmente o pequeno agricultor possui uma área menor, bastante fechada, úmida e começa sempre cultivando a Mandioca em linhas, a Batata-doce na periferia do terreno, a Bananeira espalhada em locais mais férteis, e o Milho, Arroz e o Feijão sendo semeado em linhas paralelas e consorciadas. Encontra-se nestes terrenos também a Pupunha, o Cupuacú, Açaí, CitrusCana, Ervas Medicinais, QuiaboAbóboraInhame, Taioba e Melancia. Assim, lentamente o agricultor pode montar seus Sistemas Agroflorestais, adquirindo assim maior eficiência e produção mais diversificada e segura, que vai proteger a matéria orgânica dos seus solos. São incentivados o cultivo da Castanheira, Seringueira, diversas espécies de Coqueiros e Palmeiras como o  CôcoAçai, Babaçu e espécies como o  Freijó, Mogno, Jacarandá, Ingá-cipó, Eucalipto, Copaíba, Pau Rosa, Cupuaçu, Pupunha, Guaraná, Algaroba, Banana, Café, Cacau,  Carambola, Citrus, Pimenteira, Urucum,  Vetiver, Milho, Mandioca, Feijão, Batata-doce, entre outras.

                                        Há muito mercado para a Castanha ainda mal organizado em termos de distribuição pelo país e  exportação, além de frutas que podem ser produzidos sucos polpas naturais com alta vitalidade e teores vitamínicos, produtos verticalizados como a  Borracha e sua mais recente e muito exponencial indústria de Couro VegetalCafé -  a Colômbia é o maior produtor de Café sombreado do mundoGuaraná - a Amazônia é  sua maior produtora mundial,  Passas-de-BananaManga, Abacaxi, Mamãopolpas, essências medicinais como Copaiba e Andiroba, centenas de ervas medicinais com potencial agroindustrial e farmacológico, e inúmeros  remédios caseiros e industriais e um belíssimo artesanato. *

* o Brasil deveria ter um pólo de desenvolvimento científico para pesquisar o potencial farmacológico dos diversos princípios ativos encontrados nesta região. Ainda mais que está ocorrendo uma corrida ao patenteamento mundial de descobertas científicas e tecnológicas. Aí está a importância da Universidade Brasileira.

                                        Uma politica de desenvolvimento correta para região seria incentivar a organização da produção cooperativa da Borracha, sua industrialização correta, seleção, estudo e pesquisa de seus produtos que possuam qualidade industrial e que sejam interessantes para a distribuição interna ao Brasil e para outros países e mercados. O cultivo do Guaraná, Castanha e sua agroindustrialização, Café, Borracha, Mandioca, Cacau - chocolate, espécies para a industrialização de polpas, determinadas ervasessências e óleos medicinais, agroindustrialização da Banana, pode ser a solução para o desemprego, baixa arrecadação de impostos  e combate a miséria e ao seu subdesenvolvimento -  uma grande e correta opção de agroindustrialização mais sustentável da região do que apenas a retirada da madeira e a implantação de monocultivos de pastagens e de produção de gado. Possivelmente, em 20 anos, o Brasil teria um balanço comercial fantástico com a venda destes produtos e politicamente, seria reconhecido internacionalmente pelo desenvolvimento social e sustentável que promoveria nesta grande região.

            
   Uma proposta de Agroecologia, Biodinâmica

      e Permacultura  para a  Amazônia Brasileira


                                         Formar comunidades mais auto-sustentáveis não é tarefa difícil nesta região, rica em potencial de vitalidade, reciclagem de nutrientes e biodiversidade. Seu grande balanço positivo de energia provêm do aproveitamento e da  industrialização da produção de Castanha, Guaraná, óleos e resinas naturais, que alcançam bons preços se bem comercializados. Como um bom projeto de desenvolvimento da Permacultura exige cerca de 15 anos para ser implementado, as sequênciais etapas de plantio, domínio tecnológico e comercialização vão sendo conquistadas passo-a-passo. O mais importante no desenvolvimento da Permacultura na Floresta é o estudo do Climax Natural e como pode ser realizada sua adaptação às necessidades humanas. Deve-se buscar adaptar  os modelos naturais agregândo neles os interesses econômicos de produção de médio e de longo prazo. O cultivo da Castanheira com Coqueiros, Seringueira, Pupunha, Espécies Medicinais  e produtoras de resinas como o Pau Rosa, Dendê, Andiroba, Copaíba, espécies para lenha, movelaria e melíferas como o Freijó, Ingás, Quarubá, Mogno, Paricás, espécies de menor porte e frutíferas como a Pupunha, Cupuaçu, Graviola, Guaraná, Caju, CaféPimenta, cultivos de Milho, Feijão, Arroz, podem ser combinados com a floresta  aproveitando melhor os níveis e os espaços disponíveis. O estudo das fibras vegetais é outro grande campo de trabalho para ser desenvolvido , pois muitas fibras vegetais amazônicas como Juta, Ituá, Vinagreira, Tucumâ, podem ser utilizadas inclusive no fabrico de papel, móveis, estofamento para veículos, entre outras utilizações possíveis de industrialização.

                                        A Biodinâmica pode introduzir os conceitos modernos de combinação vegetal harmônica entre as plantas que consiste em observar-se quais as culturas que possuem um maior grau de sinergia ou que sejam benéficas umas com as outras. Isto é utilizado com muita profundidade pelas culturas indígenas que desenvolveram uma rica cultura nativa da floresta, baseada inclusive no xamanismo amazônico e andino. Sabe-se que os principais SAFs aqui descritos possuem esta combinação harmônica e biodinâmica.

                                        Também o respeito e cuidado com o  uso e o manejo e aproveitamento em uma visão de longo prazo  dos recursos naturais é outra importante tarefa que os futuros produtores biodinâmicos e permaculturais nesta região poderão desenvolver. Isto pode ser importante na adubação orgânica dos cultivos pois  a reposição do composto orgânico nos solos para o plantio de florestas e uma adubação baseada em compostagem com adições ano-ano decrescentes de insumos agrícolas como os estercos podem ser suficientes para a obtenção de boas safras. Se seus solos são muito ativados só precisam de ambiente com bastante material orgânico.

                                        O uso e a pesquisa de preparações biodinâmicas nesta região serão mais úteis se forem direcionadas para a observação das qualidades dos solos, onde os mais silicosos, ácidos e pouco férteis e/ou degradados precisarão da aspersão seguramente do preparado 500 que ativa o seu metabolismo. O preparado 501 em regiões tropicais e equatoriais pode atuar com muita intensidade e inclusive prejudicar as plantas e é mais recomendado para as áreas mais úmidas e vitais ou com uma maior presença de matéria orgânica em decomposição, ou mais problemáticas espiritualmente.*

* Preparados feitos com esterco - 500 e silica - 501, que podem ser aspergidos.

                                        Saindo da Escola Biodinâmica de Steiner pode-se também buscar investigar qual é a Biodinâmica-Nativa da floresta. Sem dúvida, existem diversas técnicas de manejo e controle de pragas feitas pelos índios, inclusive seus métodos intuitivos de combinação entre as plantas é algo assombroso. A nova etapa holística de transformação na agricultura deverá rever estas tradições e aproveitar ao máximo todos os seus componentes culturais e tecnológicos, para obter um novo padrão de desenvolvimento que tenha como meta a Qualidade Total na Agricultura Amazônica, agradando a economia e a ecologia ao mesmo tempo.

                Diálogo do Gibi Ecológico

-  Sabe seu Zé Trovão, esse negócio da Amazônia é grave e mereci um comentário seu sobre essas queimada fêia que fazem por lá...

-  O  mais incrível seu João Terra que percebí é que quando os fazendeiros e os mineradores queimam tudo, é que ficam satisfeitos. Não deixam quase nada de pé ! É como trocar-se a floresta mais linda do mundo por um pouco de dinheiro e capital que de certa forma não consegue realmente ser pago com retorno comercial adequado, qualidade econômica, financeira, ecológica e sobretudo ética e espiritual ou religiosa, pois acho que não é bom prá nossa humanidade nesta atual fase estragar esse lugar ...

- É seu Zé , só nóis sabemo que a Amazôia é coisa muito boa prá todo mundo amar e se orgulhar de nosso grande Brasil  !

- É, seu João, mas os pastos que são formados lá são muito sobremanejados e  acabam comportando apenas de 0,5 pra 0,8 cabeças por ha, menos de uma, o que é muito pouco para justificar econômicamente sua implantação do lado de uma floresta enorme cheia de madeira prá sê reciclada e plantada mesmo..., e desta forma já foram ocupados e queimados quase 15 milhões de hectares amazônicos, quase um país,  chê !

- Minha nossa seu Zé, esse povo precisa memo é da tar da Permacultura e de botá os bicho consorciado com a mata,  e os bicho homi ruim prá corrê ou prá aprendê a repeitá a nossa mata e o nosso Brasil,  ora se não dá proá nóis tudu junto faze ó chent urgent chê !


Agroecologia, Biodinâmica e Permacultura
para a Região do Nordeste Brasileiro

                       
                                                                       O RS, o Fogo do Brasil, o
                                                                A BA, a Terra do Brasil,
                                                                       O RJ, SP e Minas , o Ar do Brasil.
                                                                O Nordeste, nossa Água- prima.
                                                               

SAFs de maior ocorrência no Nordeste

- Algaroba + Palma + Agave + Guandu + Leucena: para o semi-árido, um Sistema Agroflorestal - SAF mais tradicional para pastagem . Possui ainda baixo aproveitamento energético e permacultural. Deveria ser combinado com o uso intenso de matéria-orgânica na forma de mulching, uso de cercas vivas e formação de bosquetes mais úmidos com Cedro, MognoCastanheira, Açaí, Oiticica, Dendê, Maniçoba, leguminosas como Algaroba, Eritrina, Grevilha, LeucenaIngá, entre outros.

- Leucena + Guandu + Palma + Milho + Cana + Calopônio: para colheita de Milho, como forrageira e para pastagens durante a seca. O gado vai ter pasto com leguminosa e vai ganhar peso e sombra.

- Castanha + Seringueira + Côco + Banana + Cacau + Cana + Melancia + Milho: um SAF que poderá fornecer muitos resultados econômicos e enriquecer a dieta dos agricultores na região. Áreas mais próximas as matas amazônicas.

- Palma + Algaroba: pastagens sombreadas com o uso da leguminosa.

- Babaçu + Arroz: colhe-se óleo, castanha e o cereal.

- Árvore de Niem Arroz: sugestão para SAF no semi-árido.

- Algaroba + Capim-buffel: para pastos no semi-árido, pode-se introduzir a Glicirídea, a Leucena, o Guandu e o Calopogônio.

- Caprinos + Avelós: semi-árido. Recomenda-se o uso de bosquetes  e a integração com os Sistemas Silvopastoris que utilizam leguminosas em aléias consorciadas com as pastagens.

- Côco + Cacau + Maniçoba + Abacaxi:  na zona da mata, é  bem econômico. A Maniçoba produz borracha.

- Maniçoba + Guandu + Palma: zona do semi-árido com  pastoreios rotativos.
                 
 - Leucena + Sorgo + Mucuna ou Feijão-bravo-do-Ceará: semi-árido e zona-da-mata, plantio em aléias e para pastoreio e adubação verde.


         Tab. 6.0. Espécies Vegetais para SAFs Nordestinos
______________________________________________
    Nome Cientifico                                        Nome Comum
______________________________________________________________

Cocos nucifera                                                                                               (Côco)
Anacardium occidentalis                                                             (Cajú)
Orbignya martiana                                                                           (Babaçu)
Theobroma cacau                                                                           (Cacau)
Copernicia cerifera                                                                       (Carnaúba)
Elaeis guineensis                                                                            (Dendê)
Prosopis julifora                                                                             (Algaroba)
Piptadenia spp.                                                                              (Angico)
Mauritia vinifera                                                                              (Buriti)
Cocos coronata                                                                                                (Licuri)
Licania rigida                                                                                  (Oiticica)
Caryocar brasiliensis                                                                     (Pequi)
Spondias tuberosa                                                                         (Umbu)
Apocynum hancornia                                                                     (Mangaba)
Euphorbia gymroclada                                                                  (Avelós)
Coffea arábica                                                                                   (Café)
Agave sisalano                                                                                (Sisal)
Glicirídia spp.                                                                                 (Gricirídia)          
Opuntia ficcus                                                                                 (Palma)
Annona sp                                                                                       (Pinha)
Annona muricata                                                                           (Gravinha)
Pisidium guajava                                                                            (Goiaba)
Caryca papaya                                                                                (Mamão)
Schinopsis brasiliensis                                                                   (Baraúna)
Erytrina Veluntina                                                                         (Mulungu)
Ziziphus joazeiro                                                                            (Juazeiro)
Manihot glaziovii                                                                            (Maniçoba)
Eucalyptus sp                                                                                  (Eucaliptos)
Mimosa caesalpiniaefolia                                                             (Sabiá)
Leucaena spp.                                                                                (Leucena)
Manihot sp                                                                                      (Maniçoba)
Parkia platycephala                                                                       (Faveira)
Caryocar brasiliensis                                                                     (Pequi)
Musa sp                                                                                            (Banana)
Swietenia macrophylla                                                                 (Mogno)
Carapa guianensis                                                                          (Andiroba)
Bertholletia excelsa                                                                       (Castanha-do-Brasil)
Theobroma grandiflorum                                                            (Cupuaçu)
Inga sp                                                                                             (Ingá)
Orbygnia martiniana                                                                      (Babaçu)              
Guilielma gasipaea                                                                         (Pupunha)
Piper nigrum                                                                                   (Pimenta-do-reino)
Colubrina rufa                                                                                (Sobrasil)
Clitoria racemosa                                                                           (Eritrina)
Hevea Brasilium                                                                            (Seringueira)
Elaeis guineensis                                                                            (Dendê)
Annonna montana                                                                         (Araticum)
Platonia insigns                                                                               (Bacuri)
Vanilla spp.                                                                      (Baunilha)
Cedrela odorata                                                                            (Cedro Vermelho)
Copaiba sp.                                                                      (Copaiba)
Artocarpus altilis                                                             (Fruta-pão)
Genipa americana                                                          (Genipapo)
Aniba rosoedora                                                            (Pau Rosa)
Copernicia cerifera                                                        (Carnaúba)
Mauritia vinifera                                                             (Buriti)
Astrocarymum vulgare                                                 (Tucumã)
Euterpe oleraceae                                                         (Açaí)
Caryca papaya                                                                 (Mamão)
Passiflora sp                                                                     (Maracujá)
Nectandra myriantha                                                    (Canela)
Paullinia cupana                                                              (Guaraná)
Byrsonima verbacifolia                                                                 (Murici)
Eugenia dysenterica                                                      (Cagaiteira)                                       
Guazuma ulmifolia                                                    (Mutamba)
Helicteris brevispira                                                  (Pau-santo)
Kielmeyera coriacea                                                  (Vinhático)
Plathymenia reticulata                                             (Pê ou Piuva)
Aspidosperma sp.                                                       (Guatambú)
Ouratea hexasperma                                                (Cabeça-de-negro)
Tabebuia ochrace                                                        (Tabebuia)
Trema micrantha                                                        (Chumbinho)
Vochysia tucanorum                                                  (Pau-terra)
Qualea grandiflora                                                      (Pau-terra-largo)
Vernonia ferruginea                                                   (Assa-peixe)
Gualsa grandiflora                                                      (Araçá)
Psidium sp                                                                    (Goiaba)
Psidium guajava                                                         (Amendoim-do-  campo)
Platypodium elegans                                                (Jacarandá-do-campo)
Machaerium acutifolium                                         (Pitanga)
Dipterix alata                                                                               (Baru)
Roupala montana                                                      (Carne-de-vaca)
Tibouchina sp.                                                             (Quaresmeira)
Salacia campestris                                                      (Bacupari)
Guariroba                                                                        (Syagrus oleraceae)
Pouteria ramiflora                                                        (Curriola)
Crhysophyllum soboliferum                                    (Fruto-dotatu)
Compomanesia cambessedeana                             (Gariroba)
Bromelia balansae                                                        (Gravatá)
Jaracatia heptaphyla                                                                  (Jaracatiá)
Hymenaea stilbocarpa                                                               (Jatobá-da-mata)
Genipa americana                                                         (Genipapo)
Acrocomia aculeata                                                     (Macaúba)
Brosimum gaudichaudii                                            (Mama-cadela)
Hancornia speciosa                                                     (Mangaba)
                _____________________________________________________________

Fig.04  SAFcom Algaroba + Leucena + Palma + Agave + Guandu                   + Calopogônio pra o Semi-árido Nordestino

Fig. 05. Uma proposta de um SAF Praiano para o Litoral Nordestino


Uma Proposta de um SAF Praiano
para o Litoral Tropical Brasileiro

                
                                                                               Côco + Cacau + Mamão + Banana +  Café + Milho + Guandu + Feijão-de-porco + Pepino + Abóbora: um SAF que pode ser mais cultivado no litoral. É importante que seja plantado com bastante matéria-orgânica, com cerca de 10 Kg de adubo orgânico por metro linear - que pode ser obtido da reciclagem correta do húmus produzido em minhocários (restos de mercado, restaurantes, etc) e com uma dosagem de termofosfato de 3 Kg/m linear. Perceba a força e a importância deste consórcio. Pode resolver 80 % dos principais problemas econômicos das comunidades de pescadores riberinhas. O Côco pode ser vendido e é uma das culturas econômicamente mais importantes do Brasil.

                                                           “ Estive em Arraial na Ajuda na Bahia pesquisando seu potencial  Permacultural, e foram solicitados meus serviços de consultor ambiental e permaculturista para um Hotel na Praia “. Pois indiquei um Sistema de Repovoamento Permacultural para as Praias que consiste na abertura de covas em espaçamentos de 4 x 4 ms distante 50 ms do mar ! E que pode ser montado  em linhas retas distantes entre sí 25 ms. Pois foram feitas covas ou berços de 100 x 80 cm, forradas com uma camada de 20 cm de palha, onde foram colocados 30 Kg de matéria-orgânica como esterco e restos de alimentos de cozinha, 2 Kg de cinza e 2 Kg de calcáreo. Não havia mais foi indicado a adição posterior de 1 Kg de Termofosfato. Tudo é bastante misturado com a areia, é colocada ainda terra preta ou vermelha argilosa, e as mudas de Côco, SeriguelaMamão,  Banana, Dendê, Castanheira inclusive, Mogno, Pau-brasil, Arueira, podem ser plantadas, irrigadas e cobertas com Mulching.

                                                           Observa-se que as mudas podem ser plantadas com várias combinações. O importante é que sejam desenvolvidos renques retos e que tragam bastante sombreamento e proteção contra os ventos. Nas praias é bom desenvolver-se estilos paisagisticos combinando as árvores com a palha e pedras. O incrível é que os restaurantes e bares podem colocar suas mesas entre estes cultivos. Isto poderia  ser desenvolvido pelos chefes das APAs litorâneas, como protótipos - o impacto sobre a população pode ser muito interessante,  e se o mar sobe, logicamente que estes SAFs devem ser feitos em locais mais seguros e com solos menos arenosos e salinos. O importante é a percepção da bio-massa orgânica e vital que é colocada nas áreas, a fora que enfeitam e trazem aquele frescor aos bares e restaurantes nas praias.

                                                           Para as áreas agrícolas pode-se introduzir  o Abacaxi, Verduras, Tomate, Criação de Ovinos, Cavalos, pastagens, etc. O importante é manter esta vegetação irrigada semanalmente nos primeiros 2 meses. Ocorrerá uma maior vitalização do ambiente próximo ao mar, trazendo uma qualidade “hawaiana” e mais tropical ao Brasil. Pode ser a base da formação de uma Permacultura Litorânea para o nosso País.*

* Para a Biodinâmica, é possivel com a introdução de árvores leguminosas, uso de adubos verdes, adubação orgânicacalcáreofosfato, recuperar-se completamente  a fertilidade dos solos do litoral brasileiro. Isto pode demorar entre 4 a 8 anos de manejo, mas o cultivo do Abacaxi, Mamão, Verduras, consegue remunerar este importante processo de melhor vitalização e organicidade e recuperação ambiental para esta região.

        

O melhor Futuro da Agroecologia, Biodinâmica e Permacultura para o Nordeste Brasileiro

                                              
                                               O Nordeste para desenvolver Sistemas Agroflorestais, Agricultura Biodinâmica e a Permacultura precisa preocupar-se em acelerar a formação de uma bio-massa orgânica e vital mais ativa e equilibrada em seus solos pobres e muito degradados. Na região da Caatinga e do Semi-árido, a melhoria das condições de fertilidade possivelmente são fundamentais e virão com a intensificação do uso dos Cultivos Múltiplos e do uso do Alley Cropping ou Cultivos em Aléias. A introdução de Sistemas Agroflorestais - SAFs sobretudo nas áreas próximas às nascentes de água, para controle dos ventos e queimadas, formação de RPPNs  é também outro grande caminho de desenvolvimento agrícola e ambiental que podemos impulsionar nesta região. Com aproximadamente poucos anos é possível que surjam nas propriedades que utilizarem os SAFs condições para que sejam desenvolvidos pequenos e muito qualitativos pólos de desenvolvimento Permaculturais e Biodinâmicos.

                                                           A realidade e em sentido oposto, é que normalmente o nordestino queima toda a vegetação nativa, espera que chegue a pouca chuva e aí ara o terreno, que já estava seco e muito árido. Neste terreno sem vitalidade o produtor semêia Milho, Guandu, ArrozFeijão, Algodão, Fava, Abóbora e  Melancia e aduba com NPK ou esterco quando tem. Normalmente colhe pouco com a pouca chuva e possui muitos problemas com o ataque de formigas, pragas e doenças. O uso de adubações de cobertura  é quase nenhum, consorciações com adubos verdes é escasso, e a alimentação acaba sendo baseada sobretudo no consumo de Farinha de Mandioca, Arroz, Fubá, TapiocaÓleo-de-dendêCastanha e Feijão. *

* Uma alimentação que nesta região poderia  ter muito mais Milho, FeijãoArroz, Amendoim, Gergelim,Batata-doce, verduras, legumes,  BananaCana, açúcar-mascavo, peixe e  diversos tipos de carne de muito maior qualidade e  cerca de 5 dezenas de espécies frutíferas, excelentes para o consumo interno e venda para o exterior na forma de industrialização de suas polpas e para a produção de passas-de-frutas, possivelmente um dos mercados mais promissores do futuro mundial.

* Pois é tendência de que o nosso clima aumente em temperatura, e aí está a necessidade dos SAFs neste região, a expanção destes novos mercados de sucos, sorvetes e polpas,  e o uso da adubação orgânica e proteção mais adequada dos solos.

* O Nordeste vive em certas regiões estados de calamidade pública devido a seca que pode durar em muitas áreas de 2 a 5 anos. No seu passado, que ninguém conta,  já morreram mais de 20 milhões de pessoas de Fome!


                Diálogo do Gibi Ecológico

- Seu João, deu prô sr. entender como é que se cuida  do solo nordestino ?

- Pois seu Zé Truvãozinho, ôia, já fui lá e ví aquele sol forte que queima das 8 hora da manhâ às 5 hora da tardi, pois pelo quê tô vendo, se os companhero produtor não manterem o solo cuberto, com um monte de leguminoseira plantada, fazendo sombra, dando ração, a agricultura alí vai acabar virando caatinga, formiga  e deserto mêmo, tô certo seu Zé ?

- É isso que me dá medo seu João, o sr. tá muito ligado mesmo, , é isso aí!
                              

                                                           O Nordeste Brasileiro, uma das regiões mais bonitas e com um grande potencial de Desenvolvimento Sustentável e Permacultural do Brasil, foi colonizada há quase 500 anos. Podemos afirmar que o Brasil Colônia nasceu nesta região. Obteve seu alge com a instalação do Governo Central em Salvador Ba. Os portos de São Luis, Recife, Salvador, Ihéus começavam a ser visitados por diversas embarcações que transportavam nossa madeira nobre como o Pau-brasil, Mogno, Jacarandá, e minerais como o Ouro, Pedras Preciosas, Artesanato, fauna, alimentos, alguns nativos,  para o exterior,  e outras traziam mantimentos, imigrantes e escravos. Este processo de retirada de nossos melhores recursos naturais da Mata Atlântica e Sertão persistiu por quase 250 anos. O resultado dizem alguns cientistas e ecologistas brasileiros é que lentamente foram diminuindo os  teores de matéria orgânica e de fertilidade dos solos devido o plantio anual de Cana, Arroz e Pastagens, e com isso diminui-se a presença de inúmeras áreas verdes, agravândo-se este processo mais recentemente com a introdução de grandes plantios de Soja e cultivos de novas Pastagens.   Como consequência reduziram ainda mais os teores de umidade, e depois de mais de 200 anos de persistência em continuar com este tipo de desenvolvimento agrícola, neste grande ecossistema, em grande parte de seu território expandiu-se um clima e ambiente ainda mais semi-árido.

                                                           A escravidão, exploração das comunidades indígenas, dos seus recursos naturais, contaminação por doenças, uso abusivo de imposição de uma única cultura dominante sobre as culturas tradicionais adaptadas, o plantio Monocultural da Cana, o impacto agressivo da Seca - que já dizimou 20 milhões de pessoas no século passado (1877-1879),  formou uma região que atualmente possui uma das concentrações fundiárias maiores de nossa história, que possibilita a divisão do Nordeste  em dois grandes blocos distintos macro-sociais: os incluídos no sistema social dominante e os excuídos que totalizam quase 70 % de sua população, e que com a atual crise mundial, possivelmente serão deserdados ainda mais de toda a nossa evolução e ritmo cultural normal de desenvolvimento.

                                                           Esta região também possui em uma escala maior um fantasma chamado Fome em muitos dos seus estados. A Fome na atualidade é considerada uma herança politica que o Nordeste possui e afeta o desenvolvimento de todo o restante do país, e é outra grande causa/causadora/causada  de seu sub-desenvolvimento. É indiretamente a principal origem das doenças como o raquitismo, verminose, doenças de chagas, corrupção, que são males adquiridos através da coleta de alimentos e de água contaminada e  que são bem típicos de sistemas mais tradicionais com uma agricultura ainda baseada no  extrativismo das espécies nativas mais pobres, que normalmente são também procuradas pelos animais.

                                                           Isto é o que pode ocorrer com uma população que vive a margem do desenvolvimento normal e  cultural de seu país: se alimenta muitas vezes de roedores, animais silvestres como aves, lagartos, cobras, uma farinha de mandioca rara, e muitos ainda precisam trabalhar em grandes usinas produtoras de Cana... que produzem açúcar e combustível para uma indústria automotiva atualmente muito distante de contribuir com a nossa realidade mundial ambiental, ou outra grande parte de sua população permanece, em um número calculado de 15 milhões de pessoas,  recebendo assistência do Governo, causando o endividamento de muitos municípios e estados e um grande ônus ao Brasil.

                                                           Possivelmente nos 200 anos iniciais de descoberta do Brasil, esta região prosperou muito com a exportação de Madeira, Ouro, Diamante, Esmeralda, açúcar, e  uso farto da mão-de-obra servil e escrava. Entrou em uma grande fase de declíneo e desagregação social e atualmente vive  uma fase de concentração de terras e do seu potencial político de desenvolvimento. Possui também um grande patrimônio público sempre sendo muito investido e que é muito reclamado pelos estados do Sul  brasileiros,  e possui ainda uma população enorme que necessita ser absorvida nos mercados de consumo e de desenvolvimento brasileiros. Portanto as ações emergenciais no Nordeste passam por uma revisão profunda de sua situação opressiva agrária, a transformação do seu atrasado paradigma comercial, a recomposição do seu desenvolvimento ecológico, político e social, que poderão ocorrer  com a instalação de projetos agroecológicosagroflorestais, alguns mais  biodinâmicos e permaculturais,  em pólos e localidades selecionadas. Esta possivelmente é a tarefa do IBAMA com seus agentes sociais ecologistas, principalmente os Chefes de APAS e Unidades de Conservação Naturais e os técnicos do Ministério da Agricultura, da Reforma Agrária, dos Governos Estaduais e das ONGs.  Espera-se assim que com a formação destes pólos mais sustentáveis possam serem difundidas melhor e mais gradativamente as suas tecnologias, os resultados e as experiências práticas de melhoria que acorrerá com as condições naturais do ambiente, da saúde geral e da qualidade nutricional do seu povo muito atingido e excluído. Mas o Nordeste modernizou-se muito, dentro dos padrões capitalistas globais, reproduzindo as formas de desenvolvimento americanas, isto acarreta a formação de uma cultura dominante de imenso consumo, perda de valores tradicionais, e um maior prejuízo a ecologia das cidades, qualidade de vida  de seus habitantes, se não revisarmos e fortalecermos nossos verdadeiros valores, crenças, formas democráticas de edificar nossa cultura política e nosso desafio de montar nossa economia ecológica, soberana e de elevada eficiência e competitividade.


                Diálogo Ecologista

- Seu João, seu João, falar desse Nordeste dá pena no meu coração, pois ele tinha tudo de lindo,  e foi-se morrendo, ficando triste, vêio o “último Cabra macho”, Lampião, tentou pelo caminho do revolver, e não o caminho da enxada, abundância e da auto-suficiência...

- É seu Zé, mas eu acho que com essa Agroecologia e Biodinâmica a gente vai vencer, o galo vai cantar e não vai parar mais... vai tê forró de novo em tudo que é lugar cheio de pamonha, curau, cuz-cuz e muita gente bonita feliz de novo, oh chênt !

-Prô senhor que é um mistura de Minas com a Bahia, tá mais do que escutado, e falado, oh chê !




      Tecnologias Agrícolas Sustentáveis para o Nordeste


                                                                               As técnicas mais interessantes para o Nordestino utilizar e que podem lhe trazer grandes e surpreendentes resultados econômicos são:

Na Adubação dos Solos Nordestinos: se possível utiliza-se o  Calcáreo ou/e Cinza, Gesso, Termofosfato e o Fosfato Natural. Assim recupera-se o potencial de mobilização de minerais dos solos, ocorre a aceleração de sua capacidade de troca catiônica ou potencial de fornecimento de nutrientes às plantas e  aumenta-se o teor de FósforoPotássio, eleva o pH e lentamente aumenta o Nitrogênio. *

* Os Solos possivelmente vão ficar mais estruturados com a força de agregação do Cálcio e do Magnésio. É feita normalmente uma mistura de 70 % de Calcáreo Dolomítico e 30 % de Gesso,  e esta combinação é adicionada ao solo numa dosagem de 6 Ton/ha  em média, sendo na etapa de aração espalhado 2/3 do corretivo e na etapa de gradagem, 1/3 do corretivo é superficialmente incorporado ao solo.

Sobre o uso dos Insumos Orgânicos: o nordestino deve procurar manter seu solo sempre sendo adubado organicamente, com o uso da compostagem, vermicompostagem, uso do esterco , deve ser sempre mantido descompactado com o uso de sistemas rotacionais de cultivo, buscando mantê-lo inclusive coberto, e se possível protegido da ação dos fortes ventos e forte  insolação. *

* Ventos de 4 Km/h já começam a afetar a fotossíntese das plantas, aumentando sua necessidade de respiração e consumo de substâncias armazenadas. No Nordeste estes ventos chegam a ser de 40-60 Km/h em média, por muito dias,  em muitas localidades.

                                                           Por isso que os cultivos devem ser feitos em Aléias com o uso de espécies que tenham o  Guandu, Algaroba, Capim Elefante  e a Leucena sendo semeadas em linhas distanciadas de 15 a 30 metros, onde são podadas até 2 vezes ao ano e onde  são fornecidas como forragem para a criação de gado e de caprinos ou para a adubação orgânica dos solos. Cultivos intercalares de Milho, Mandioca, Fava (Nectandra puchury)Feijão, Arroz, AmendoimSorgo, Algodão, Gergelim, podem também ser semeados e consorciados em linhas distantes de 50 x 50 cms a 1 x 1 m.

                                                           Para as épocas de seca, se não há irrigação, o agricultor pode adubar com cinza, alguma matéria orgânica disponível, e se guardar e acumular corretamente a matéria orgânica, pode montar compostos vegetais, e plantar as plantas xerófilas como Juazeiro, Jucá (Caesalpina ferrea), Macambira (Bromelia laciniosa), Mororó (Bauhinia spp.), PalmaRamón (Brosimum alicastrumErva-sal (Atriplex mummularia), que são espécies que podem ser utilizadas na alimentação e criação como pastagens de animais como cabras e os burricos e jumentos,  pode pelo menos obter uma renda com leite, carne, adubo,couro, etc. A utilização de adubos verdes como Stylosantes e Calopogônios é outra boa técnica de manejo destas áreas mais secas. Os SAFs com Aroeira, Pau-darco, Sabiá, Carnaúba, Maniçoba, Leucena, Glicirídia, Opuntia, Cartamo (Cartyhamus tintorius), Jojoba (Simondsia chinensis) são também opções disponíveis para serem utilizadas para a produção de madeira, óleos, alimentos, etc.

O uso do Mulching ou Cobertura de Palha sobre o solo e o Plantio-direto:  é muito importante e pode formar um Sistema de Plantio-direto na palha, inclusive acompanhado de renques de plantio de espécies leguminosas, frutíferas ou silvículas. O corte de capins, leguminosas é muito importante na época da seca e pode ser feito em duas etapas: a primeira permite-se a entrada dos animais para o consumo dos restos de cultura e dos adubos verdes, em seguida pode-se passar um Rolo-faca, deixando os resíduos descançando e sendo metabolizados pela vida do solo. Na época de chuva é bom semear-se o terreno abrindo apenas as linhas de cultivo no meio da palhada. Os implementos devem ser adaptados para este sistema de plantio-direto, onde possuem uma faca maior e mais profunda que abre o terreno a ser parcialmente lavrado.

                                                           Introduze-se um sistema de plantio direto nesta região com o plantio de linhas de Leucena e sistemas de produção de forrageiras na forma de barreiras com o uso da Algaroba, Caliandra, Grevilha, Eritrina, Glicirídia, Ingá, Capim-elefante, entre outras espécies, normalmente em linhas distantes 20 metros, e entre estas linhas é realizado o plantio de Guandu dividindo o terreno em mais uma linha central.  A Leucena vira forrageira, e nitrificadora do solo, e o Guandu vira ração e adubo orgânico. e os solos melhoram durante o ano sensivelmente. O Milho é semeado em linhas espaçadas de 50 x 50 cm e consorciado com o cultivo do Arroz, Feijão, Amendoim, Cana, Gergelim, Mandioca, e cresce mais forte sem a presença dos ventos.

- Para o Manejo Animal e inicio da montagem de SAFs: é interessante a introdução e o de Sistemas Silvipastoris na forma de bosquetes, que tenham uma abundância de plantios  de leguminosas. Tornam-se áreas sombreadas úteis, acumulam reservas de umidade e são opções de suplementação alimentar para os animais. Também é importante o plantio de espécies de pastagens mais resistentes as secas e aos solos pobres como o plantio de Braquiária, AndropogonCapim Jaraguá (Hiparrênia rufa), Capim buffel (Cenchrus ciliares), consorciados com Estilosantes ou Calopogônio. É interessante a montagem de capineiras com Capim-elefanteGuandu, LeucenaAlgaroba e o cultivo do Milheto e Sorgo granífero.

                                                           Os Sistema Agroflorestais -  SAFs para o Nordeste podem ser desenvolvidos em áreas não inundáveis, em terrenos mais pobres e com a presença de estações de seca bem definidas. Pois com um plantio mais adensado de espécies, enriquecido de matéria orgânica , aumentará a capacidade do ambiente de melhorar gradativamente suas condições de clima. umidade, controle dos ventos, capacidade de bio-massa vital e orgânica e trará uma maior possibilidade de integração com uma produção animal mais sustentável, entre outras vantagens. Os SAFs diversos descritos podem ser aplicados portanto em todas as APAs nordestinas, como campos de provas para quem sabe dar inicio a uma pesquisa e programa conjunto entre o Ministério do Meio-ambiente e o Ministério da Agricultura e do Abastecimento para ampliar as alternativas de Manejo Sustentável dos Recursos Naturais da região.

                                                           Para as áreas inundadas e irrigadas,  devem ser constantemente rotacionadas com o uso do Arroz IrrigadoGirassol, Milho, Guandu, Crotalarias, Leucena, que possuem a capacidade de romper e trazer mais oxigênio e matéria orgânica para os solos e isto pode evitar o surgimento de um das maiores problemas da agricultura Nordestina, a Salinização

                                                           Com a pressão e o peso da água sobre o solo,  e a sua falta de oxigenação,  os solos lentamente vão sendo adensados, e perdem a sua capacidade de infiltração e capilaridade. Sua vida biológica é suprimida e fungos tóxicos podem ser selecionados por capacidade de adaptação e resistência, e tornam-se inclusive mutantes de agrotóxicos. Com a intensidade do  Sol, estes solos desprovidos de capa protetora, com uma grumologia já muito plastil e lavada pelas águas, são afetados pela Salinização, que nada mais consiste do que a concentração intensiva de sais minerais nos primeiros 20 cm superficiais de solo. É um problema muito sério em muitos  países do mundo e no Brasil, principalmente na região do Nordeste.

                                                           Ocorre que a água de irrigação não infiltra, permanece em cima do solo,  e evapora, e como o solo foi pulverizado, sua matéria orgânica foi  lavada, permanecem sais minerais como o Sódio, Cálcio, Potássio em uma quantidade maior que desequilibra os processos de absorção de nutrientes pelas plantas. O excesso de sais faz, por processos osmóticos,  com que o solo quente e seco retenha  mais do que as plantas os nutrientes. Pois romper as camadas compactadas com o uso de escarificadores, uso de plantios rotacionais, adubação orgânica, e depois disto o aumento da irrigação por aspersão destas áreas que podem ser protegidas com a palha de adubos verdes, pode recuperar e hidrolizar a concentração de seus elementos químicos de forma mais adequada.

                Diálogo do Gibi Ecologista

- É uma região muito bonita, mas precisa tomá cuidado, por que ela tá sempre sendo passada prá tráis com as festa de máis, muito carnaval, e na hora do vamu vê, fica tudo esquisito que só vendo...

- É seu João, O Nordeste precisa renascer, só de turismo não vai dar... e sua região é muito bonita, deve se encher de árvores, leguminosas, e começar de novo do zero a se curar de tanto colonialismo, acordar mesmo !
                                  

Espécies e SAFs para a
                                   Grande  Região do Cerrado Brasileiro



                                                                                  Oh  Deuses do Cerrado
                                                                                  Outrora Tu foi
                                                                                  gerador do Brasil ?
                                                          
                                                                                  Agora quer Florestas,                                                                                                                     Solos Vivos e Férteis,

                                                                                  Ser novamente um
                                                                                  Pai de muito poder e
                                                                                  imensa Formosura ?
                                                                                   

Tab.7.0 Espécies úteis para a Formação de Sistemas Agroflorestais e Permaculturais na Região do Grande Cerrado Brasileiro
____________________________________________
        Nome Científico                            Nome Comum
__________________________________________________________
Caryocar brasiliensis                                           (Pequi)
Musa sp                                                                    (Banana)
Swietenia macrophylla                                       (Mogno)
Carapa guianensis                                                               (Andiroba)
Bertholletia excelsa                                             (Castanha-do-Brasil)
Theobroma grandiflorum                                  (Cupuaçu)
Inga sp                                                                       (Ingá)
Cocos nucifera                                                        (Côco)
Babaçu                                                                     (Orbygnia martiniana)
Guilielma gasipaea                                              (Pupunha)
Piper nigrum                                                          (Pimenta-do-reino)
Coffea spp.                                                              (Café)
Faveira                                                                     (Parkia pendula)
Colubrina rufa                                                        (Sobrasil)
Clitoria racemosa                                                  (Erytrina)
Hevea Brasilium                                                    (Seringueira)
Elaeis guineensis                                                  (Dendê)
Annonna montana                                                              (Araticum)
Platonia insigns                                                    (Bacuri)
Vanilla spp.                                                            (Baunilha)
Theobroma cacau                                                 (Cacau)
Cedrela odorata                                                     (Cedro Vermelho)
Copaiba sp.                                                              (Copaiba)
Artocarpus altilis                                                  (Fruta-pão)
Genipa americana                                               (Genipapo)
Aniba rosoedora                                                    (Pau Rosa)
Copernicia cerifera                                                              (Carnaúba)
Mauritia vinifera                                                   (Buriti)
Astrocarymum vulgare                                       (Tucumã)
Gliciridia sp.                                                            (Glicirídia)
Gliciridia sepium                                                   (Estacas)
Jatropha curcas                                                     (Pinhão do Paraguai - Estacas)
Guazuma ulmifolia                                              (Caulote - Estacas)
Pachira aquática                                                   (Punpo)
Euterpe oleraceae                                                (Açaí)
Caryca papaya                                                        (Mamão)
Passiflora sp                                                            (Maracujá)
Nectandra myriantha                                         (Canela)
Paullinia cupana                                                   (Guaraná)
Byrsonima verbacifolia                                      (Murici)
Eugenia dysenterica                                           (Cagaiteira)                                      
Guazuma ulmifolia                                                              (Mutamba)
Helicteris brevispira                                           (Pau-santo)
Clitoria racemosa                                                  (Chapéu Mexicano)
Kielmeyera coriacea                                            (Vinhático)
Plathymenia reticulata)                                      (Pê ou Piuva)
                         Calliandra sp.                                                         (Caliandra)
                         Kilmeyera coriacea                                               (Pau-santo)
                         Tecoma curialisa                                                   (Ipê-Roxo)
                         Stryphonodendron adstringens                       (Barbatimão)
                         Eriotheca pubescens                                            (Paineira)
                         Tabebuia sp.                                                            (Ipê amarelo)
                         Bauhinia spp.                                                          (Unha-de-vaca)
 Aspidosperma sp.                                                                (Guatambú)
Ouratea hexasperma                                            (Cabeça-de-negro)
                          Macherium acutifolium                                      (Jacarandá-muchiba)
Tabebuia ochrace                                                 (Tabebuia)
Trema micrantha                                                   (Chumbinho)
Vochysia tucanorum                                           (Pau-terra)
Qualea grandiflora                                               (Pau-terra-da- folha-larga)
Vellozia squamata                                                                (Canela-de-ema)
                         Ananas sp.                                                                               (Abacaxi)
                         Vernonia ferruginea                                              (Assa-peixe)
Gualsa grandiflora                                                 (Araçá)
Psidium sp                                                               (Goiaba)
Psidium guajava                                                    (Amendoim-do-campo)
Platypodium elegans                                          (Jacarandá-do-campo)
Machaerium acutifolium                                   (Pitanga)
Eugenia sp                                                               (Faveira)
 Dipterix alata                                                        (Baru)
                          Anacardium humile                                             (Cajuí)
                          Roupala montana                                                                 (Carne-de-vaca)
                          Tibouchina sp.                                                        (Quaresmeira)
                        Parinari obtusifolia                                                  (Fruta-de-ema)
Araticum crassiflora                                               (Araticum)
Orbignia pharelata                                                                 (Babaçu)
Salacia campestris                                                                  (Bacupari)
Swartzia langsdorfii                                                (Banha-de-galinha)
Mauritia vinifera                                                      (Buriti)
Anacardium othonianum                                     (Caju-de-árvore-do-cerrado)
Guariroba                                                                    (Syagrus oleraceae)
Pouteria ramiflora                                                   (Curriola)
Crhysophyllum soboliferum                                (Fruto-dotatu)              
Compomanesia cambessedeana                         (Gariroba)
Bromelia balansae                                                                   (Gravatá)
Inga spp                                                                       ( Ingá)
Jaracatia heptaphyla                                             (Jaracatiá)
Hymenaea stigonocarpa                                      (Jatobá-do-cerrado)
Hymenaea stilbocarpa                                           (Jatobá-da-mata)
Genipa americana                                                   (Genipapo)
Acrocomia aculeata                                                 (Macaúba)
Brosimum gaudichaudii                                        (Mama-cadela)
Hancornia speciosa                                                 (Mangaba)
Passiflora spp.                                                           (Maracujá-nativo)
Alibertia edulis                                                          (Marmelada-nativa)
Eugenia klostzchiana                                              (Pêra-do-cerrado)
Eugenia calycina                                                       (Pitanga)
Talisia esculenta                                                       (Pitomba)
Eucalyptus sp.                                                         (Eucalipto)
Pinus sp.                                                                   (Pinus)
Leucaena leucocephala                                          (Leucena)
Leucaena diversifolia                                               (Tolerante ao frio)
Leucaena shannoni                                                  (Tolerante ao frio)
Albizzia sp.                                                                 (Albizia)
Calliandra callotrysurs                                           (Calliandra)
Acioa sp.                                                                       (Acioa)
Sesbania sp.                                                               (Sesbania)
Flemingia Congesta                                                 (Fleminga)
Erythrina edulis                                                      ( Eritrina)
Erythrina poepigiana                                              (Poepigeana)

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     SAFs e consorciações encontradas 
     para o Cerrado Brasileiro


                                          Há muito curioso interesse mas praticamente não há muitas iniciativas como no Sul do Brasil e no Norte agindo ou pensando de forma mais Permacultural e Biodinâmica no Cerrado Brasileiro. As capitais como Goiânia e Brasilia estão tendo um ritmo de vida muito próximo aos padrões culturais do primeiro mundo e suas politicas públicas, por pressão dos mercados e de seus consumidores são dirigidas a se afastar e impactuar cada vez mais com a realidade ambiental e social de seu grande ecossistema. Isto é uma das principais preocupações que os principais ambientalistas estão tendo que resolver e manifestar nesta região.

                                        Parece que no Cerrado floresceu uma cultura mais ligada a produção animal em larga escala, e em uma escala menor as atividades mais ecológicas, agricolas  e preocupadas com o seu meio-ambiente. Possivelmente isto se deve às condições de fertilidade e vitalidade dos seus solos, que são mais baixas,  o que ocasiona uma produção mais cara, que exige mais insumos, o que a torna de menor acesso a grande maioria da população.

                                        Inclusive grandes áreas de  capim são queimadas e  e utilizadas para trazer mais nutrientes aos solos e fazer a conhecida rebrota dos pastos. Por isso que se queima tanto nesta região e aí logicamente não sobram sementes e nem mudas florestais nativas. Isto foi realizado durante os ultimos 250 anos e observe o que ocorreu com a região dos Cerrados - empobreceu radicalmente a sua fauna e flora nativa, tornou-se possivelmente mais quente, e em muitas de suas fazendas quase como um deserto pouco habitado. Isto é o que está ocorrendo e possui tendência de aumentar nesta região, nos próximos anos.

                                        Também a distância dos grandes centros econômicos foi um dos fatores mais importantes para a sua contenção de diversidade de produção agrícola e  fortalecimento de sua agricultura familiar, algo que na sua atual fase, já está sendo menos importante, já que existem muitos centros consumidores nas suas principais cidades e novos mercados para a região Norte, Nordeste, Paraguai, Bolivia, Peru, Colômbia e Equador. Possivelmente se esta região crescer em uma produção e refinamento agroindustrial mais sustentável, poderá impulsionar a formação de mais um grande mercado entre estes países mais próximos e fronteiriços, um mercado semelhante ao Mercosul.

                                        Pois o Cerrado pode ser recuperado e conduzido com padrões muito ecológicos e econômicos, não apenas para a produção de lenha ou de papelSoja, Milho, Cana,  pastagens, Gado, em grande escala, como é o objetivo dos grandes grupos econômicos, mas pode ser uma excelente área de produção de madeiras nobresmel, forragens industriais com alto teor de proteínas, frutas, grãos, óleos, lenha, compensados, essências medicinais e fauna nativa de grande valor alimentício e econômico, que até podem acompanhar seus maiores cultivos com um  manejo mais adequado e sustentável.

                                        Inclusive é meta que junto a estes grandes plantios possam ser desenvolvidos e incluidos os SAFs com concentrados  e criteriosos sistemas de melhor reciclagem de resíduos. Perceba qual pode ser a contribuição da Agroecologia, Biodinâmica e da Permacultura para esta região , para a qualidade de vida das suas grandes capitais, para a nossa capital mundial da arquitetura do 3o. milênio - Brasilia, para suas diversas e potenciais turísticas e agroturisticas RPPNs, entre outras grandes vantagens de adotarmos e incentivar-mos o desenvolvimento e a produção destas modernas ciências nesta região.

                                        As árvores são utilizadas como reposição florestal, grande fonte de madeira, essências medicinais, óleos, fauna. bio-massa, vitalização do ambiente e o Café é cultivado com um pouco mais de sombra, e pode ter um consórcio de alguma leguminosa como os Estilosantes, e ao lado podemos ter o cultivo múltiplo de Milho com Feijão-de-porco. Muitas espécies nativas como Pequi, Umbu, Mangaba, Bacpori, Manga,  podem ser deixadas de forma mais espalhada no campo. Todo o capim também não precisa ser queimado ou arado profundamente - por que aração no Cerrado é uma prática um pouco mais proibida pela Agroecologia  nesta região do que em outras regiões do país.*

* O Capim aqui tem uma C/N muito alta e precisa mesmo é ser utilizado como Mulching ou Cobertura Morta envolvendo os cultivos e as mudas e não só ser incorporado profundamente, “roubando” o Nitrogênio para a sua decomposição no solo.

Fig. 06. SAF com  Castanheira + Mogno + Jacaranda + Angico + Jatobá + Copaiba

Fig.07. Esquemas de Manejo Permacultural e Sustentável
com o uso do Capim do Cerrado Brasileiro.


                                        Todo o capim é gradeadoacumulado como compostos retangulares bem dispostos no terreno ou servirão como linhas de re-fertilização e revitalização dos solos e que serão colocadas em todo o campo posteriormente. O calcareamento com uma dosagem de 3 Ton/ha e uma leve aração superficial de 10 cm será realizada para melhorar o pH e arrancar as raízes das touceiras presentes, e com um calcareamento e uma gradagem novamente e a realização das linhas de plantio,  pode-ser introduzir uma adubação que pode ser feita com uma mistura de esterco com cinza  fosfato ou termofosfato, ou com o  uso de algum material orgânico como o lodo ou lixo ou outra fonte de matéria orgânica de baixo custo e muita capacidade de ativação do solo, e pode incluir até um pouco de NPK como o 10 - 10 - 10 para começar a recompor a vitalidadeorganicidade, quimica  e metabolismo perdido dos solos do Cerrado.



      Diálogo do Gibi Ecológico

- Sabe seu João, pra mim esse negócio de adubação é coisa de se fazê mingau com a terra, dá de comê prás fia da Mãe-terra que sào as plantas. Um mingau que tem uma massa que é o esterco, o Côco que é a cinza e o fosfato, as bolinhas de açucar é o NPK  e o amor é a consciência de que este bolo não pode ser comido todo o ano pelo lobo mau erosão, que vêm da chuva, do vento e do excesso de Sol !

- Pois é seu Zé, meus netinho vão gostar de ouvir isso. Agora se a Mãe-terra dé prá nóis as Castanha, os Cacau, o acúcar, o Mel, o Pólen, como o sr. tá dizendo que em um tainho assim de pequeno dá proá fazê produzí tudo isso, óia, o Brasil vai tê casa, lote, vida prá esbanjá  pelo mundo afora de felicidade, é isso aí que todos nóis tamo querendo pêlo meno tê - um lugar mior prá tê paiz !

                                        Poucos produtores a utilizam no Goiás e é muito mais difundida  no estado de Minas Gerais. A Seringueira ainda não possui tradição neste região e pela observação Biodinâmica, ela pode ser cultivada sem problemas na região do Cerrado se for mantida com condições mais elevadas de umidade. A Mangueira, talvez a frutífera mais adaptada e muito valiosa tanto para a produção industrial de polpas, e animal como forragem complementar, aceita bem a compania do Cacau e do Café que apreciam seu leve sombreamento. Cultivos de Milho, Abacaxi, Abóbora, Melancia, também podem ser incluidos neste sistema de consórcio.

                                        A Acerola é plantada em linhas espaçadas de 5 metros e possui espaçamentos entre plantas de 3 metros, o Abacaxi é plantado em linha formando uma especie de cerca viva, que protegerá a Acerola da entrada de gado e produzirá boas safras. São no mínimo 03 linhas de abacaxi espaçadas 35 cm, com uma densidade de plantio de 03 mudas por metro-linear. O Milho é consorciado em sistema de allley croping ou cultivo em aléias com o Guandu e o Feijão-de-porco. A Batata-doce é transformada em protetora das raízes das árvores, onde é plantada consorciada com o Estilosantes em linha e em um canteiro mais elevado. O gado é introduzido em lotes de até 20 animais, nos períodos mais quentes do dia e assim vai sendo mais protegido do excesso de calor que lhe traz muita perda de proteína e sais minerais. Isto pode aumentar seus ganhos de produção em até 25 % ou 30 %/ha.

Fig. 09.  SAF com Acerola + Estilosantes + Abacaxi + Batata-doce + Milho + Feijão-de-porco + Guandu

Fig.10. SAF com Pequi + Caju + Pupunha + Algodão


                                        O consórcio com Pequi é para aquelas áreas mais secas, de solos bem tipicos do Cerrado. O Algodão é plantado em linha alternada com o Milho. O Feijão-de-porco possui uma semeadura bem pequena e o Feijão é colocado no campo na 2a. capina. A idéia é tombar toda a matéria orgânica formando uma espécie de plantio-direto para o Algodão melhorar sua qualidade de fertilidade e sua produção e diminuição do número e possibilidade de pragas durante a seca. As árvores serão colhidas para a produção de polpas e são plantadas de forma aleatória. A Pupunha é cultivada também para a extração do Palmito. Pode-se ter muito mais variedade de frutas nativas, combinadas e bem manejadas com o enterrio de seus frutos inclusive. A formação de mulching é importante  e deve ser realizada todos os anos, pois lentamente toda a bio-massa vital e orgânica destes cultivos será reposta. Possivelmente muitos pássaros e muita fauna voltarão a viver nesta região. *

* Pois a fauna é atraida pela vitalidade, assim como as pessoas são atraidas pela vitalidade, que é como que a substância da emotividade e do entusiasmo.

* Mangueiras possuem a força  elemental da Mãe Terra ou  Gaia na natureza.


                                                     Observe que os plantios de Eucalipto e Pinus contínuos são muito mais difundidos e são até muito mais comprometedores para a realidade ambiental da região dos Cerrados que já está muito seca e sem um potencial de vitalidade em abundância. Isto é importante de ser observado pois estas árvores retiram enormemente e exportam  para as indústrias o  potencial de vitalidade dos solos de forma bem maior do que as demais espécies.*

* Quanto mais cresce rapidamente uma árvore mais necessita de um potencial vital e orgânico disponível e abundante para a sua nutrição e desenvolvimento.

                                                     Estas espécies por isso devem ser mais racionalmente cultivadas. em áreas com um pouco mais de disposição de matéria-orgânica e não nas áreas mais degradadas como é realizado atualmente,  pois nestas áreas seu cultivo em larga escala cada vez mais vai comprometer a estabilidade  e regeneração do ecossistema.*

* Nestas áreas mais degradadas  podem ser plantadas as leguminosas, que justamente atuam em direção oposta e muitas produzem até papel, celulose, etc, como as Acácias (Acacia mangium), Ingá-cipo, Flemingia congesta, Grevilhas, entre outras.

                                                     O Plantio de Angico em faixas continuas ao lado do plantios de Pinus e de Eucalipto, ou uma combinação de cultivo de faixas alternadas entre espécies leguminosas pode ser outra opção interessante para ser ampliada nesta região, muito produtores podem inclusive formar corredores cercados nos reflorestamentos com essa espécie e entre outras, mais espaçadas, para o planto também de pastagens como o Colonião e a  Braquiária.  Formam na verdade importantes Stop Fires, e nitrificam os solos,  e os animais podem se alimentar dos ramos.

                                                       A Leucena é plantada na forma de barreira adensada em curvas-de-nível e divide os terrenos em grandes porções de áreas de plantio, formando verdadeiros quebra-ventos, e que vão ser muito úteis na recuperação do Cerrado. Além da Leucena podemos utilizar o Ingá, Angico, Grevilha, Glicerídia, Caliandra, Goiaba e o  Bambu, entre as mais úteis. O Guandu é semeado de forma mais densa, cerca de 20  sementes/mlinear, plantado em linhas distantes 15 metros e pode ser pastoreado pelo gado quando atinge 1,5  metros de altura,  em um manejo rotativo.


  A Gênese Biodinâmica do Cerrado Brasileiro


                                                     O Cerrado e suas diferentes composições vegetais como o Campo Sujo, Campo Limpo ou Campo Cerrado, Cerrado e Cerradão, existe com uma flora natural adaptada a períodos de seca e de chuvas torrenciais, onde observa-se a presença de uma paisagem que foi grandemente lavada ou esgotada na fertilidade dos seus solos,  no seu passado geológico menos recente. Esta é a abordagem da Biodinâmica. Parece que o relevo abaixou lentamente ou acomodou-se após o levante dos  Andes*, onde os recursos orgânicos e vitais foram sendo depositados nas encostas dos morros e dos planaltos, dando origem as Matas  que são consideradas muito equatoriais de Galeria, e nelas expandiu-se uma maravilhosa fauna nativa, que se destacou a nível mundial como sendo uma das mais diversificadas e evoluidas na qualidade e função dos seus níveis tróficos.

                                        Pela Biodinâmica, o relevo do Andes foi elevado abruptamente por fenômenos de natureza sísmica e vulcânica, dando origem ao Altiplano Andino, Planalto Central BrasileiroAmazônia, e os Campos do Paraná e do RS. Grande parte da matéria orgânica foi sendo depositada formando a Amazônia, Florestas do Sertão, e inclusive os solos férteis do sudoeste e do sul do Brasil É desta fase também a conhecida ocorrência do Derrame de Trapp ou o grande derramamento de Basalto que ocorreu na região do Norte e Noroeste do Paraná e Sul de São Paulo, e que deu origem às terras rochas, os solos mais ricos do Brasil.

* Quando um Nível Trófico é completo, possui carnívoros no seu estrato superior, e esta é uma das áreas científicas que a Permacultura pesquisa e busca manter: a formação e restauração dos níveis tróficos naturais e sua potencialização inclusive econômica, favorecendo a formação de cativeiros para a criação e reprodução e desenvolvimento de pesquisa de animais silvestres.

“Talvez um dos mais importantes Programas da Ecologia Mundial que o Governo Federal Brasileiro, através de convênios com as maiores instituições conservacionistas do mundo poderá desenvolver, um “ Programa Mundial de Conservação da Biodiversidade do Cerrado Brasileiro, da Amazônia, das Reservas Particulares de Patrimônio Naturais - RPPNs, Parques Nacionais, Estações Ecológicas, entre outras, pesquisando e incentivando a reestruturação das cadeias tróficas naturais nas zonas de proteção e e conservação ambientais brasileiras com o impulsionamento de projetos piloto de criação e repovoamento com animais silvestres, e isto tudo com a Permacultura produzindo e gerando divisas econômicas importantes.”

Que sonho, sonho meu ...

                                                     Ocorre que a vegetação do Cerrado respira e transpira o ano todo, diferentemente da vegetação xerófila do Nordeste que até diminui em níveis baixíssimos a sua respiração, fotossinteses e produção. Também sua vegetação consegue se desenvolver mesmo em períodos de estiagem prolongada. Assim, há algo que denota um processo de lenta adaptação, expanção e desenvolvimento biótico de sua vegetação, que apresenta paisagens e degraus de organização cada vez mais delicados e complexos. Possivelmente o Campo Sujo chegou a um climax de uma recomposição natural que se desenvolveu com espécies mais rústicas, vigorosas, e que são também consideradas muito fortes em poder medicinal e  que vivem em abundância nesta região como o Barbatimão, Ipê-amarelo, Ipê-Roxo, Sucupira, Pata-de-vaca, Velame, Carobinha, e possui ainda espécies medicinais frutíferas muito rústicas como o Caju, Pequi, Mangaba, Bacpori, Murici, entre outras.

                                        A função das plantas intemediárias pioneiras, que se tornam tão retorcidas, casquentas, possivelmente é extrair o alumínio tóxico preso, ativando o metabolismo energético e orgânico dos solos que estão em formação, rompendo  as camadas esterilizadas e totalmente compactadas, lavadas de matéria orgânica. São chamadas na Biodinâmica como as espécies “mais depuradoras do solo” pois concentram e mobilizam muito Alumínio, Ferro e inclusive atuam com as propriedades medicinais destes elementos sobre o organismo humano.

                                        Estas árvores extraem água e nutrientes com suas finíssimas raízes preenchendo as camadas muito laterizadas e câmbicas dos solos cascalhentos, outro sinal de que em épocas mais antigas de formação geológica desta região, ocorreram mais rios e muita chuva, muita erosão  e enchurradas. Parece que nossas Äguas Emendadas desemendaram-se para os outros estados brasileiros levando os nutrientes de grande parte de todo o Cerrado, quem sabe foi este grande processo climático que também contribuiu para dar origem aos solos férteis do Paraná. São Paulo, Paraguai e da Argentina.*

* Pois possivelmente só pode ficar a Argila, Laterita, a Silte fazendo uma camada intermediária compactada e as pedras em solos que são expostos a grandes processos erosivos, fortes chuvas e mais recentemente à queimadas e pastoreio intensivo.

                                              Devagar  estas plantas vão potencializando e trazendo NitrogênioOxigênio e vitalidade orgânica que corresponde ao potencial de matéria-orgânica e de nutrientes que pode ser absorvido homeopáticamente ou através de campos de absorção de energia no solo.  São os Campos de Interação Energética entre a vida vegetal, animal e a vida do solo. Este componente sempre foi esquecido na moderna ciência e a Biodinâmica e a Permacultura tem a responsabilidade de difundi-lo mundialmente.

Está na hora da sociedade moderna acordar para a necessidade de uma visão mais sensitiva e transpessoal  em todas as áreas possíveis do conhecimento
humano e universal

                                                     Com isso foi sendo disseminada pela própria fauna nativa, as sementes na matéria orgânica excretada pelos animais em um Cerrado possivelmente muito mais ralo ainda em formação nestas eras geológicas passadas. Pássaros também transportavam sementes das árvores nativas, das que conseguiram sobreviver em áreas mais úmidas como as Matas de galeria e que apresentavam uma arquitetura e morfologia mais rústica possivelmente que o aspecto atual, e a vegetação foi se aprimorando, adaptando-se a estes novos solos lavados, evoluindo para um Cerrado Campo Sujo, passando pelas fases de Cerradão,  Cerrado Campo ou Campo Limpo e Cerrado Sujo ou Campo Sujo, formando uma paisagem ambiental e de conformação Permacultural mais recente que a da Amazônia.*

Conformação Permacultural: o aspecto e a organização dos ecossistemas nos estratos vegetais. CP da Amazônia - como uma preciosa fonte de vida, bio-massa e de biodiversidade genética, com riquissimas cadeias tróficas, que possuem um maior número de alternativas de participantes entre mamíferos, aves, plantas superiores, dando origem a uma fauna e flora que se alastrou e se adaptou em outros ecossistemas como o Nordeste e o Cerrado. Este grande ecossistema por outro lado possui uma CP de adaptação de uma rica fauna de Campo e de Mata Nativa, mais limitada e mais especializada em clima e diversidade de ocupação em um número menor de níveis tróficos.
Alguns pesquisadores modernos afirmam porém que o Cerrado possui mais vida natural que a Floresta Equatorial Amazônica.

                                                      Já o Campo que possui a predominância de Capins  Nativos como Capim-jaraguá (Hyparrenia rufa), Capim-gordura (Melinis minutiflora),  Capim-flecha (Trystachia chrysothrix),  vai produzindo a sua matéria orgânica, e com a presença de animais, fogo esporádico, vai lentamente sendo ocupado por espécies cada vez mais especializadas em seus nichos ecológicos  como o Fruto-do-tatu (Crhysophyllum soboliferum), uma saborosa fruta na forma de touceira e que muitas vezes é encontrada em locais próximos a tocas de Tatu, o Pequi, Caju, Murici, Graviola, Bacpori,  também acabam ocupando partes dos solos para germinarem, crescerem e ocuparem nichos tróficos importantes.*

Nichos Tróficos: níveis de ocupação das cadeias tróficas ou cadeias alimentares em relação aos habitats naturais.

                                                     Com a presença de diversas espécies que possuem a capacidade de revitalizar solos muito pouco férteis, úmidos, vivos, com alta presença de elementos químicos como o Alumínio, Ferro em toxidez, ausência quase total de Oxigênio e deficiência enorme de Cálcio, Fósforo, Magnésio, Potássio, Zinco, Boro, Molibdênio, entre outros são passados grandes tratores com arados fortíssimos, onde são revirados e expostos horizontes mais pobres ainda de solos, e são adicionados calcáreogesso, adubo mineral e muito pouca matéria orgânica. Estas áreas recebem um equipamento de irrigação automatizado em grandes sistemas de pivô central computadorizados, que bombeia água e nutrientes e até agrotóxicos sobre as plantas, e muitos destes resíduos em grande parte vão sendo acumulados nas paredes e nos tecidos esponjosos e biológicos do solo, nos lençois freáticos e muitas vezes escorrem ou são carreados para as mata nativas. Isto possivelmente traz inúmeros problemas para o solo, que não consegue produzir ou manter sua própria bio-massa vital e orgânica. Isto destrói a base estrutural e biológica das cadeias tróficas, cria uma necessidade de irrigação maior, um ambiente de solo mas salino e estéril, uma necessidade de Nitrogênio, Cálcio, Potássio e Fósforo maior para as plantas, uma não-fixação de micronutrientes pois precisam de matéria orgânica para serem mais disponibilizados.  Enfim é impulsionada ainda uma agricultura industrial nestas áreas sem o critério e sabedoria que um manejo mais ecológico pode possibilitar  para seu melhor aproveitamento.

                                        Em relação aos Campos ocorre outro processo de abandono tecnológico e científico que pode prejudicar esta região por muitas décadas:  os Campos de Pastagem são queimados todos os anos. Ora, uma vegetação homogênea e pobre e muito fibrosa é selecionada, a matéria orgânica é queimada, os micro e macro nutrientes são oxidados, irradiados com ultra-violeta ou são erodidos , os pastos ficam fracos depois de 2 anos de pastejo sem ser rotativo - o gado ainda é solto nestas áreas e come a restante rebrota. Assim vão se tornando desérticas e cheias de cupins estas pastagens, semelhante ao que ocorreu no Nordeste brasileiro.

                                        Sem possuir barreiras com leguminosas, com o  uso de quebra-ventos, em Sistemas Agroflorestais de grandes potenciais inclusive econômicos, o  Brasil vai desenvolvendo uma agricultura cara, anti-ecológica, dispendiosa, que ano-a-ano vai trazendo uma perda de qualidade e sustentabilidade aos  solos, pondo em risco a própria segurança nacional e ambiental do país, onde atualmente todos se queixam dos prejuízos que inclusive a indústria do gado está tendo em todas as regiões do Brasil. 

                                        Este Sistema  Agricola precisa agora adaptar seu potencial produtivo e tecnológico com o incremento e a absorção de novas técnicas mais sustentáveis de desenvolvimento, que poderão ampliar mais ainda esta região para sua integração como uma de suas áreas de maior vocação econômica, com a opção pelo Boi  Verde, SAFs e o Eco e o Agro-turismo.

RPPNs com cachoeiras e áreas de lazer poderão elaborar projetos turísticos e espaços de maior integração social e de maior prática de saúde e cultura inclusive.

Fazendas se bem organizadas ecológicamente e tecnológicamente poderão dar origem às escolas e centros de desenvolvimento cultural e afetivo com a formação de rodeios, festas, atividades de venda de rebanhos, reprodução de animais para tração, melhoramento genético,  postos de monta, etc.


     Manejo Ecológico, Biodinâmico e Permacultural 
    dos Solos e da Paisagem dos Cerrados Brasileiros


                                        Nestas áreas novas, ainda na forma e na presença de Cerrado, é importante organizar a conservação do solo das suas microbacias e áreas internas das propriedades com a construção de curvas-de-nível e terraceamento dos terrenos caso necessário. Após a retirada da madeira, recursos medicinais, fauna e algumas espécies vegetais de destaque é,  caso seja possível, arrancado o capim com o uso de grades mais pesadas, que vão ser importantes para a restauração dos níveis de fertilidade dos solos, pois serão dispostos como compostos formando húmus ou como leiras nas lavouras. Esta operação pode ser considerada uma novidade desta região, mas para a Biodinâmica e para a Permacultura, o armazenamento constante de matéria orgânica sobre o solo em um ambiente que possua oxigênio é o primeiro passo para a revitalização da vida biológica muitas vezes perdida ou inexistente.

                                        Posteriormente é espalhado o calcáreo, dividido em 2 dosagens de 3 Ton/ha em média, onde a primeira é espalhada sobre o próprio campo a ser arado superficialmente, como já foi explicado antes, acompanhando o nível do terreno, e deve-se ainda deixar-se faixas de Cerrado Nativo de 10 metros de largura, e que podem ser aumentadas para até 60 ms de vegetação natural preservada. Estas faixas melhoram todos os aspectos do ambiente, controlam o ataque de formigas, erosão, baixa umidade, servem como abrigo para a fauna, inimigos naturais das pragasflora, e podem ser utilizadas para o plantio e a formação de econômicos e muito eficientes  Sistemas Agroflorestais - SAFs.

                                        A Aração deve ser feita de forma rasa, nos primeiros 20 cm de solo no máximo, e deve ser precedida por uma ou duas gradagens, que podem incorporar a segunda metade da porção de calcáreo indicada  ou seja, cerca de 3 Ton que serão novamente espalhadas sobre o solo exposto. Neste momento é realizada uma gradagem final, leve, e imediatamente podem ser feitas as linhas no terreno para a semeadura do Arroz, ótima cultura pioneira, o Feijão em solos melhores e não tão cascalhentos, o Milho com o uso da adubação mineral ou orgânica, etc. Recomenda-se que esta operação seja feita no inicio das chuvas. O Milho, Girassol, Gergelim, MandiocaMamona, podem ser consorciados com adubos-verdes como o Feijão-de-porco, Mucuna, Lab-lab, Crotalárias, e o Guandu Stylosanthes caso após a colheita do milho sejam introduzidos animais para pastejo ou se os solos estão muito fracos,  etc.

                                        Este é o sistema de manejo ecológico de solos mais simples e que pode ser desenvolvido por todas as empresas do país. Observou-se que os adubos mais caros são incorporados na linha de cultivo, orgânicos como os compostos e os estercos, torta de Mamona ou minerais como os calcáreos e os fosfatos, e até o NPK, e nas outras linhas de consorciação com adubos verdes também podem ser introduzidos. Isto sem dúuida vai melhorar a fertilidade dos solos ano-a-ano. Com os adubos verdes, sistemas de cultivo em Aléias com o Guandu, Crotalárias, Feijão-de-porco, possivelmente cerca de 10 ton - 30 Ton/ha vão ser depositadas nos solos todos os anos e quase 450 Kg de Nitrogênio poderão ser mais fixados. O Cerrado desta forma pode renascer, ter um solo mais grumoso e fértil e que suportará mais a ação das  chuvas e da irradiação do  Sol. O uso de NPK em uma agricultura de transição também é interessante. O uso de preparados biodinâmicos, sobretudo o 500 e o 501 podem ser muito importantes para reequilibrar o ambiente.

                                        SAFs simples e muito úteis para esta região é o consórcio em faixas de Cerrado de espécies nativas frutíferas como o Caju + Pequi + Mangaba + Umbu + Manga + Abacaxi +  Soja rotacionada com Milho e Bancos de Proteínas, são importantes para o solo e para a produção animal. Este sistema de cultivo pode trazer uma opção de venda maior de frutas para os proprietários de fazenda, a venda de uma produção mais sustentável de grãos e o fornecimento de uma dieta mais rica para os animais que podem ser criados e para o solo com a  a sua descompactação e revigoramento.
           
Fig.11. Esquema detalhando uma Rotação Biodinâmica e Permacultural para a Região do Cerrado Goiano

                                        Também é  interessante trabalhar esta região com o plantio de longas faixas de reflorestamento com espécies de Mogno, JacarandáSobrasil, Angico, Arueira, Jatobá, Jequitibá, Ipê, em SAFs com CastanheirasCopaibeiras, Café, Mandioca,  Milho, entre outras.
                                                   
                                        Possivelmente é tendência que a região dos Cerrados mais rapidamente recupere a fertilidade natural dos seus solos com o uso destas tecnologias mais sustentáveis, formação de SAFs, Projetos Permaculturais, Bancos de Proteína, Cercas-vivas e o uso de um correto manejo da mecanização e  da adubação.  O limitante talvez seja a disponibilidade de mudas, atividade que o IBAMA poderia incentivar pelo país todo. Desenvolver na realidade um programa nacional de ponta nesta área, fornecendo por exemplo,  prêmios para aquelas escolas que mais coletarem com seus alunos e professores as sementes de árvores, as escolas de nível técnico que mais produzirem as mudas para serem vendidas ou doadas, e para os agricultores que mais desenvolverem projetos novos e mais eficientes de produção agrícola sustentável, ou utilizarmos os postos de gasolina para distribuirmos as mudas.  Por isso enfatizei tanto a formação de vermi-compostos nesta região. Esta tecnologia pode ser impulsionada e também trará uma maior capacidade de produção de mudas e o aproveitamento maior das sementes.

                                        O importante é que não podemos abandonar esta grande região do Brasil. A Fome, desnutrição, o abandono econômico do campo, a qualidade de vida da periferia das cidades de destaque principalmente no Centro-oeste brasileiro é algo que demonstra o seu padrão de um  3o. mundo que convive com as sobras das grandes cidades e de certa forma,  apenas consome o restante do seu meio-ambiente, e por isso a produção agroflorestal e frutífera pode vir a tornar-se uma grande ferramenta inclusive ecológica de melhoria da sua economia familiar e de lucratividade de sua industria.

                                        As árvores são cultivadas em blocos e em faixas, onde são extraídos em larga escala seus medicamentos - cascas, sementes, etc. Outras ervas são lentamente trazidas e são plantadas em consórcio como o Velame, CarquejaCarobinha, entre outras. Como pode-se criar uma empresa mais especializada na produção de ervas medicinais, este consórcio pode ser bastante interessante.


                    Diálogo do Gibi Ecológico

- Seu Trovão, esse Cerrado é outra região bunita desse Brazilzão, mas ela vive sofrendo desde aquela época que os Branco vieram pra cá... as madera cortaram tudo, os bicho com o fogo...e a tar da caça...

- Pois seu João, querem fazer um celeiro do mundo com o Cerrado, pois vejo que essa região pode virar  o grande suco do mundo, com suas incríveis frutas, por que com esse solo sendo maltratado, degradado, cheio de formiga e praga, e o clima, ozônio, como é que vai dar pra plantar ano-a-ano ?

- Seu Trovão, se  o povo usar a Agroecologia, tem solução !

       Fig. 12. Um SAF Medicinal, com o plantio de Ipê-roxo,
                  Ipê-amarelo, Copaiba, Sucupira, Barbatimão e  Ervas Medicinais          



SAFs para a  Região Sul e Sudeste do Brasil

                                                                 
                                                        Salve Terra de Guerreiros,
                                                                       Lugar da força dos Guaranis,
                                                                       alemães, Japoneses, Poloneses,
                                                                       povo da raça do trabalho duro,
                                                                       que fez o Brasil crescer de
                                                                       Norte-a-Sul. RS é o Ouro do Brasil
SC um mausoléu de flores e o Paraná, com aquelas flechas vindas do céu mandadas por São Miguel, as nossas Araucárias, é o poder das Terras Rochas, do Ferro transformado em verde e ostentoso grão, o poder da floresta da madeira rubra e dura, que estrutura a mesa de nossa nação                                      


           
                    Tab.08. Espécies Recomendadas para serem Introduzidas 
                           em SAFs para a Região Sul e Sudoeste do Brasil
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                   Nome Científico                                              Nome Comum
            -------------------------------------------------------------------
            Aspidosperma poluneuron                                        (Peroba-rosa)
            Cabraela glaberrima                                                            (Canjarana)
            Araucária angustifolia                                               (Pinheiro-do-paraná)
            Ilex paraguariensis                                                     (Erva-mate)
            Chorisia speciosa                                                      (Paineira)
            Mimosa sacabrella                                                    (Bracatinga)
            Balfourodendron riedelianum                                   (Pau-marfim)
            Schinus terebinthifolius                                               (Aroeira)        
            Cordia trichotoma                                                    (Louro Pardo)
            Euterpe edulis                                                            (Palmiteiro)
            Mimosa scabrella                                                      (Bracatinga)
            Ocotea pretiosa                                                        (Sassafrás)
            Piptadênia gonoacantha                                         (Pau-jacaré)
            Colubrina Glandulosa                                                (SoBrasil)                                       
            Copaifera langsdorfii                                                            (Copaiba)
            Croton celtidifolius                                                      (Pau-sangue)
            Dalbergia brasiliensis                                                  (Jacarandá)
            Leehea divaricata                                                      (Açoita-cavalo)        
Ocotea porosa                                                           (Imbuia)
Ocotea puberula                                                        (Canela-guicá)
Podocarpus-lambertii                                                 (Pinheiro-Brabo)
Roupala brasiliensis                                                    (Carvalho)
Schizolobium parahyba                                             (Guapuruvu)
Piptadênia macrocarpa                                            (Angico-vermelho)
Calophyllum brasiliense                                              (Guanandi)
Centrolobium tomentosum                                         (Araribá Vermelho)
Zeyhera tuberculosa                                                   (Ipê felpudo)
Musa sp                                                                     (Banana)
Swietenia macrophylla                                              (Mogno)
Piper nigrum                                                              (Pimenta-do-reino)
Coffea spp.                                                               (Café)
Vanilla spp.                                                                (Baunilha)
Cedrela odorata                                                      (Cedro Vermelho)
Copaiba sp.                                                               (Copaiba)
Aniba rosoedora                                                       (Pau Rosa)
Gliciridia sp.                                                               (Glicirídia)
Euterpe oleraceae                                                     (Açaí)
Caryca papaya                                                        (Mamão)
Passiflora sp                                                               (Maracujá)
Calliandra sp.                                                            (Caliandra)
Tecoma curialisa                                                        (Ipê-Roxo)
Tabebuia sp.                                                              (Ipê amarelo)
Bauhinia sp.                                                               (Unha-de-vaca)
Aspidosperma sp.                                                      (Guatambú)
Vochysia tucanorum                                                 (Pau-terra)
Vernonia ferruginea                                                   (Assa-peixe)
Gualsa grandiflora                                                    (Araçá)
Psidium sp                                                                  (Goiaba)
Platypodium elegans                                                 (Jacarandádocampo)
Machaerium acutifolium                                           (Pitanga)
Eugenia sp                                                                 (Faveira)
Prunus Doméstica                                                      (Ameixeira)
Diospyrus kaki                                                            (Caqui)
Ficus sp.                                                                     (Figo)
Malus sp.                                                                    (Macieira)
Olea europea                                                            (Azeitona)
Vittis sp.                                                                      (Videira)
Prunus persica                                                            (Pessegueiro)
Macadâmia intgrifolia                                               (Macadâmia)
Caryca papaia                                                         (Mamão)
Anacardium humile                                                   (Cajuí)
Roupala montana                                                     (Carne-de-vaca)
Tibouchina sp.                                                            (Quaresmeira)
Compomanesia cambessedeana                             (Gariroba)
Bromelia balansae                                                     (Gravatá)
Inga sp                                                                       (Ingá)
Acacia sp.                                                                 (Acacia)
Euterpe edulis                                                            (Palmito
Enterolobium contortisiliquum                                   (Timbaúva)
Eugenia calycina                                                       (Pitanga)
Eucalyptus sp                                                             (Eucalipto)
Pinnus sp                                                                    (Pinus)
Leucaena leucocephala                                           (Leucena)
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                        Um Manejo mais Sustentável
                   para a Agricultura do Sul e Sudoeste do Brasil


                                                                       A agricultura nestas regiões pode ser ampliada em sua sustentabilidade se adotar técnicas e métodos conservacionistas de manejo ecológico de solos que possam minimizar o impacto das chuvas, insolação direta do solo, perda de nitrogêniomatéria-orgânica, reservas de bio-massa e de produção biológica, entre outras importantes necessidades de manutenção do mais importante patrimônio que possui um produtor rural, a agregação e a fertilidade natural dos seus solos. E se esta agricultura sulista  desenvolver SAFs com produtos de grande valor de mercado  como frutas temperadas madeira de lei, pode equacionar muitos dos seus problemas climáticos, de falta de obtenção de renda e fontes de energia mais renováveis para suas inúmeras indústrias  de porte médio a alto, e grande e potencial malha de produção familiar.

                                                           Estas técnicas envolvem por exemplo, a continuidade dos projetos de conservação de microbacias que iniciaram no Paraná e estacionaram um pouco mais nestes últimos governos. Estes projetos de microbacias analisavam quais as culturas e variedades agrícolas poderiam ser mais integradas com a realidade dos solos, do meio-ambiente, clima, épocas-de-plantio, manejo da agricultura e  orientavam sobre as variedades mais rústicas e menos dependentes de insumos químicos, incentivavam o uso de consorciações com adubos verdes, montagem de curvas-de-nível  e terraços que ultrapassassem inclusive as cercas das propriedades particulares, a curva era estudada via satélite, acompanhada por especialistas em topografia, e era construída englobando as lavouras do mini-ecossistema inteiro. O resultado é que diminuiram-se os níveis de erosão, o uso de agrotóxicos, herbicidas,  diminuíram e estabilizaram as pragas, doenças, etc.

                                                           O mais importante é que os produtores foram despertos e encontraram uma cultura e um caminho de desenvolvimento mais sustentável. Hoje são produtores mais responsáveis, mais conservacionistas e possuem melhores técnicas, mercados, produções e necessitam cada vez menos do auxílio dos governos.
                                                           Muitos destes produtores se tornaram orgânicos e biodinâmicos e já cultivam e exportam Soja no Sudoeste do Paraná e encontram até   40 ou 50 % a mais de preço final dos produtos no mercado europeu. Assim as produções mais orgânicas de  Erva-mate, açúcarStevia, Ervas, Soja, farinha de milho, agro-industrialização de frutas em compotas, doces, produtos apícolas como geléia real, mel, pólen, podem ser exportados para estes mercados ecológicos e em parte solucionam grandes problemas econômicos dos pequenos e médios minifúndios produtivos de muitos locais de toda a região Sul e Sudoeste do Brasil.  Assim a expanção destas microbacias, das técnicas de adubação orgânica e adubação verde e o plantio-direto podem ser desenvolvidas acompanhadas de excelentes SAFs como a combinação ordenada de plantios de espécies como Imbuia, Peroba, Araucária, Bracatinga, Mogno, Arueira, frutíferas,   consorciados com o plantio de Trigo, Cevada, Aveia, Milho, Sorgo, Milheto, Cana, Pastagens ou  Forrageiras.
                                                           Estas entre outras ações pode trazer muita área verde para os estados do Sul, e muita madeira que está fazendo falta para suas indústrias de móveis, combustível, papel, construção, fauna e melhor umificação e vitalização de seus ecossistemas.*
*   Pois é importante o Sul do Brasil controlar melhor seus efeitos de concentração de gases poluentes, calor,  desmatamento, plantio apenas de monocultivos sem uma consorciação com SAFs, entre outra ações ecologistas mais importantes pois evidencia-se uma presença cada vez maior das estiagens de verão, que causam menos chuvas nas épocas de plantio em determinadas e muito desmatadas regiões produtoras.
                                                           Cultivos anuais com  aléias de Guandu, Leucena, Crotalárias, que podem se tornar quebra-ventos  e fontes de forragens e produção de Nitrogênio e lenha com o uso por exemplo da Bracatinga são tambem importantes recomendações para os produtores sulistas e do sudoeste. O importante é formar diferentes tipos de  SAFs nos diferentes locais e específicos ambientes de cada propriedade, ambientes que podem ser classificados como Horto Agrícola,  onde pode ser introduzida a  Banana, o Abacaxi, Côco, Café, Ameixa, Uva, Pera, Figo, dependendo do clima e da vocação agrícola do ecossistema. A lavoura que pode ser acompanhada de cultivos mais comerciais de frutas para exportação e mercado interno como Maracujá, Uva, Manga, Limão, Caqui, Figo, Azeitona,  Ameixa Vermelha, Tangerina, entre outras espécies. As Pastagens  com Sistemas Silvi-pastoris que podem ter a presença de Araucária, Peroba,  Erva-mate,  Imbuia, MognoArueira,  e frutíferas como Pera, Maçã, Pêssego,  entre outras espécies. Os Pomares que podem possuir pastos com leguminosas e as áreas naturais, que   devem  ser mais preservadas e guarnecidas suas nascentes, com formação de RPPNs, com o plantio mais adensado de espécies florestais produtoras de madeira, essências medicamentosas,  mel,  como a Bracatinga, o Eucalipto,  Ipê, AngicoCitrus, entre inúmeras. Isto é importante para melhorar a qualidade de vida da população do Sul do Brasil que vive hoje uma dimensionalidade social mais adensada em espaço e disponibilidade de recursos naturais e por isso possui uma necessidade vital de diversificar mais suas áreas verdes e obter uma produção de alimentos de melhor qualidade.
                                                           O fortalecimento da produção orgânica, isenta de agrotóxicos e que seja mais direcionado a consorciação de cultivos anuais com frutas é um grande caminho de aprimoramento do sistema tradicional de produção familiar e associativa que nesta região é um dos mais desenvolvidos do Brasil, e que precisa se tornar mais empresarial e mais eficiênte no uso de uma tecnologia mais orgânica e que alcance níveis elevados e competitivos de preço em um mercado novo, muito exigente e que paga muito mais. Isto pode dar origem ao nascimento da agricultura sustentável empresarial brasileira, pois a Agroecologia, Biodinâmica e a Permacultura já são muito impulsionadas no RS, PR, SC e tentam ganhar espaço maior em SP, RJ, MG e ES. *

* É tendência que em menos de 10 anos tenha-se um mercado ecológico muito mais valorizado no Brasil e no mundo e que possivelmente importará muito mais do que agora alimentos orgânicos de alta qualidade como a Soja, Milho, Farinha de Mandioca, Trigo, Café orgânico, açúcar orgânico, passas-de-fruta, Polpas naturais, frutas como PêssegoMaçâ, Pera, Figo, Uva, o Algodão, a Lã, CouroCarne, Artesanato,  todos produzidos e possivelmente classificados e autorizados pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento e fiscalizados por técnicos de governos estaduais, ONGs certificadoras e exportadoras de produtos.
                                                                              Outro fato interessante constata-se com aqueles produtores mais industriais e que normalmente possuem propriedades maiores, mais organizadas e muito produtivas - verdadeiras Empresas Agrícolas,  muitos dizem -  “ não temos tempo para produzir organicamente, precisamos de maior rapidez e objetividade nas nossas atividades, por isso que uso agrotóxicos, aro meu terreno bem rápido, nem analiso muito o solo, e nem me preocupo muito com o  ecossistema, etc...”  pois este é o quadro atual da mentalidade ou cultura dominante de muitos produtores do RJ, SP, MG, PR e  RS.

                                                           Isto se deve a que o  paradigma industrial em menos de 30 anos, com exceção de SC,  dissolveu a relação harmoniosa que havia na maior parte desta região na sua  prática de uma agricultura mais tradicional e centenária. É certo que desde sua colonização, o Sul perdeu quase 85 % de sua cobertura original em muitas regiões, mas ocorre que o ritmo paulistano de comércio e negócios  ampliou-se em quase todos os estados.*

* Como uma exceção a regra, teve um menor impacto sobre a produção e estrutura familiar de SC e ES.

                                                                              O RS, antigo centro político do país, agora sofre demasiadamente com as conseqüências de ter buscado uma industrialização muito rápida e pouco planejada a longo prazo - há poluição em grande parte de seu estado, há muita erosividade pronunciada em suas lavouras uma tendência de operalização de sua população rural, porém também há muita cidadania consciência ecológica mais disseminada, que pode auxiliar na valorização de uma agricultura mais ética e sustentável.

                                                                              O estado de São Paulo em sua aparência externa se tornou quase como um grande contínuo urbano. É o estado de maior presença industrial do Brasil, que somente no final da década de 80 começou a valorizar realmente o seu meio-ambiente, mas está muito longe de oferecer uma produção industrial mais sustentável se não rever melhor suas imensas usinas de produção de Cana, pastagens e monocultivos empresariais de hortaliças. Por isso é importante a valorização dos SAFs para o seu meio rural, buscando formar uma malha mais abundante de diferentes e mais sustentáveis organismos agrícolas.  O Paraná é o estado que mais está valorizando o meio-ambiente e possui um grande potencial para se tornar o maior produtor orgânico do país, e Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo podem caminhar em direção a formação de uma agricultura mais familiar, que busque preservar as suas  tradições culturais adaptando-se à um mercado mais sofisticado, ecológico e exigente.
                                                           Pois estes estados do Sul  seguem os padrões culturais de desenvolvimento mais europeus e  não perceberam que podem optar por construir padrões de desenvolvimento realmente mais sustentáveis e menos concentrados em grandes cidades, e para isso acontecer é interessante o impulsionamento e  a fortalecimento das empresas familiares de produção agrícola, artesanal - inclusive na área de calçados, mel, tecelagem,  produção de vinhos, doces, etc.

                                                         Assim  a Agricultura Orgânica não necessariamente é mais demorada em seu desenvolvimento,  mas possui um período de tempo semelhante às atividades de produção normais convencionais. Ocorre que a Agroecologia exige um pouco mais de uma atenção, um ritmo de  análise diária maior e mais constante da vitalidade e da saúde dos solos, adubos, plantas, animais, clima, algo que justamente os Sistemas industriais modernos perderam ou necessitam resgatar. *
* A  busca de analisar e conhecer melhor e aprimorar os fatores ambientais e sociais relacionados aos processos e principais etapas de montagem de seus produtos agroindustriais é o que pode levar a agroindústria sulista a uma qualidade total  maior.

                                                                              As etapas de estabelecimento de cultivos é uma das partes dos processos industriais que precisam serem melhor aprimoradas ecológicamente, e envolvem a aração de solos, que no Sul ainda é feita de forma inadequada para as nossas  condições tropicais e subtropicais:  os produtores seguem os padrões europeus que possuem neve e o congelamento da matéria-orgânica e vida biológica, e aí insistem no Brasil em arar profundamente os solos, passar grade pesada, leve, todos os anos... assim foram perdidas muitas lavouras industriais, no Sul, Sudoeste de SP,  Norte e Noroeste do Paraná - região do Arenito Caiuiá, entre outras, na realidade quase 150 Ton de solos e de adubos e corretivos perdidos/ano/ha.

                                                           Também no controle de ervas se exagera com o uso de herbicidas. Que tal rotações  corretas de cultivos com o uso de bancos-de-proteína feitos de consórcios que podem possuir Guandu, Leucena, Caliandra, Eritrina, Bracatinga, Milho, Girassol, Feijão-de-porco, Azevêm, Ervilhaca, Serradela, Trigo-mourico, entre outras espécies mais mobilizadoras do potencial de reestruturação dos solos. Pois as rotações com estes bancos nitrificadores, uso de plantio-direto, introdução de animais para pastejo rotativo podem ser opções muito importantes para aprimorar em uma qualidade maior os processos produtivos industriais, evitando que utilize inclusive herbicidas e agrotóxicos.
                                                           A cultura da Soja no Sul do Brasil já alcançou quase 70 % de todo o seu o potencial produtivo.  A cultura da Cana alcançou quase 60 %  de todo do seu potencial de produção,  e agora é necessário diversificar mais as produções industriais, pois há a necessidade de se cuidar mais dos recursos aquiferos, que estão em muitos lugares contaminados com resíduos de agrotóxicos, de combater melhor a erosão de solos, o risco de homogeneização de paisagens, destruição e aumento da pressão da população na sua busca de lenha e alimentos sobre as áreas de reservas naturais.*      
                     
* Mais ao Sul, encontram-se campos muito estressados com uma alta deficiência de matéria orgânica. O uso de barreiras, bancos de proteína com Guandu, Girassol, Acácia, Crotalária, Milho, Capim-elefante, podem ser muito adequados para recuperar mais o potencial vital desta região que naturalmente é muito baixo. O pousio com árvores leguminosas também pode ser uma opção a mais na recuperação de áreas degradadas.
                                                                              Para seu parque agroindustrial de leite e produção de grãos, Café, a interação com espécies florestais e SAFs é uma grande alternativa para o aumento do capital investido dentro das médias e maiores propriedades. Já são muito difundidos os consórcios de Café com IngáBananaGrevilha e Leucena. A produção de madeira em  20 anos pode tornar-se uma das suas atividades econômicas mais importantes e rentáveis.   

                                                           Considerar com profundidade que a organização da propriedade deve girar sempre na formação de um organismo agrícola que tenha uma relação mais integrada entre a produção agrícola, florestal e animal, é interessante então a introdução de SAFs no gigantesco sistema de produção de Cana-de-áçucar, onde cultivos comerciais de inúmeras frutas como Laranja, Uva, Pêssego, Figo, Manga de exportação, podem ser acompanhadas de plantios de espécies nativas e inclusive exóticas para  produção de madeira para movelaria, para energia, para proteção dos solos, mananciais e como uso em quebra-ventos. Caso haja a presença de muitas pragas, é interessante a rotação de cultivos com o uso de Bancos Verdes ou Bancos de Proteína, que são formados com o plantio consorciado de LeucenaGuandu, MilhoGirassolLab-labMucuna, entre outros.

Fig.12. Um SAF para a produção de fruta de exportação com o Cultivo Industrial da Cana-de-açúcar
                                                                              As espécies de Laranja, Limão, Manga, são cultivadas em faixas de 5 metros de terreno, e servem como mais uma fonte de produção e de renda e podem auxiliar a biodiversidade natural da região. O uso de outras espécies nativas para a produção de polpa, forragens, são outras dicas importantes para diminuir o impacto ecológico dos monocultivos de Cana sobre o país.
Fig.13. Um SAF para a produção de fruta de exportação com o Cultivo Industrial da Cana-de-açúcar

Outros Consórcios e SAFs importantes para a Região Sul e Sudoeste do Brasil

- Araucária + Imbuia + Peroba + Louro-pardo + Culturas Anuais: ótimo consórcio para o Norte do Paraná, região de Londrina. A idéia é reflorestar as Áreas Verdes que estão mal manejadas para proteger as suas nascentes e produzir madeira de lei e grãos.

- Araucária + Aroeira + Erva-mate: consórcio muito utilizado no PR, SC e até RS. É excelente para ser utilizado com pastagens.

- Bracatinga + Erva-mate + Culturas Anuais: muito utilizado perto da região de Curitiba. A Bracatinga é uma espécie leguminosa das mais importantes para os SAFs do Sul do Brasil.

Cultivo em faxinal + Pastagens: ocorre no PR, SC e RS, onde um conjunto de até 80 espécies vegetais é consorciado com o pastoreio de animais, em áreas de maior declividade e em solos mais ácidos, e de forma comunitária.

Araucária + Erva-mate + Pastagens: muito comum onde colhe-se a erva-mate, vende-se pinhão e ainda pode-se conduzir excelentes rebanhos. Pode fornecer uma renda muito elevada com a venda da madeira e da erva-mate.

- Seringueira + Côco + Citrus + Cana com Guandu em aléias: em climas mais tropicais pode-se introduzir árvores maiores como a Seringueira, o Côco, afim de aumentar a receita da comercialização de seus produtos.

- Bracatinga + Erva-mate + Araucária + Trigo, Soja e Milho em rotação: este consorcio é muito interessante por que a Bracatinga é uma espécie que pode recuperar a fertilidade dos solos, descompactar horizontes mais profundos e fornecer uma excelente lucratividade.

Ficus + Marica + Bergamota + Pastagens: para a região leste ou litorânea. Produz sombra para o gado.

- Acacia + Pastagens: são leguminosas que possuem a capacidade de fixar Nitrogênio e produzir uma elevada quantidade de madeira/ha. Pode ser consorciadas ainda com Acacia mangium, A. auriculiformis, A. crassicarpa, A.  holosericea, Erythrina poeppigiana, Zeyhera tuberculosa,Tabebuia rosea, Joanesia princeps,  Terminalia catapa, T. ivorensis, Albizia caribea, A. falcata, Mimosa caresalpinifolia, Cordia alliodora e Pterygota brasiliensis.

Fig. 13. Café + Ingazeiro ou Leucena ou Banana ou Grevilha: muito utilizado na região de SP e PR, e ajuda muito na produtividade da produção de Café.




Diálogo do Gibi Ecológico

- Quer dizer que os sulista podi produzi bastante alimento nartural, e eles tem mais estrutura que o resto do Brasil pra isso ?

-          É por aí seu João, o povo lá de baixo precisa acreditá na agricultura orgânica, eles tem tudo prá dá certo !

Fig.14. SAF com Café + Ingá + Cana + Milho + Feijão-de-porco para a realidade da Agricultura Familiar do Sudoeste do Brasil


        Um pouco da  Realidade da Reserva Extrativista Chico Mendes
        e da Amazônia Acreana

Introdução: a ponte já vizível entre a cultura sustentável do terceiro  milênio e o     desgaste dos povos-tradicionais-da-floresta

“ O  País Seringueiro: a proteção dos povos
e da cultura-da-floresta “

                                                           Em relação a  realidade da RESEX Chico Mendes destaca-se sua importância política, pois manteve intacta quase 1 milhão de hectares, distantes e protegidos dos modelos  de desenvolvimento predominantes na região, com centenas de famílias que mantiveram sua cultura tradicional e seus laços de parentesco. Existe muita floresta nativa, com estratos superiores que já alcançaram seu climax vegetal com a presença abundante de castanheira, seringueira, copaíba, mogno, pau-ferro, samaúma, freijó, cumaru, angico, cedro e  tachi preto. A pachiúba compõe a paisagem sendo ocasionalmente substituída pelo algodoeiro   e o mulateiro. Cipós de unha-de-gato, alguns pés de pimenta-longa, vão constantemente fechando as trilhas. Há muita extração de seringa ainda. Ervas medicinais são bastante abundantes também. O que ocorre é que cada colocação em média possui 60 a 70 % de manutenção de suas condições naturais existentes, com exceção da fauna que cada vez mais torna-se mais ausente pela caça e falta de projetos adequados de reprodução e de sua proteção, estudo e moderna pesquisa

* Devido as condições políticas favoráveis, apoio praticamente total das comunidades locais urbanas, dos seringais e suas colocações, temos condições de elaborar um plano de desenvolvimento que inclua diversos projetos e sub-projetos, no qual a questão relacionada a produção de látex, ervas-medicinais, óleos essenciais, mel, agricultura orgânica, sementes, comercialização, animais silvestres, educação ambiental, assumem uma dimensão de muita importância para a sua manutenção e expanção viável e permanente

* Na realidade o CNPT possui já projetos de pesquisa, mas não busca intervir na cultura nativa que é uma caçadora normal de fauna silvestre para fins de alimentação doméstica. Ocorre que esta mesma população está aberta para produzir sistemas de reprodução de animais silvestres, e somente precisa de orientações práticas

                                                           “ Pude pernoitar em diversas colocações, e ter um contato mais intimo com sua população tradicional. Pois levei-lhes sementes de hortaliças, mudas de ervas, folhetos e textos técnicos, folders, balas para as crianças, uma bola, lápis de cera para desenhos, músicas de diversas partes do mundo, entre outros elementos pedagógicos, e muita troca de informação: a maioria das colocações possuem mais de 800 ha, apresentam muita área de floresta nativa, seringais naturais, áreas de pasto, uma quantidade normal de cabeças de gado (10 a 20 cabeças), pequenas lavouras (1 a 2 hectares) *, poucas hortas e consumo de verduras é baixo, e as casas de madeira são simples, onde residem  cerca de 10 pessoas em média. Ocorre uma dieta básica que corresponde ao uso do arroz, feijão, farinha, leite, café, ovos, carne e açúcar, e percebí que há um nível de culturação e de união social bem acentuado na reserva. A família é muito unida e fortalecida nas Reservas “ (Schorr, Mauro. 4o. Relatório Parcial do Projeto de Comercialização - Rio Branco - Ac - Outubro - 1997) 

                                                           Em Assis Brasil, visitei durante 07 dias a reserva, acompanhado do sr. Valdo das Neves , vice-presidente da Associação de Assis Brasil - AMOREAB, com saída dia 28.10.97, 6:00 hs,  “ com a carga sobre um  burro ” , com o objetivo de visitar os Seringais Paraguaçu - colocações São Salvador, Rio Pardo, São Félix, Água Preta, Seringal Icuriâ com as colocações Xapuri, Florescência, Fonte Boa, Divisão, Monte Alegre, Veneza, Jacarecica, e Seringal Guanabara com as colocações Mulungu, Samaúma, Samauminha, Mamoal e Santa Rita, destino final da jornada de aproximadamente 130 km, ou 22 hs de viagem (6 km em média/hora), que realizamos em 3 dias de percurso, onde observou-se que:

- Colocação San Salvador: possui muita aptidão para turismo, local para visitantes, prática de agricultura orgânica, sistemas agroflorestais
- Colocação São Félix: muita aptidão para o uso de sistemas silvo-pastoris
- Colocação Divisão: aptidão para a introdução de sistemas silvo-pastoris, montagem de secadores, armazenadores, laboratórios de ervas-medicinais e um centro cultural
- Colocação Xapuri:  possui solos melhores e  sua vocação agrícola é excelente para o cultivo de ervas, grãos  e hortaliças
- Colocação Santa Inês: sua vocação é para o cultivo de frutos, ervas, grãos, hortaliças, extração de óleos naturais e apicultura, sistemas permaculturais, agroflorestais e silvo-pastoris

                                                           Observei que a RESEX de Xapurí possui uma história de colonização mais presente, mais tradição e uma maior densidade populacional, com um maior número de colocações, por isso a incidência de um maior número de situações de desgaste ambiental apresenta um nível de ocorrência maior, mas com a introdução de um processo educativo com o uso de cartilhas técnicas, e apoio maior a sua equipe de trabalho - técnicos do CNPT locais  poderemos aprimorar o desenvolvimento sustentável nesta importante área da reserva extrativista               

                                                           “ Na visita a RESEX de Xapuri após diversas reuniões com a diretoria da AMOREX,  pude me deslocar para o interior da reserva acompanhado do Sr. Artemildo Ribeiro, um agente especialista em homeopatia caseira. Caminhamos quase 9 horas, chegando ao anoitecer na colocação Semi-tumba, cujo responsável é o produtor Sr. Paulo Gaudêncio que é seringueiro, estudioso  e especialista em ervas medicinais amazônicas. Participou dos estudos do Sr. Liu Chau Ming -  professor universitário da ESALQ que fez parte de seu doutorado nas reservas coletando e analisando suas plantas medicinais potenciais. Saímos para coletar e para conhecer as principais espécies e hortas de sua colocação. Coletamos juntos cerca de 40 espécies medicinais, e somente uma pequena amostra de cada uma produzimos as excicatas que servirão como componentes educacionais para a equipe do CNPT, o próprio IBAMA, escolas, para ser utilizada em palestras, cursos, worshops, etc. Voltamos no 3o. dia da visita, caminhando quase 9 horas sem parar dentro da floresta. Algumas queimadas foram observadas em maior quantidade que na RESEX Assis Brasil, possivelmente devido ao aumento da quantidade populacional na região mais próxima à cidade de Xapuri “ (Schorr, Mauro. 3o. Relatório Parcial do Projeto de Comercialização - Rio Branco - Acre - 1997)

  “ Assim, como novas opções ou um caminho ou um atalho de desenvolvimento este projeto de comercialização trouxe a sociedade do estado do Acre e a muitas pessoas de destaque de sua capital um revigoramento e um sentimento de que podemos trabalhar com o governo federal e principalmente com o  IBAMA/MMA, e ainda podemos evoluir culturalmente em uma direção de maior sustentabilidade, buscando uma cultura e um desenvolvimento sustentável próprio para a Amazônia *

*  Isto foi muito bem evidenciado dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, com  seus habitantes mais jóvens

                                                            Em relação à ecologia, ecologismo existe uma boa capacidade de compreenção e aplicação do conhecimento ecológico. Isto ocorre devido a importância que a floresta amazônica representa para a populações tradicionais. Porém as pressões da midia insistem em projetar um paradigma industrial muito agressivo e que é considerado como insustentável e que necessita ser melhor conduzido e adaptado, para assim despertar um novo mercado de consumo ou desfrute de alimentos naturais, de alta qualidade e preço final mais acessível.  Sem dúvida este projeto de comercialização poderá viabilizar parte da produção sustentável da RESEX Chico Mendes, mapeando os atalhos para as demais iniciativas amazônicas, um processo que está acontecendo com velocidade e colaborará com a elevação do nível de despertar da consciência e da cidadania para a população deste estado e para todo o IBAMA e o Brasil inclusive

                                                           “ Atuar na Reserva, um País-seringueiro de 1 milhão de hectares, com 03 cidades que possuem suas próprias hierarquias e coordenações politicas não será tarefa fácil neste estado que possui muita consciência política e ecologista, e que estratégicamente mantêm muitas áreas de reservas culturais tradicionais extrativistas e indígenas, reservas ambientais, e reservas espirituais pois é o estado de maior presença das tradições ligadas ao consumo de Aoasca ou Ayuasca ou Vegetal ou Daime *

* E que existem em abundância nas reservas e são utilizadas em rituais de oração, silêncio e penitência  pelos seus mais antigos moradores, mestres tradicionais da região, e que podem corresponder à um novo mercado internacional de alta qualidade e valor terapêutico e medicinal, produto que pode interessar seu desenvolvimento e condução neste projeto, onde está sendo comercializado com valores entre R$ - 25.00 - 150.00/litro, e que necessita como sugestão em uma etapa posterior, de uma participação do CNPT/IBAMA em seu processo de proteção e administração direcionado principalmente aos setores de saúde pública de nosso país e de diferentes países

* Dr. Carlos Aragon do CNPT//PPG7/PNUD, um de meus coordenadores perguntou-me: “ você acha que é um bom negócio para a Amazônia a aoasca ? Respondí que poderá ser um grande negócio para o Brasil, com sua adequada certificação, controle de qualidade, controle de comercialização, talvez com a prescrição de autorizações de uso para pacientes fornecidas por médicos e especialistas profissionais, em dosagens pequenas diárias para vitalização.  O que me preocupa atualmente é a disputa e competição entre as várias lideranças dos centros espirituais que utilizam este chá medicinal, onde a maioria está muito dirigida ao enriquecimento financeiro realizado de forma não tão democrática e descentralizada: padrinhos muito ricos e o restante de suas populações com níveis de renda muito pequenos 


                                                           “ Por isso que as iniciativas nesta reserva, que já possui uma expressiva quantidade de investimentos, e que já conseguiu colher a simpatia e a confiânça dos extrativistas, poderão servir de modelo para que sejam realizadas em toda a região amazônica políticas públicas semelhantes e inclusive de maior impacto “


                                                           “ Surgirá assim desta forma quando todos unirem-se e preocuparem-se realmente com a proteção da Amazönia uma nova era econömica e um novo patamar de importância política para suas comunidades tradicionais e para a Reserva Extrativista Chico Mendes “


Um Compêndio de Soluções de Curto-e-médio-prazo para a RESEX Chico Mendes: nosso presente aos povos tradicionais e a uma Cultura Sustentável para a Amazônia


            Ervas e Produtos Medicinais

- Temos a curto-e-a-médio prazo condições de Introduzir ervas medicinais em sucos e chás vitais,  um mercado novo que pode ser importante para este projeto de comercialização
- Podemos utilizar ervas, óleos e produtos amazônicos nos alimentos e modernos cardápios alternativos integrais
- Propor a utilização de ervas e suas essências na cerveja e em bebidas alcólicas mais vitais, para combater o stress
- Propor a pesquisa de ervas aromáticas na indústria de fumo e tabaco
- Incentivar para que nossa sociedade pratique a permacultura que utiliza ervas medicinais como cerca- viva, no paisagismo, nas hortas, etc
- Podemos pesquisar as espécies medicinais, combinando seus princípios ativos químicos-e-espirituais
- Fortalecer a fitoterapia e a naturopatia energética na moderna medicina em seus currículos universitários
- Propor uma valorização da fitoterapia em projetos educacionais e turísticos na região e em outras regiões do país
- Na RESEX podemos elaborar cartilhas técnicas que ensinem o uso correto da principais espécies medicinais da reserva
- Planejamos organizar dois cursos técnicos: de Ervas em Assis Brasil e de Óleos Naturais em Xapuri
- Temos condições de treinar as escolas para que tenham um Banco Vivo de Espécies Medicinais, Aromáticas e Condimentares na RESEX Chico Mendes
- Certificar e fornecer o Selo Verde

            Castanha-da-Amazônia

- Temos como meta introduzir a castanha em dietas e cardápios mais populares para a população de maior baixa renda do Brasil
- Colocar a castanha e derivados na indústria de panificação e confeitarias de modo mais intenso e com maior importância e destaque
- Comercializar a Castanha-do-Brasil em novos mercados  como o Mercosul, Paises Árabes, Israel, Japão, USA,  entre outros
- Incentivar o plantio de castanheira na RESEX Chico Mendes e para interessados em toda a região do estado do Acre, inclusive para que fazendeiros a utilizem em modernos sistemas agroflorestais e silvo-pastoris
- Propor linhas de pesquisa com a Castanha-do- Brasil
- Certificar e fornecer o Selo Verde

                        Sementes Nativas

- Como colher sementes e armazená-las adequadamente
- Como comercializar as sementes, com a elaboração de folder técnico do CNPT e Associações
- Formar diversos viveiros e vermicompostos para a viabilidade da produção de mudas na reserva
- Oferecer mudas aos produtores e a formação de sistemas agroflorestais e permaculturais
- Propor linhas de pesquisa com as sementes para a formação de convênios entre o CNPT, a EMBRAPA e as Universidades
- Certificar e fornecer o Selo Verde

       Agroecologia, Agricultura Biodinâmica e Permacultura

- Temos como meta ampliar a agroecologia, a agricultura biodinâmica e a permacultura na RESEX Chico Mendes, possibilitando ao produtor extrativista uma maior autogestão e melhor aproveitamento de seus recursos naturais
- Com o desenvolvimento de uma agricultura e um extrativismo sustentável de menor impacto ambiental  temos totais condições de certificar com selo verde
- Uma melhor qualidade de solos, vigor das plantas e qualidade nutricional dos alimentos é bem possível de ocorrer com este projeto

                        Animais Silvestres

- Colaborar para a pesquisa de animais silvestres, com propostas de criação em cativeiro dentro da Reserva Chico Mendes
- Integrar a colheita de frutos, sementes, produtos medicinais à  pesquisa de ocorrência de fauna nativa
- Propor a integração na indústria de couro vegetal de uma  pesquisa de criação de animais silvestres para a extração sustentável de peles e produtos medicinais animais

                        Outras Atividades            

- Fornecer palestras em escolas, centros hospitalares, centros de combate ao uso de drogas e centros religiosos
- Colaborar para o eco-turismo na região, fortalecendo o artesanato das culturas tradicionais
- Capacitar lideranças, inclusive do exército, da policia federal e policia rodoviária federal para que possuam um treinamento mais profundo relacionado ao desenvolvimento sustentável
- Propor parcerias políticas com as universidades e instituições de pesquisa regionais e locais
- Organizar uma sede deste projeto em Brasília e em Rio Branco, para que armazene alimentos, produtos, receba a visita de consultores, etc
- Propor um uniforme para este projeto e sua equipe técnica


   Uma Direção adequada para o futuro da Agricultura Mundial    
                                 
         Germinam as plantas na noite da Terra
       Crescem os brotos pela força do ar
                                Amadurescem os frutos pelo poder do Sol
                                     Assim germina a alma no relicário do coração
                                           Assim cresce o poder do espírito na luz do mundo
                                                  Assim amadurece a força do homem no fulgor de Deus
          Rudolf Steiner, 1923
                                
                                               Árvores para sombra, para reter a umidade, para nossos bichos  e pássaros viver, para o vento refrescar-se, para a chuva deslizar suavemente, para frutos maduros descerem como luzes e vitaminas preciosas em nossas mãos, árvores para sonharmos com novos mistérios, árvores para equilibrarmos nossas terras da destruição, da erosão, evitando a pobreza de novos desertos, a insistente aridez dentro de nossas almas, a insuficiência do poder de nossa vontade sobre a miséria de nossa preguiça e egoísmo, árvores para encher nossas caixas, mercados, feiras, geladeiras, mesas, de imensas riquezas, para podermos ter uma economia que seja centenária e de longa ecológica permanência, árvores para podermos nos alimentar do melhor alimento, mais puro, cósmico e sátwico, para depois ainda sentarmos e meditar tornando-nos seus verdadeiros filhos, para poder sermos abraçados por seus anjos e seres elementais, e protegidos por seus poderes mágicos tão esquecidos, que fiquemos atentos ao que está descrito na profecia de Madru, no livro o “ Tarot das Árvores ” , que quando os homens derrubarem a nossa floresta será como o fim implacável dos tempos, mas estes preguiçosos e tão intoxicados seres, como evitam ter mais desapego a tanto dinheiro, como traem sua evolução, como não valorizam, as pequenas coisas que criam e edificam imensos prédios e construções mais divinas e deslumbrantes, pois não é com imensas indústrias que vamos salvar este planeta, mas com as árvores, árvores em estradas, em postos de gasolina para serem doadas e cuidadas, árvores nas escolas, formando bancos de fibras naturais, molduras de computadores, lápis-lázulis  para escrever, móveis artísticos, telas de pinturas, esculturas sagradas, tinturas, pigmentos, condimentos, fármacos, coenzimas, transmutadores das rochas, impulsos e elixires mágicos,  e suas folhas ao redor delas para servirem como adubos e campos de proteção de sua bioenergia, é prefiro árvores, suas frutas, flores, o chá de suas cascas de árvores, a uma não sonhada carne para ser servida em meu almoço, quem sabe a humanidade pode retirar seu calórico e fermentado stress diário por uma dieta que contenha mais frutas, mel, flores, saladas e possa exigir que plantemos as árvores da felicidade e da salvação em nossos caminhos de iluminação, para deixarmos para a eternidade novas cores em nossas pinceladas por aí e por aqui de nossos desejos coloridos de um mundo melhor, mais saudável, como altares cheios de altíssimas vibrações para a Mãe Terra nos perdoar e iluminar como uma chuva de torrentes de luminosas bênçãos o nosso destino muitas vezes mais do que comum, e outras vezes muito mais do que raro, valioso, essencial e muito especial.                                                           
                                                           É preocupante a junção da degradação ambiental e espiritual com a exploração acentuada dos recursos genéticos, excluindo todo o processo de produção e geração de alimentos de uma harmonização mais profunda com o âmbito das forças, ritmos e planos cósmicos, telúricos e espirituais, o que podemos gerar para dentro da alma da humanidade, para a formação de seus corpos espirituais, para o desenvolvimento sustentável ter bases mais fortes e sólidas de expansão ecológica de seus valores, culturas, a sustentação correta de seus ecossistemas, pois o quadro é justamente o oposto, as grandes empresas que detêm o capital e com isso o poder sobre os meios de comunicação edificam uma cultura de imenso consumismo, e isso esfacela as relações do homem com o meio-ambiente, e artificializa a cultura moderna, fazendo com que as cidades das décadas atuais sejam confundidas como imensas naves sucateadas espaciais, a vida outrora abundante de pássaros, insetos, rios mais puros e sadios, solos mais vivos, foram levadas pelos ventos, chuvas, poluições, esta direção de estilhaçamento dos chacras da Terra põem em risco o futuro da nossa continuidade neste planeta, o que então podemos realizar, quem sabe os preâmbulos descritos pela AB sejam o melhor e mais refinado e delicado exemplo e adequada direção de pesquisa científica, que une o abstrato, o imaginável, o inatingível, como se os milagres fossem materializados e pesquisados, onde o maior milagre da criação pode ser pesquisado, experimentado, comprovado, elaborado seus resultados e publicados em modernas revistas científicas, a AB possibilita esta condição de abrirmos nossos olhos espirituais e nossa compreensão de como podemos colocar nosso talento para mantermos a vida sendo mais intensa, mais plena, mais bela, mais criativa, e não sendo sufocada em mecanismos cruéis de exagerado capitalismo global e muito mecânico e reducionista. As fazendas e propriedades da AB desta forma tornam-se modernos centros e campos vitais, muito mais protegidos de fenômenos deletérios como os que ocorreram com a poluição vinda de Chernobyl, seus solos são muito mais abundantes de uma riquíssima biologia, seus campos possuem uma fauna silvestre que pode relaxar ao Sol, ao vento, sendo banhada por um céu adornado de sorridentes estrelas. Assim é um passo para criarmos SPAS, clinicas medicinais, centros ocultistas, naves promissoras espaciais, hospitais astrais, esta é a intencionalidade que os grandes mestres necessitam dinamizar por diferentes locais. sempre dizemos, isto é maya, ilusão, luxúria, este paradigma, esta parafernália cheia de diesel, tratores imensos, cigarros, agrotóxicos, agora as sementes transgênicas, os clones industriais, as doenças como a Aids, que imagem esquisita que temos disseminada em todo o mundo, será que todo este dinheiro está limpo com Deus, está correto com o poder superior, está levando aquela família que produz milhões de grãos convencionais para o céu, ora isto é para poucos ... da mesma forma aquela pequena comunidade de artesões, será que ela também está com a bola cheia, só por que utiliza da AB, e se há realmente a necessidade alimentar e voraz da grande humanidade ? Então este equilíbrio é fundamental, introduzirmos a AB nas grandes produções e organizações, o que ocorre em todo o mundo em uma escala de crescimento de 20 % ao ano, apresentando preços 50 % maiores que os convencionais, sobretudo com a agricultura orgânica, ocorre que as organizações como a Embrapa, Ibama, MMA, Ministério da Agricultura, os Bancos, o que compreendem de AB, parece que fogem apavorados, talvez percam seus empregos por estarem ficando muito visionários ou místicos, ou se sintam muito ignorantes, ou artificializados, ou entregaram a alma demais para as trilaterais, será que o FMI é contra a AB, não quer ajudar a financiar a salvação planetária mundial ? Nós os cientistas da qualidade-total, do sonho de um III milênio biodinâmico, nós que somos seres de luz e de uma consciência de muito amor pela vida, não sabemos mais o que fazer, ficamos e estamos apavorados, quem poderá nos compreender, ouvir, somar, financiar, propor mecanismos de crédito bancário para nossa agricultura, medicina, formação de centros de terapias naturais e populares ou para elites selecionadas espirituais, quem sabe este artigo seja um motivo de súplica, um convite para uma retomada de novos caminhos de pesquisa e de experimentação científica, para que depois não nos arrependamos de termos perdido a maior parte de nossas heranças genéticas para o egoísmo e a manipulação de uma pequena comunidade de megaempresas, onde o clima, os solos, as plantas, serão devorados por pragas cada vez mais resistentes, onde nossa saúde se esvairá como o adubo que está sendo lavado pelas fortes chuvas, ou queimado pelas longas secas. A AB então é um convite para a correta salvação de nosso futuro, de nossa vida natural e vitalidade planetária, que pode desta forma ser novamente religada aos planos superiores, sendo uma via mais transpessoal e cósmica de desenvolvimento espiritual e cultural de uma mais saudável e mais profunda humanidade



      Mauro Schorr

      (Ghao - Surya Shivaya)

          Primavera, Setembro, SC, Brasil, 2001

Instituto Anima de Desenvolvimento e Cultura Sustentável

Sitio Cristal Dourado e Espaço Terapêutico Pulsar, ilha da Magia, Florianópolis- SC - Brasil 
Prêmio Fritz Müller 2009 - Fatma - Governo do Estado de SC
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Estamos nas Ecofeiras da UFSC nas Quartas entre 07-19 hs, bairro Trindade e na Lagoa da Conceição aos Sábados e aos Domingos, na praça Bento Silvério, importante manifestação cultural da ilha da magia, bem vindos (as)
"Exemplo de economia sustentável, de uma filosofia de vida orgânica, de uma espiritualidade holística, onde nossa verdade pode se tornar uma inteligência alquímica que gera uma saúde plena que nos livra da miséria, da doença e do sofrimento. É o nosso convite a uma nova era de união, esforço supremo  e formação de ações conjuntas em todas as direções possíveis, vamos trazer uma nova civilização dourada a este sofrido mundo !

       Publicações do Instituto Ânima

         Assinale com um X quais as publicações que gostaria de adquirir ou solicitar:
           
1. (   ) Manual.doc A Agroecologia, a Agricultura Biodinâmica e a Permacultura para as Áreas de Proteção Ambientais Brasileiras: os Rumos e a Necessidade Emergencial da Criação e do Impulsionamento de uma Nova Cultura, Ciência e Desenvolvimento Real e Sustentável para o Brasil e para a Proteção e Conservação de sua Área Naturais e de sua Moderna Agricultura. 210 págs. R$ - 20.00

2. (  ) Salve o Brasil. doc : como a Agroecologia pode fortalecer e ampliar  um Desenvolvimento Real e Sustentável de Alta Qualidade para o Brasil. Livro Técnico indicado para escolas e universidades. 90 págs. R$ - 15.00

3. (   ) Vitória.doc.  Programa Nacional de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável para as Áreas de Proteção Ambiental Brasileiras. Elaborado para o Departamento Nacional de Ecossistemas. IBAMA/MMA. 40 págs. R$ - 10.00

4. (     ) FUNEP.doc : Programa Ânima de Qualidade Total nas Organizações: com a
descrição de uma experiência prática com a Fundação Ecológica do Município de Piripiri - Piauí - Nordeste Brasileiro. 90 págsR$ - 15.00

5. (  ) SOSGaia7.doc Projeto Internacional de Comercialização de produtos Agroflorestais das Ervas Medicinais da Reserva Extrativista Chico Mendes do CNPT/PNUD/PPG7. 180 págs. R$ -  15.00

6. (   ) ISPN.doc: Projeto de Educação, Treinamento, Capacitação e Desenvolvimento Rural em Agroecologia, Agricultura Biodinâmica e Permacultura para o Estado do Distrito Federal e Região do Entorno com potencial Eco-turístico e Ambiental. 15 págs. R$ - 10.00

7. (   ) Ossain.doc : A Economia Sustentável  e Negócios diretos colaborando com a Saúde  da Floresta e das Comunidades Tradicionais: uma análise do mercado nacional e internacional das plantas medicinais e produtos fototerápicos e uma moderna estratégia de comercialização de plantas medicinais extrativistas da Amazônia . Com a participação do Sr. Werner L. Kornexl. Assessor Técnico do CNPT/IBAMA/MMA. 90 págs. 100 págs. R$ - 15.00
           
8. (    ) Meteoro.docCarta de Brasília: unidade entre as secretarias de estado do Governo do DF.  25 págs. R$. 10.00

9. (    )  Paracatu. doc: proposta para a prefeitura de Paracatu de Minas Gerais – MG.
20 págs. R$. 5.00

10. (    )  Cenargen.doc: Recursos Genéticos Tradicionais: a defesa da herança genética da agricultura brasileira :  Proposta de Plano de Trabalho para o CENARGEN/EMBRAPA.
12 págs. R$ - 5.00


11. ( ) Ghao.doc.Cometa-Brasil-Eldorado-Cristal: Desenvolvimento Sustentável, o Paradigma Holístico e o Nascimento de uma Nova Era: vamos juntos para um Novo
Terceiro-Milênio-de-Evolução-e-Sabedoria-da-Comunidade-Unidade-Planetária. 200 págs. R$ - 20.00            

12. (   ) Avatar.doc. Curandeiro do Universo. Volume I: o amor é um passo tão grande onde nos entregamos inteiros na Luz: livro recém elaborado, contendo a bibliografia do autor, poemas, canções, estudos espirituais e textos bem avançados. Espaço Pullsar. Itajaí. SC. 2001. Volume I. 216 págs. R$ - 20.00

13. (   ) Pullsar.doc. Curador do Universo. Volume II: sejamos a Luz do mundo: livro recém elaborado, contendo a bibliografia do autor, poemas, canções, estudos espirituais e textos bem avançados. Espaço Pullsar. Itajaí. SC. 2001.  200 págs. R$ - 20.00

14. (    ) Cometa Om.doc: Um Caminho Comum de Sustentabilidade Mundial.: o resgate
de um caminho sagrado de evolução. 25  Págs. R$ - 10.00

15. (   ) Estrela.doc: A história da Humanidade em uma abordagem mais holística: inclue um capítulo sobre o Novo Paradigma Holístico. 30 págs. R$ - 10.00

16. (  ) Aura.doc. Formando Novos Campos Protetores Espirituais: inclue diversos exercícios e atividades de proteção da aura, chacras, saúde integral, um ritual de cura e de poderes sagrados da Grande Fraternidade Branca. 20 págs. R$ - 10.00

17. (   ) Biodin.doc. O que é Agricultura Biodinâmica: incluindo um capítulo sobre astronomia agrícola, melhoramento genético biodinâmico e  transmutações biológicas a baixa energia. 35 págs.R$ - 15.00 

18. (    ) Cristais.doc. O Poder dos Cristais, Chacras e  Aura: inclue um rol descrevendo as principais pedras, jóias e cristais descobertos em todo o nosso planeta e de melhor utilização terapêutica; um compêndio de sugestões para a cura de nossos problemas com energias invasoras em nosso campo de energia, entre outros assuntos notáveis. 29 págs. R$ - 15.00

19. (    ) Workshops.doc. Projetos de Qualidade-total em Organizações do III Milênio. 40 págs. R$ 10.00

20. (    ) Imâ.doc. O que é Georadiônica: sua utilização na melhoria de nossa Qualidade-de vida. 3 Pags. R$ - 5.00

21.(   ) Holos.doc. O 3o Paradigma Holístico: verdadeiro ensaio de Qualidade-total para o Brasil. 15 págs. R$ - 10.00

22. (    ) Bioma.doc. Controle de Pragas na moderna Agroecologia. Instituto Ânima. 21 págs. R$ - 10.00 

23. (    ) SAFs.doc. Sistemas Agroflorestais para o Brasil. Instituto Ânima. 64 págs. R$ - 10.00 
 gs
24.(  ) Jesus.doc : Hinário Divina Estrela: alguns presentes e sinais da dura e bela caminhada. 50 págs. R$ - 10.00

  
Bibliografia Complementar e Recomendada:


1- Albert, Claude. Agricultura Biológica. Trad. SARGS. Porto Alegre. 1980
2 - Altieri, Miguel A. A Agroecologia: bases científicas da Agricultura Alternativa. Aspta. Rio de             Janeiro. 1989
          3 - Alvim, et al. Agrossilvicultura: como ciência de ganhar dinheiro com a terra: recuperação, remuneração, antecipação do capital no estabelecimento de culturas perenes arbóreas. Centro de Pesquisas do Cacau - Ilhéus - Ba -1989
4 - Burkhard, Gudrun. Novos Caminhos da Alimentação: alimentações em diferentes situações  de vida, idades, cardápios e dietas.  Ed. CLR Balielo. São Pulo. 1994
5 - Chaboussou, F. Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: a teoria da Trofobiose. Trad. de Maria José Guazzeli. Porto Alegre. LPM. 1987
6 - Costa, Manoel B. B. da. A Agricultura Moderna: uma saída em relação às diversas vertentes da agricultura alternativa. Curitiba. SEAG - Pr. 1988
7 - Dubois, Jean C. L. Manual Agroflorestal para a AmazôniaREBRAF. RJ. 1996
8  - Fukuka, Masanaru.The One-straw revolution. Rodale Press. Emaus. USA. 1978
9- Ferraz, I.D.; Sampa, P.T.B. Métodos Simples de Armazenamento das Sementes de Andiroba (Carapa guianensis Aubl. e Carapa procera D.C. Meliaceae) - Acta Amazônica - Vo. 26 No. 03 - 1996 - Manaus - 1996
10 - GOTTLIEB, O. R. et. al. Óleos Essenciais da Amazônia - VII - Acta Amazônica  - vo. 11 - no.  01 - Manaus - 1981
11 - Guerra, Milton de Souza. Receituário Caseiroalternativas para o Controle de Pragas e Doenças de Plantas Cultivadas e de seus Produtos. EMBRATER. Brasilia. 1985
12 - Howard, A. An Agriculture Testament. London Oxford University Press, 1979
13- Hauschka, H. Substanzlehre. Stuttgart. Institute Max Plant. Vitório Klostermann Ed. Trad. Flavio             Ernesto Milanesi. São Paulo. 1990
14- Harkali, A. A Perspectiva da Agricultura Orgânica no Mercado Internacional. Texto Técnico. Instituto Biodinâmico. Botucatu. SP. 1995
15 - Hobbelink, Henk. Biotecnologia: muito além da Revolução Verde.
Porto Alegre. Riocell. 1990
16 - JBRJ - Jardim Botânico do Rio-de-Janeiro: Guia das Medicinais Arbóreas - IBDF - 1987
17 - Koept. Herbert H. e et alli. Agricultura Biodinâmica. Trad. Ursula Szajewski.
São Paulo. Nobel. 1983
18 - Copijn, A. grossilvicultura Sustentada por  Sistemas Agrícolas Ecologicamente Eficientes. Projeto PTA - Fase - Rio de Janeiro - 1987
19 - Lantz, Rudolf. Passeios Através da História. Ed. Antroposófica. São Paulo. 1985 
20 - LORENZI, Harri. Manual de Identificação e Controle de Plantas Daninhas. Nova Odessa - São Paulo : H. Lorenzi - 1984
21 - MATOS, F.J. de Abreu. O Formulário Fitoterápico do Professor Dias da Rocha - Mossoró - 1987
22 - MESQUITA, Univ. Est. Paulista. Plantas Medicinais na Amazônia - São Paulo - SP - 1989
23 - Mooney, Pat R.  Seeds of the Hearth. Canadian Council for Internacional Coperation. Trad. de Adilson Paschoal.  São Paulo. Nobel. 1987
24 - Mooney, Pat;  et alli. The Laws of Life. Another Development Dialogue. 1 - 2 Uppsala - Sweden. 1988
25 - Minayo, Maria C. Raizes da Fome. Petrópolis. Ed. Vozes. 1985
26 - Milanesi, Flavio E. Curso de Homeopatia ampliado à luz da Antroposofia.
São Paulo. 1989
27 -  Mollison, Bill. Permaculture: pratical guide for a sustainable future.
Island Press. Washington D.C. 1990
28 -  Mollison, Bill e Holmgren, David. Permacultura  Um. Editora Ground.
São Paulo. 1988
29 - Mac Lean, Dorothy. A Comunicação dos Anjos e os Devas. Ed. Pensamento.1980
30 - Oliveira, Paulo H. B. Notas sobre a História da Agricultura através do Tempo. Rio de Janeiro. Fase. 1989
31 - Odum, Eugene. Ecologia.  Ed. Guanabara Koogan. 1983
32 - Paschoal, Adilson. Pragas e Praguicidas e a Crise Ambiental:
problemas e soluções. São Paulo. FGV. 1979
33 - Primavesi, Ana. O Manejo Ecológico dos Solos: agricultura
em regiões tropicais. São           Paulo. Ed. Nobel. 1983
34 - Primavesi, Ana. Manejo Ecológico de Pastagensem Regiões Tropicais e Subtropicais2a. ed. Ed. Nobel. São Paulo. 1985
35 - Posey, Darrel. Suma Etnobiológica Brasileira.Volume III. Museu Goeldi.
Ed. Vozes. Belêm. 1987
36 - Polari, Alex. O Guia da Floresta. Ed. Beija-flor. RJ. 1993
37 - __________O Evangelho segundo Sebastião Mota. Cefluris Editorial. 1998
38 - Raintree, J. B. Tendências Actuales de la Agrossilvicultura: tendência de la Tierra, Agricultura  Migratória y Agricultura Viable. CIIAS, Nairóbi. Quênia. 1985
39 - Rickli, Ralph C. Três Raízes, Dez Mil Flores: 500 anos de cultura brasileira. Contribuição a uma reflexão livremente antroposófica. Trópis. Apostila. São Paulo. 1992  
40 - Rickli, Ralph. Os Preparados Biodinâmicos. Introdução à Preparação e Uso. Cadernos Demeter no. 1. Centro Demeter. Botucatu. SP. 1999
41 - Sachs,  Ignacy. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo.
Vértice. 1986
42 - SEBRAE - Castanha-do-Brasil: opções de investimento no Acre com Produtos Florestais Não-madeireiros. Rio Branco - Acre - 1995
43 -  SEBRAE - Copaiba: opções de investimento no Acre com Produtos Florestais Não-madeireiros. Rio Branco - Acre - 1995
44  - Steiner, Rudolf. Agriculture: a course of eight lectures. P.O Box 211- 011000 AE – Amsterdã. The  Netherlands
45 - Steiner, Rudolf. A Crônica do Akasha. Literatura Antroposófica. São Paulo. 1986
46 - Steiner, Rudolf. A Filosofia da Liberdade. Ed. Antroposófica. Sâo Paulo. 1987
____________A Ciëncia Oculta: esboço de uma cosmovisão suprasensorial. Trad. Rudolf Lanz. Ed. Antroposófica. SP. 1982
47 - Schmidt, Georg W. A Construção de Ecossistemas Aptos à Vida: intervenção humana em             ambientes ameaçados e destruídos. Botucatu. Centro Demeter. 1986
48 - Schorr, Mauro. Desenvolvimento Sustentável, o Paradigma Holístico e o Nascimento de uma Nova Era: compreendendo a 3a. Etapa de Evolução da Sociedade Humana. Instituto Ânima. Brasília. 1996
49 –____________Curandeiro do Universo: o amor é um passo tão grande onde nos jogamos inteiros na Luz. Espaço Pullsar. Itajaí. SC. 2001
50 -__________ SOSGaia7.doc : Projeto Internacional de Comercialização de Produtos  Agroflorestais  das Ervas Medicinais da Reserva Extrativista Chico Mendes do CNPT/PNUD/PPG7Brasília.1998
51 - ___________ Ghao.doc.Cometa-Brasil-Eldorado-Cristal : Desenvolvimento Sustentável, o Paradigma Holístico e o Nascimento de uma Nova Era: vamos juntos para um Novo-Terceiro-Milênio-de-Evolução-e-Sabedoria-da-Comunidade-Unidade-Planetária. Instituto Anima. 1998          
52 - ____________ Manual.doc : A Agroecologia, a Agricultura Biodinâmica e a Permacultura para as   Áreas de Proteção Ambientais Brasileiras: Os Rumos e a Necessidade Emergencial da Criação e do Impulsionamento de uma Nova Cultura, Ciência e Desenvolvimento Real e Sustentável para o Brasil e para a Proteção e Conservação de sua Áreas Naturais e de sua Moderna Agricultura Dicoe/Ibama/MMA. Brasília.1997
53 - ____________ Salve o Brasil. doc: como a Agroecologia pode fortalecer e ampliar  um     Desenvolvimento Real e Sustentável de Alta Qualidade para o Brasil .Dicoe/Ibama/MMA. Brasília.1997
54 - SMVT - Secretaria de Meio-ambiente, Ciência e Tecnologia: O que você precisa saber sobre Castanha-do-Brasil: de informações técnicas a curiosidades. Eleonora Schettini M. cunha e Fátima L. Carera Guedes Dantas (org.) Macapá-Amapá - 1997
55 - Thun, Maria. O Trabalho na Terra e as Constelações. Cadernos Demeter no.2. Centro Demeter. Botucatu. SP. 1986
56 - Tansley, David V. Subtle Body: essence of shadow.Thames aned Hudson. London. 1984
57 - Talbot, Michael. O Universo Holográfico: uma perturbadora concepção da realidade como um Holograma gigante gerado pela mente. Ed. Best Seller. SP. 1989
58 - USA, Departament of Agriculture. Grupo de Estudos sobre Agricultura Orgânica. Relatório e Recomendações sobre Agricultura Orgânica. CNPQ. Brasília. 1984.
59 - Vogtmann, H. Agricultura Ecológica: teoria  e práticaTrad. Carla R. Volkart. Porto Alegre.             Mercado Aberto. 1987.
60 - VAN DER BERG, Maria Elisabeth. Plantas Medicinais da Amazônia : contribuição ao seu conhecimento sistemático - CNPQ - Belém - PA - 1982
61 - Vieira, Waldo.Projeciologia. 1a. ed. do autor. Rio de Janeiro. 1986
62 - Weil, Pierre. Organizações e Tecnologias para o Terceiro Milênio: a nova cultura organizacional holística. Rio de Janeiro. Ed. Rosa dos Tempos. 1991.
63 - Weor. Samael Aun. Medicina Oculta. !º Vol.  Edição. Porto Alegre. 1983
64 - Weber, Renée. Diálogos com Cientistas e Sábios: a busca da unidadeEd. Cultrix
65 - Wilber, Ken. O Paradigma Holográfico e outros paradoxos: uma investigação nas fronteiras da ciëncia. Cultrix. 10a. ed.  SP. 1995
66 - Yogananda, Paramahansa. A Autobiografia de um Yogue. Ed. Pensamento. São Paulo. 1980
67 - Urso Pardo, Médico. O Curandeiro Nativo. Ed. Record. 1998



      Sobre o Autor
                                                           Mauro Kassow Schorr - Ghao nasceu em Porto Alegre no ano de 1965, Rio Grande do Sul, Brasil. Ingressou na Universidade Federal do Paraná, no Curso de Engenharia Agronômica, no ano de 1983, e envolveu-se com o movimento estudantil e ambientalista, fazendo parte do Grupo de Estudos de Agricultura Ecológica da UFPR, que organizou gestões importantes da Federação Nacional de Estudantes de Agronomia do Brasil e do seu Depto. de Agricultura Alternativa, que promoveu em todo o Brasil a expanção da Agroecologia para mais de 10.000 estudantes brasileiros. Pois elaborou-se uma Lei estadual dos Agrotóxicos, onde ainda como estudante, participou de sua sustentação politica e na sua disseminação por todo o seu estado. Assim auxiliou a introduzir a Agroecologia dentro do currículo da Agronomia e da educação ambiental formal na Fundação Educacional do Paraná. Lentamente começou a envolver-se também com a área educacional, obtendo formação em Educação Ambiental pela Superintendência dos Recursos Hidricos e Meio-ambiente - SUREHMA. Tornou-se técnico em Educação Ambiental e começou, como pioneiro,  a elaborar Cursos de Gestão e Educação para o Desenvolvimento Sustentavel, no ano de 1985, no Paraná. Também coordenou nesta época a formação da Lista de Deputados e Senadores Verde para a  Constituição Brasileira.  Iniciou uma longa formação terapêutica e um estudo profundo em Medicina Natural na FCB- PR e em diversas outros centros terapêuticos de sua  cidade. Assim envolveu-se com a área da psicologia e humanistica e participou da fundação do 1o. Grupo de Estudos Transpessoais de Curitiba. Também auxiliou na formação na UFPR, no Dpto. de Agronomia, do 1o. Grupo de Estudos de Agricultura Biodinâmica do PR. No ano de 1988 foi eleito como um ecologista de grande destaque pelas ONGs de seu estado  para a Comissão Estadual de Meio-ambiente do Governo José Richa. Em 1989, formou-se em Engenharia Agronômica, fundou o Instituto Ânima de Desenvolvimento Rural com uma equipe de agrônomos ecologistas, e que recebeu devido as diversas atividades relacionadas a formação de diversos projetos sustentáveis de produção alimentar e de ensino em escolas, o título de ONG de utilidade pública para o estado do Paraná.  Nesta época recebeu convite para elaborar um Programa de Agroecologia para a Universidade Internacional Holistica de Brasilia, da Fundação Cidade da Paz. Pois transferiu-se para Brasilia e residiu nesta Universidade por 2 anos vivendo em regime comunitário, onde participou como aluno da sua Formação Holistica de Base. Depois, viajou pelo país fornecendo cursos em diversos estados sobre a AgroecologiaBiodinâmica, Nutrição Vital, Educação Ambiental, Medicina Holistica e o Desenvolvimento Sustentável. No ano de 1995, foi convidado para participar do Governo Cristovam Buarque,  na Secretaria de Meio-ambiente, Ciência e Tecnologia - SEMATEC,  na organização de  um Programa Estadual de Agroecologia , onde foi colaborador direto na formação de diversos projetos nas áreas do reflorestamento Permacultural e  Urbano de Brasilia, formação de Horto de Ervas Medicinais no Jardim Botânico do DF,  regulamentação da Lei Estadual dos Agrotóxicos e formação de Cursos de Aprofundamento em Desenvolvimento Sustentável. Neste governo coordenou também a formação do 1o. Seminário de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável para o Setor Agrícola do DF, em Setembro de 1995. Neste momento é convidado para elaborar um Programa Nacional de Agroecologia para ser desenvolvido pelo IBAMA e demais parceiros da esfera brasileira e federal nas principais Áreas de Proteção Ambientais Brasileiras. Atualmente preside sua ONG - o Instituto Ânima de Desenvolvimento Sustentável, é colaborador do Instituto Verde Vida do Paraná, Instituto Biodinâmico de Botucatu, e fornece cursos, consultorias, promove palestras e debates em Agroecologia, Biodinâmica, Permacultura, Educação ambiental e  Medicina Holistica. É considerado também um terapeuta e um cientista do 3o. milênio na área da formação e do impulsionamento de uma cultura mais sustentável brasileira

  
                    Espaço para Democracia

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